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Pênis: o que é e anatomia
O pênis é uma estrutura que faz parte do sistema urinário e reprodutivo masculino. De formato cilíndrico, bastante vascularizado e com tecido erétil, ele é composto pelos chamados corpos cavernosos e esponjosos.
É no pênis que também se encontra a uretra do homem, canal no qual percorrem a urina e o sêmen.
Na extremidade no pênis está a glande, levemente dilatada e recoberta pelo prepúcio - estrutura que alguns homens removem ao longo da vida.
Tamanho do pênis
O tamanho do pênis ainda é um tabu relacionado ao comportamento masculino. Esta questão, entretanto, não deveria ser um problema, pois o tamanho normal do pênis ereto é entre 10 e 16 cm, de acordo com o urologista Marcos Dall'Oglio.
Um órgão genital só é considerado "micropênis" quando tem menos de 4 cm flácido, e tamanho inferior a 7 centímetros quando ereto - o que é bastante raro.
"E o tamanho não é importante para a performance sexual. Ele também não está relacionado com a virilidade do homem", lembra Dall'Oglio.
Segundo o urologista Valter Javaroni, o comprimento peniano depende da influência genética do indivíduo, entre outras características físicas.
De acordo com Javaroni, a maior parte do desenvolvimento do pênis ocorre durante a puberdade, período em que também ocorre o aumento do tamanho dos testículos e a consequente elevação dos níveis do hormônio masculino, a testosterona.
Fatores que podem interferir no tamanho do pênis, além da genética, são doenças endocrinológicas, falta de nutrientes, estresse severo e outras condições que interfiram na elevação de testosterona.
"Por outro lado, quando existe uma produção excessiva e precoce da testosterona, meninos de baixa idade podem desenvolver pênis com características de adulto", afirma Javaroni.
Como aumentar o pênis
Métodos de aumento de pênis não possuem nenhum embasamento científico, conforme explicam especialistas em saúde masculina.
"Não há técnica alguma comprovada. O que temos são alguns homens com disfunção erétil que colocam prótese de pênis. Ou seja: é um tratamento cirúrgico para disfunção erétil em que se coloca uma prótese um pouco maior do que o pênis do paciente e, consequentemente, ganha-se um pouco, mas muito pouco", afirma o urologista Willy Baccaglini.
Pênis pode quebrar?
Sim, o pênis pode quebrar. Casos de fratura peniana podem acontecer, por exemplo, durante a relação sexual, em que o pênis está ereto e é forçado a dobrar.
Nesta situação, ocorre um estalo e a ereção cessa imediatamente, formando um grande hematoma no órgão - chamado de síndrome da berinjela.
"Se o homem, com ereção durante a relação sexual, tem um trauma direto, ele pode rasgar um tecido chamado de albugínea, que é fibrótico, duro e resistente. Ao rasgá-lo, ele sente um estalo imediatamente e percebe o inchaço no pênis, que fica roxo e enorme, por conta do hematoma. Por ser uma região muito vascularizada, sangra bastante. É chamada de síndrome da berinjela porque o pênis do homem parece uma berinjela depois da ruptura da albugínea", explica Dall'Oglio.
O ideal, segundo o urologista, é que o homem que sofreu uma fratura peniana procure um médico imediatamente após a lesão.
Dor no pênis
A dor no pênis é incomum, já que a parte mais sensível da região genital do homem são os testículos.
"O que vemos em filmes, como chutes e golpes derrubando o homem, afetam os testículos na verdade", diz Rodrigo W. Andrade, urologista do Centro Médico Consulta Aqui.
Porém, quando a dor no pênis ocorre, ela pode significar alguma IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis) como a herpes genital ou cancro mole.
Quando a dor ocorre na ponta do pênis, pode ser um indicativo de problema na bexiga.
É preciso atentar-se à diferença da dor no pênis à dor na uretra - quadro muito comum em homens por volta dos 50 anos. Isso porque é comum confundir a dor no canal da urina, que pode se manifestar como uma ardência na hora do xixi, como se fosse uma dor no pênis em si.
Em caso de dores no pênis, a recomendação é sempre ir ao urologista para investigar a causa do sintoma.
Além de dor, outras manifestações que valem a pena ficar atento no pênis são:
- Sangramento
- Pus no pênis
- Dor associada em uma ereção muito longa
- Febre
- Coceira muito intensa
- Inchaço do pênis.
Doenças do pênis
As doenças do pênis têm as ISTs como uma certa incidência, com destaque para o HPV, que é a mais comum entre elas.
"Cerca de 50% da população sexualmente ativa já foi exposta ao HPV. Isso não quer dizer que tem infecção por HPV, mas sim que já teve contato", afirma o urologista Dall'Oglio.
Além da herpes genital, outras ISTs que merecem atenção são:
- cancro mole
- condiloma
- linfogranuloma venéreo
- gonorreia
- sífilis
- hepatite viral
- AIDS.
Fimose
A fimose é considerada a doença mais comum que necessita de cirurgia no pênis.
