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A pressão estética é um fator que atinge a sociedade há anos, sobretudo as mulheres. Apesar dos avanços na autoaceitação nos últimos tempos, com o crescimento na representatividade de diferentes tipos de beleza na mídia, muitas questões físicas e naturais ainda geram vergonha e incômodo em milhares de pessoas.
Esse ponto foi reforçado por uma pesquisa recente realizada pela Nielsen Brasil, em parceria com a Troiano Branding e encomendada pela Intimus, onde foi estudada a relação da mulher brasileira com a vagina e a região íntima. Os resultados foram surpreendentes: 68% das mulheres estão insatisfeitas com a aparência da própria vagina.
O estudo, que contou com a participação de 398 mulheres entre 16 e 45 anos de idade, foi aplicado nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste do país. De acordo com os dados divulgados, uma em cada 4 mulheres não costuma tocar no próprio órgão sexual - situação ainda mais frequente entre o público jovem.
Ao serem questionadas sobre o que mais as incomodam em relação à região íntima, as principais respostas foram:
- Pelos (33%)
- Cor (18%)
- Cheiro (18%)
- Aparência (17%)
- Tamanho (15%)
As justificativas, que abordam aspectos naturais do órgão reprodutor feminino, chamam a atenção para o nível de cobrança sofrida pelas mulheres. Entre os dados coletados pelos pesquisadores, está que 18% das entrevistadas se sentem desconfortáveis ao receberem sexo oral e 27% não acham a vagina bonita.
Outra análise importante é o número de mulheres que receberam aulas de educação sexual durante o período escolar. Apenas um pouco mais da metade das participantes do estudo, cerca de 57%, foram educadas sobre o tema durante os anos letivos.
Padrão de beleza da vagina
Os profissionais que realizam os mais diversos tratamentos estéticos na área íntima sempre acabam encontrando pacientes que buscam uma aparência específica. "A mulher geralmente quer um padrão X ou Y e você acaba demorando um tempo a mais para fazê-la entender que seu corpo tem um desenho e uma história próprios, que devem ser respeitados", ressalta a cirurgiã plástica Ivanoska Filgueira.
De acordo com especialistas, as cirurgias íntimas são indicadas, normalmente, quando há problemas que afetam a saúde e o bem-estar da paciente, como a hipertrofia dos lábios vaginais, vaginite atrófica e HPV.
Nesses casos, é possível que a mulher apresente corrimento vaginal e desconforto durante a relação sexual. Porém, quando não existe um problema desse tipo, é preciso pensar em outros motivos para o surgimento dessa insatisfação.
"A insegurança leva à baixa autoestima e isso traz uma busca por mudanças que podem nunca trazer uma satisfação real. Esse sentimento pode surgir por diversos fatores, inclusive pelos modelos idealizados de corpos que surgem na mídia, tanto impressa, quanto digital", conta a sexóloga e psicóloga especializada em sexualidade humana Priscila Junqueira.
Entenda como a insatisfação com aparência da vagina cresce entre as mulheres.
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