Redator de saúde e bem-estar, entusiasta de pautas sobre comportamento e colaborador na editoria de fitness.
Uma nova coleção de bonecas Barbie tem chamado a atenção. O objetivo é homenagear mulheres cientistas ao redor do mundo, e uma brasileira está entre as escolhidas. É a biomédica Jaqueline Góes de Jesus. Nascida em Salvador, Bahia, Jaqueline foi chamada pela fabricante americana de brinquedos Mattel por conta de sua atuação na pesquisa sobre o coronavírus.
Para a cientista, se ver em uma boneca é sinônimo de conquistas. "Enquanto mulher negra, ser presenteada com uma boneca Barbie que tem todas as minhas características é simplesmente um sonho. Algo que, até bem pouco tempo, era uma realidade longínqua, para não dizer, inexistente", comenta Jaqueline em seu perfil no Instagram. "Mas cá estou, encantada com a riqueza de detalhes desta boneca que reproduz meu estar cientista".
Jaqueline também afirma que a boneca carrega um significado todo especial do que é se sentir representada. "Neste momento, só consigo pensar em quantas meninas podem ser inspiradas por ela, quantas meninas negras podem olhar e sonhar em seguir a profissão de cientista, onde mulheres ainda são sub-representadas no mundo todo".
Ela diz ainda que ser esse modelo para novas gerações é provar que através das oportunidades, o talento e a inteligência podem alcançar e gerar frutos positivos.
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Ter uma boneca negra, que representava uma profissão ainda tão pouco difundida e reconhecida, principalmente entre as mulheres, vai, segundo Jaqueline, inspirar os pequenos. "Quando crianças são estimuladas a novas percepções de mundo, grandes mudanças começam a acontecer no futuro do que chamamos hoje. Elas imaginam que podem ser o que quiserem, mas ver o que podem se tornar, ouvindo as trajetórias de outras pessoas e reconhecendo-se nelas faz toda a diferença".
E a trajetória da biomédica é inspiradora. Logo após a confirmação dos primeiros casos de COVID-19 no Brasil, Jaqueline entrou para um time de pesquisa que conseguiu sequenciar o DNA do coronavírus em apenas 48 horas. Anteriormente, a cientista baiana já havia participado de um sequenciamento do genoma do zika vírus.
Agora, ela recebe essa homenagem ao lado de outras mulheres que se destacaram e seguem na luta contra o novo coronavírus. São profissionais consideradas "heroínas da pandemia", como define Jaqueline. Além da brasileira, estão na coleção Amy O'Sullivan, Audrey Cruz, Chika Stacy Oriuwa, Sarah Gilbert, e Kirby White.