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No dia 15 de fevereiro é comemorado o Dia Internacional de Combate ao Câncer Infantil. A data tem como objetivo aumentar e incentivar a conscientização e educação sobre a doença, além de influenciar políticas públicas e a própria sociedade civil.
Segundo a Agência Internacional de Pesquisa de Câncer, estima-se que, no mundo, 215 mil novos casos de câncer são diagnosticados em crianças menores de 15 anos e cerca de 85 mil em adolescentes entre 15 e 18 anos todos os anos.
Em comemoração e apoio à causa, o Minha Vida reuniu algumas iniciativas inspiradoras que melhoram a qualidade de vida de crianças com câncer:
Associação Helena Piccardi de Andrade Silva (AHPAS) - São Paulo, SP
A AHPAS foi fundada em 1999 com o intuito de garantir o acesso ao tratamento oncológico para crianças e adolescentes com câncer por meio do serviço de transporte e apoio sociofamiliar gratuitos, prezando pela integralidade do tratamento do câncer infantojuvenil e, consequentemente, melhorando a qualidade de vida dos jovens em tratamento. O nome da instituição é uma homenagem à Helena Piccardi de Andrade Silva, filha de Tatiana Piccardi e Luiz Maurício de Andrade da Silva, cofundadores da associação.
Segundo Celso Rodrigues, presidente da AHPAS, a instituição atua em três diferentes frentes de trabalho, atendendo 75 crianças atualmente. O transporte gratuito e especializado da associação consiste no deslocamento diário dentro da cidade em que a criança reside e realiza o tratamento oncológico, possibilitando o traslado entre a residência e o local de tratamento.
Os jovens em atendimento são acompanhados por um cuidador, em geral a mãe. O transporte é diário, realizado através da frota própria da associação, com veículos confortáveis, identificados e personalizados, conduzidos por motoristas com treinamento humanizado. Atualmente, a abrangência territorial da instituição compreende o município de São Paulo.
A AHPAS também conta com transporte aéreo. Mediante a frequência de casos nos quais as famílias em situação de vulnerabilidade social e estado grave do câncer, de outros estados brasileiros, que realizam o tratamento oncológico na cidade São Paulo, a associação também oferece o deslocamento aéreo e gratuito das cidades de origem até o hospital de tratamento. São casos pontuais, acompanhados pelas solicitações dos hospitais parceiros e a mobilidade é realizada em parceria com empresas de aviação por meio de campanhas de milhagens.
Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo - Belém, PA
O Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, na cidade de Belém, é o maior do Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil em volume de leitos para o atendimento voltado exclusivamente ao diagnóstico e tratamento especializados do câncer infantojuvenil. Uma das marcas do hospital desde a sua inauguração é a oferta de um atendimento diferenciado, pautado nos princípios da Política Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar.
Referência na região Norte do Brasil, o hospital atende crianças e adolescentes de municípios do Pará e Amapá atualmente. Segundo Josiéli da Silva, diretora assistencial do hospital, a instituição desenvolve alguns projetos voltados ao bem-estar das crianças em tratamento. Um exemplo disso é o Heróis da Segurança, criado pelo Núcleo de Qualidade e Segurança do Paciente (NQSP) da unidade. O projeto leva a educação sobre saúde para as crianças, estimulando a participação no tratamento e autocuidado a partir do aprendizado sobre protocolos de segurança do paciente. As aulas são ministradas para as crianças integrantes do Programa Classe Hospitalar e o conteúdo é elaborado pelo NQSP.
Outro projeto desenvolvido pelo hospital é o Programa Classe Hospitalar. Por meio de parceria com a Secretaria de Educação do Estado do Pará (SEDUC), o hospital oferece uma sala de aula para os pacientes em tratamento. Os participantes são matriculados em uma escola de ensino regular e assistem às aulas dentro do Hospital.
A instituição ainda conta com o Programa de Voluntariado, implantado em 2017. A iniciativa recebe apoio de 52 voluntários cadastrados que desenvolvem ações de animação como presença de palhaços, contação de histórias, interação musical, oficinas de artesanato, dentre outras. Além dos próprios colaboradores, as atividades contam com o apoio de voluntários externos, que são capacitados e se comprometem a realizar uma agenda fixa na unidade hospitalar, garantindo diversão, entretenimento e alegria às crianças e aos jovens.
Por fim, o Sino da Vitória é o projeto representado por um sino instalado na recepção do hospital para ser tocado pelos pacientes que concluírem o tratamento e vencerem a doença. Além do sino fixado na recepção, o projeto conta também com um sino móvel para que os usuários possam tocá-lo pelos corredores do hospital, compartilhando a vitória com outros colaboradores e crianças internadas.
Hospital Pequeno Príncipe - Curitiba, PR
O Serviço de Oncologia e Hematologia do Hospital Pequeno Príncipe é o maior do estado do Paraná e um dos mais importantes do Brasil no atendimento de crianças e adolescentes há mais de 50 anos. Anualmente, cerca de 100 novos pacientes são atendidos na instituição, que oferece tratamento completo e multidisciplinar. Um dos diferenciais do hospital é concentrar em um único local 32 especialidades na área da pediatria, não precisando que os pacientes se desloquem para exames, procedimentos, terapias e outros acompanhamentos do tratamento.
Apesar de estruturado em 1968, desde 1962 a instituição já realizava atendimentos hematológicos. Com a formalização da área, tornou-se um importante centro para o tratamento de tumores sólidos e doenças hematológicas para meninos e meninas do Paraná e de outros estados. Cerca de 80% dos atendimentos são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A maior concentração está na faixa etária entre zero e nove anos. Aproximadamente 35% dos pacientes em tratamento são de Curitiba e grande parte deles é de outros municípios brasileiros.
O principal intuito do Hospital Pequeno Príncipe é humanizar, valorizar, aproximar, respeitar e envolver as pessoas, viabilizando uma rede de diálogos, aprendizados e transformações coletivas. No hospital, esse atendimento individualizado, com atenção, empatia, compaixão e acolhimento integral ao paciente, familiar e colaborador é prioridade desde o início do tratamento.
Um dos exemplos de iniciativas da instituição é o Família Participante. Reconhecido nacionalmente e modelo para várias outras instituições, o programa garante que os pacientes internados pudessem permanecer com um acompanhante ao seu lado durante todo o período de hospitalização, o que diminui o tempo médio de internamento em 50%.
No Hospital Pequeno Príncipe, atividades de educação e cultura estão presentes nos quartos, corredores, sala de espera, brinquedotecas e unidades de internação. Dessa forma, tanto crianças e adolescentes que chegam para uma consulta quanto os que permanecem na instituição por mais tempo podem participar de atividades que proporcionam aprendizado e desenvolvimento. Essa é uma das iniciativas de humanização do hospital, que busca garantir os direitos à educação, cultura e lazer, previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Esse trabalho iniciou-se na década de 1980, com o acompanhamento escolar para que as crianças internadas não ficassem alheias ao conteúdo que continuava sendo oferecido na escola. As ações foram sendo ampliadas até que nos anos 2000 formalizou-se o Setor de Educação e Cultura da instituição, que além do trabalho de escolarização, explora um amplo repertório cultural, proporcionando aos pacientes e seus familiares o contato com as mais variadas linguagens artísticas. Oficinas de música, foto, cinema, jardinagem, artes plásticas, apresentações de teatro, música e coral são realizadas diariamente.
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