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Fenômeno em ascensão do atletismo mundial, o brasileiro Alison dos Santos virou manchete nesta terça-feira (3) ao conquistar a medalha de bronze nos 400 metros com barreira nas Olimpíadas de Tóquio 2020.
No centro dos holofotes, muita gente não deixou de notar uma cicatriz que o corredor ostenta na parte de cima da cabeça. Assim, além do feito histórico para o Brasil, o atleta também resolveu falar publicamente sobre a marca, que faz parte de sua trajetória desde a infância.
Em entrevista a diversos veículos de imprensa, o paulista de 21 anos contou a história por trás de sua cicatriz e acendeu um alerta para todas as famílias com crianças em casa. Isso porque a marca em questão, que o fez perder os cabelos em parte da cabeça, foi resultado de um acidente doméstico que ocorreu quando ele tinha somente dez meses de idade.
Cicatriz de Alison dos Santos
Segundo o atleta, sua avó fritava peixe em uma frigideira quando ele (que na época era um bebê) mexeu no objeto e o óleo fervente caiu, causando queimaduras graves em sua cabeça, braços e ombros. A situação deixou Alison e sua avó hospitalizados durante vários meses. Na tentativa de protegê-lo, a avó também teria se ferido.
Embora tenha se recuperado, as marcas ficaram para sempre em seu corpo. Por conta delas, Alison contou que acabou se tornando uma pessoa tímida e retraída, o que quase o impediu de escrever sua história nas pistas. Entretanto, o rapaz deu a volta por cima e mergulhou no esporte que hoje o consagrou como uma das estrelas do atletismo nacional.
Um tanto quanto surpreendente, o relato serve de alerta para os pais e cuidadores. Infelizmente, acidentes domésticos como o de Alison dos Santos não são raros e podem, de fato, trazer consequências graves. À vista disso, alguns cuidados preventivos dentro de casa são importantes para evitar que essas situações ocorram.
Acidentes domésticos podem ser evitados
Em razão da pandemia causada pela COVID-19, ficar em casa se tornou uma necessidade para evitar a proliferação do coronavírus. Neste contexto, com as famílias passando mais tempo dentro de suas residências, foi registrado um aumento de 112% no número de acidentes domésticos com crianças e adolescentes, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, em janeiro deste ano.
Diante disso, pais, familiares e responsáveis devem estar atentos aos possíveis riscos que as crianças podem estar expostas dentro de casa - especialmente em cômodos como a cozinha, que é considerada o local mais perigoso do lar. Afinal, é nela que estão guardados objetos como facas, recipientes de vidro e produtos de limpeza, além do forno e fogão, os maiores causadores de queimaduras.
Em entrevista prévia ao Minha Vida, o bombeiro André Luis dos Santos explicou que a maioria dos casos de queimadura ocorridos dentro de domicílios poderiam ser evitados a partir de alguns cuidados. "O cabo da panela quente virado para fora do fogão pode significar um desastre, caso alguém passe e derrube", exemplifica o profissional do Posto de Bombeiros da Vila Galvão, em Guarulhos.
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Ainda segundo o bombeiro André Luis, outra causa comum de queimaduras são agentes elétricos, como bateria de carro, celular e pilhas. "As pessoas mexem com eletricidade sem ter noção dos perigos à saúde", disse.
Primeiros socorros evitam consequências mais sérias
Os erros cometidos nos primeiros socorros de queimaduras costumam ser muitos, sobretudo com o uso de pomadas, pasta de dente, café e outras substâncias, que podem lesar ainda mais as células da pele. Ademais, existe o alto risco de infecção por bactérias, fungos e vírus presentes nesses produtos, de acordo com o cirurgião pediátrico Maurício Pereima, diretor científico da Sociedade Brasileira de Queimados, em entrevista prévia ao Minha Vida.
O primeiro passo para cuidar da queimadura é colocar o ferimento em água corrente, retirando o agente da queimadura, por um período de 15 a 30 minutos. Isso impedirá que a queimadura progrida e a dor será aliviada. Por fim, é importante cobrir a área com um pano limpo a fim de evitar o contato direto com o ar.
Em seguida, é fundamental buscar por atendimento médico para receber o devido tratamento e evitar consequências mais graves à saúde do paciente. Tanto nos casos de queimadura quanto em outras situações, tenha sempre o número do Corpo de Bombeiros em mãos: 193.
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