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O uso do protetor solar é indispensável não apenas para a proteção contra os raios solares, mas também para a manutenção e saúde da pele. No entanto, não é todo protetor solar que é adequado para todos os tipos de pele.
Encontrar um protetor solar específico para a pele oleosa pode ser difícil quando não se entende as suas características. Por isso, conversamos com dermatologistas a fim de entender os cuidados com a pele oleosa e quais protetores solares escolher.
Características da pele oleosa
A pele oleosa possui determinadas características que a diferenciam de outras dermes (secas e mistas, por exemplo), pois a oleosidade cutânea se deve à produção aumentada de sebo pelas glândulas sebáceas (localizadas no folículo pilo-sebáceo).
No entanto, ainda que o sebo seja um protetor importante da superfície cutânea, em excesso pode causar cravos, espinhas e até mesmo doenças como rosácea, dermatite seborreica e hiperplasia de glândulas sebáceas.
De acordo com Ana Paula Fucci, dermatologista e membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o fator determinante para o tipo de pele é a genética.
"Pessoas de pele oleosa vêm com essa característica no DNA. Entretanto, alguns fatores podem agravar essa condição, como o clima quente e úmido, alguns distúrbios hormonais, o uso de produtos inadequados e excesso de lavagens do rosto", explica.
Outras características da oleosidade, segundo o médico dermatologista Franklin Veríssimo, é que a pele tende a ficar mais espessa, com poros dilatados e brilho excessivo, principalmente na região da testa, nariz e queixo, conhecida como zona T (região onde onde há maior concentração de glândulas sebáceas).
Para além da predisposição genética, outros fatores podem influenciar no aumento da oleosidade da pele, como:
- Lavar o rosto muitas vezes ao dia
- Usar um produto contraindicado para a pele oleosa
- Usar água quente para lavar o rosto
- Desequilíbrios hormonais
- Estresse
- Exposição solar excessivaFalta de hidratação adequada
- Alimentos gordurosos e consumo excessivo de carboidratos (ricos em farinha branca e açúcar), leite de vaca e alimentos gordurosos (frituras, chocolates com baixo teor de cacau, amendoins etc)
- Uso de cigarros
- Anabolizantes
Como escolher protetor solar adequado para pele oleosa?
Uma das grandes queixas de quem possui a pele oleosa é a sensação ainda maior de oleosidade e "peso" depois de aplicar o protetor solar. Porém, tal sensação só é comum caso a pessoa esteja usando um protetor não recomendado para o seu tipo de pele.
"Idealmente, os filtros solares para peles oleosas são mais fluidos, em forma de gel ou sérum, por exemplo", esclarece Ana Paula Fucci.
A dermatologista explica que é importante associar essas características com o fator de proteção solar (FPS) do produto, também levando em conta o tipo de pele. Peles que se queimam com facilidade precisam de FPS mais altos, sempre acima de 30.
"O protetor solar tem que ter textura leve e fluida, sendo importante observar a indicação do fabricante como 'não comedogênico', 'oil-free' ou 'oil control'", diz a médica.
Rotina e cuidados diários com a pele oleosa
Ana Paula Fucci explica que a pele da face deve ser lavada duas vezes ao dia, no máximo três, pois o excesso de lavagens pode causar o chamado "efeito rebote", quando a pele se sente agredida e produz mais sebo como compensação. "Alguns casos podem se beneficiar também do uso de loções adstringentes, para um maior controle da oleosidade", sugere.
O dermatologista Franklin Veríssimo recomenda que uma rotina básica de cuidados com a pele deve focar em três pilares: limpar, hidratar e proteger. "Então, se estiver usando maquiagem, comece usando um bom demaquilante. Após o uso do demaquilante, use um gel de limpeza apropriado para pele oleosa."
Ele explica que os géis de limpeza costumam desequilibrar o pH da pele, por isso aconselha o uso de tonificantes logo após a limpeza. "Uma sugestão é o uso de água micelares mais modernas, que limpam, retiram a make e tonificam. Isso é interessante especialmente quando se usa makes leves."
Cabe destacar que a pele oleosa também precisa de hidratação, afinal a oleosidade está relacionada à quantidade de gordura na pele e à quantidade de água. Logo, se a região está ressecada ou sensibilizada, um mecanismo natural de compensação pode estimular a produção de sebo e gordura para compensar a barreira de proteção da pele, que é formada por um manto hidrolipídico.
"Ou seja, em um mecanismo chamado de "efeito rebote", a pele produz mais gordura para tentar compensar o dano oriundo da desidratação", finaliza Franklin.