O quadro se origina quando há excesso de pele na glande do pênis.
Normalmente, meninos que nascem com esse excedente de tecido na extremidade peniana não necessitam de cirurgia pois o quadro tem resolução espontânea.
Entretanto, a cirurgia é necessária quando a pele se desenvolve ao longo da vida do menino ou do homem, causado dores, inflamação e diminuição da qualidade da vida sexual.
Balanite
A balanite é uma inflamação da mucosa que reveste a glande do pênis e está associada (ou não) a uma infecção que ocorre especialmente em homens portadores de fimose.
Existem dois tipos de balanite:
- postite: quando a inflamação afeta somente o prepúcio.
- balanopostite: quando atinge simultaneamente a glande e o prepúcio.
A falta de higiene íntima é a causa mais frequente das inflamações tanto na glande quanto no prepúcio
Higienização do pênis: como fazer
O primeiro passo para a higienização correta do pênis é lavar as mão antes e após usar o banheiro, pois isso evita o risco de levar bactérias e fungos para a região genial.
O segundo passo é enxugar o pênis após urinar, medida que evita ou reduz a possibilidade que restos de urina fiquem na cueca.
No banho, a higienização deve ser feita da seguinte maneira: puxar o prepúcio até o aparecimento total da glande, passar água com espuma de sabão ou sabonete sobre a superfície da mucosa ou pele suavemente até que toda a camada de gordura acumulada desapareça.
Após a limpeza da glande, a higienização de toda a região genital e anal ocorre de forma habitual.
Após o sexo, é importante lavar o pênis para remover resíduos de sêmen, de lubrificação ou do preservativo.
Ereção: como funciona
A ereção do pênis é um mecanismo complexo, que mexe com o sistema circulatório do corpo e com o sistema nervoso parassimpático.
De uma maneira resumida, impulsos nervosos, desencadeados por sensações e estímulos sexuais de tato, audição, olfato e psíquicos causam a dilatação das artérias penianas que irrigam os corpos cavernosos e esponjosos e levam ao aumento do sangue na região.
Essa mesma expansão dos tecidos e artérias do pênis comprime as veias que o drenam, causando a diminuição da saída do sangue. Isso tudo leva ao aumento e o endurecimento da estrutura peniana - ou seja, à ereção.
Para o pênis retornar ao seu estado flácido, as artérias se contraem e a pressão sobre as veias é aliviada.
Ejaculação
A ejaculação é um mecanismo que envolve o sistema nervoso simpático. Ela parte de uma primeira regressão do sêmen para dentro da uretra e uma posterior ejeção do material para fora do corpo do homem.
Para que a ejaculação ocorra, é necessária uma estimulação tátil das glândulas penianas, da musculatura lisa do epidídimo (localizado próximo aos testículos), do vaso deferente e das glândulas secretoras, um conjunto de estruturas que, ao se contraírem, causam a liberação de secreções e dos espermatozoides.
Vale destacar um mecanismo do corpo para evitar que a urina não se misture com o sêmen durante a ejaculação: no processo, o músculo liso do esfíncter, que fica na base da bexiga, fecha-se automaticamente. Consequentemente, a urina fica retida no corpo e, ao mesmo tempo, o sêmen não entra na bexiga.
Disfunção erétil
A disfunção erétil é uma condição comum em homens da faixa etária de 50 a 60 anos. "Existe uma incidência de mais ou menos 40% a 60% de queixa masculina relacionada à ereção. Não necessariamente de uma função erétil contínua, mas de homens que já tiveram algum problema", pontua o urologista Baccaglini.
As causas da disfunção erétil costumam ser doenças cardíacas, acidente vascular cerebral (AVC) e doenças vasculares periféricas (comuns em pacientes com diabetes e tabagistas).
A disfunção erétil psicogênica também é frequente por uma questão cultural sexual e pelo estilo de vida que acaba interferindo na vida sexual do indivíduo.
"Um transtorno psicológico pode ser a causa, como um transtorno de ansiedade, depressão, dificuldade em aceitar o formato ou o comprimento peniano, problemas anteriores de relacionamento ou mesmo uma questão associada ao estilo de vida ocidental: estresse, alimentação desregrada, sedentarismo, a pressão do trabalho, pressão em casa", explica Baccaglini.
De acordo com o médico, um dado importante é que boa parte dos pacientes convivem com doenças cardiovasculares que causam a disfunção erétil só descobrem a patologia quando apresentam problemas de ereção.
Por isso, o médico chama atenção para que o homem sempre esteja atento às doenças cardiovasculares, porque o primeiro sintoma do quadro pode ser uma disfunção erétil.
Referência
Marcos Dall'Oglio, urologista Marcos Dall'Oglio - CRM: 84860
Rodrigo W. Andrade, urologista do Centro Médico Consulta Aqui- CRM 98138-SP
Valter Javaroni, urologista - CRM: 52575160/RJ
Willy Baccaglini, urologista - CRM: 157.198
Anatomia e Fisiologia do Sistema Reprodutor Masculino - Universidade de São Paulo