Médico infectologista e gerente médico de vacinas da GSK.
Em meio à pandemia do novo coronavírus, não é apenas com esse vírus que os pais devem se preocupar: com a volta às aulas, é importante garantir a segurança das crianças em relação a outras doenças infecciosas, como a meningite meningocócica. Mas você sabe como proteger seu filho contra essa doença grave e que pode levar à morte? Para isso, com o apoio de GSK, o Minha Vida ao Vivo recebeu o infectologista Emersom Mesquita, que esclareceu dúvidas sobre a doença e o que fazer agora que a volta às aulas presenciais é uma realidade. Para assistir à live na íntegra, clique aqui.
Abaixo, veja as principais perguntas a respeito do tema e aprenda a deixar seu filho mais seguro.
Minha Vida: O que é a meningite e quais são os tipos?
Emersom Mesquita: Meningite é a inflamação das membranas que envolvem o cérebro. Essa inflamação pode ser causada por diversos agentes. Dentre as causas infecciosas, pode ser por um tipo de fungo, por um tipo de vírus e por bactérias e, dentre elas, uma das principais é o meningococo, que recebe exatamente esse nome por ser uma das principais causadoras da meningite.
A meningite é um assunto muito sério, que requer bastante atenção porque as meningites podem evoluir rapidamente para um desfecho letal, ou seja, a morte. Ou, por outro lado, deixar sequelas importantes, como surdez, cegueira ou sequelas motoras. É uma doença muito séria, é uma emergência médica. A boa notícia é que existe vacinação para diversos desses agentes que comentamos.
Minha Vida: Como acontece a transmissão da meningite?
Emersom Mesquita: A transmissão das meningites acontecem por gotículas. Ao tossir, falar ou espirrar, liberamos algumas gotículas e, se estivermos colonizados pela bactéria da meningite, como por exemplo o meningococo, essas bactérias podem ser transmitidas para indivíduos suscetíveis e esses indivíduos podem adquirir e desenvolver a doença. A meningite se transmite pela mesma forma que a Covid-19 ou a influenza (gripe), por exemplo. É por isso que todos esses cuidados que estamos tendo, de etiqueta respiratória, do uso de máscara, do álcool gel para higienização das mãos, de evitar aglomerações, de manter os ambientes arejados, entre outras atitudes, são medidas que ajudam a reduzir não só a transmissão da meningite, mas de doenças que têm a mesma forma de transmissão, por gotículas.
Minha Vida: Por que as crianças são mais suscetíveis a desenvolver meningite?
Emersom Mesquita: É importante notar que a meningite acontece em todas as faixas etárias. Em todas as fases da vida as pessoas podem ter meningite. Nos lactentes, sem dúvida, a doença é mais prevalente e o percentual de letalidade é maior. Mas é importante que a gente entenda que a meningite pode acontecer durante todas as fases da vida.
No lactente a prevalência é maior porque eles ainda não foram expostos e o ciclo de imunizações ainda não se completou, além de uma imaturidade relativa do seu sistema imunológico.
Minha Vida: E para os pais ficarem mais atentos: quais são os sinais da meningite nos bebês e nas crianças?
Emersom Mesquita: Os sintomas vão se apresentar de forma diferente de acordo com a idade. Em um indivíduo adulto mais jovem ou em um adolescente, a febre - junto a um rebaixamento do nível de consciência -, são sinais que percebemos como alerta. No caso do lactente, o choro, a dificuldade de se alimentar e o abaulamento da fontanela são sinais de alerta, lembrando que este último sintoma nem sempre acontece.
Todos esses sintomas nos alertam para a possibilidade de meningite. Mas os sintomas vão variar um pouco de acordo com a faixa etária que estivermos nos referindo.
Minha Vida: É verdade que a vacina para meningite é feita com agentes vivos e ao tomá-la há risco de contrair a doença?
Emersom Mesquita: As vacinas para meningite não são feitas de agentes vivos. Elas são feitas com agentes inativados e, desta forma, não existe o potencial de geração de doenças por essas vacinas. Então é muito importante, quando falamos sobre esse quesito segurança, lembrar que, além de ser feita com agentes inativados, a vacina - para que ela seja liberada no mercado - passa por estudos rigorosos de fase 1, 2 e 3 e, quando comprovada sua eficácia e segurança, começa a ser comercializada.
Mesmo depois da comercialização, as agências regulatórias - através dos estudos de fase 4 (ou pós-comercialização) - continuam monitorando qualquer efeito colateral associado à vacinação.
A live teve o apoio de GSK. Para assistir na íntegra, clique aqui.