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A musicoterapia infantil é uma abordagem terapêutica que utiliza os elementos musicais para promover benefícios ao desenvolvimento cognitivo das crianças. Quem canta, vai além de espantar os males. O fazer musical é capaz de promover o foco, o relaxamento, o desenvolvimento motor e até mesmo vocal em atividades que envolvem o canto.
O que é musicoterapia?
Trata-se de um processo terapêutico de intervenção em que o profissional ajuda a promover a saúde utilizando experiências musicais e as relações que se desenvolvem por meio delas.
Nesse método, o terapeuta explora os elementos musicais (som, ritmo, melodia e harmonia) para facilitar e promover a comunicação, as relações interpessoais, a aprendizagem, a expressão e outros objetivos terapêuticos relevantes, sejam físicos, emocionais, mentais, sociais ou cognitivos.
Quem aplica Musicoterapia?
Musicoterapeutas, profissionais de formação interdisciplinar em música, medicina e psicologia. A graduação em musicoterapia trabalha simultaneamente o bem-estar físico, emocional e mental de crianças, adolescentes e adultos.
Quais os benefícios da Musicoterapia?
A pesquisadora e musicoterapeuta Luisiana Passarini destaca os benefícios para a comunicação: "a partir de um som que a criança traz, um movimento que ela faz, você acolhe aquilo e vai ampliando e fazendo música junto com a criança. Logo, esse fazer musical em si já contempla a interação social e desenvolve a comunicação."
Os pontos de melhoria da comunicação também ajudam aspectos da atenção da criança. Lusiana Passarini explica que "um pré-requisito da comunicação é a atenção compartilhada, quando a criança nota que você está ali e você convida a criança para fazer algo. Assim, acontece uma troca em que também a criança lhe faz convites e te mostra algo. Nós compartilhamos a atenção."
Dessa forma, o método pode e beneficiar o desenvolvimento cognitivo infantil. A cognição consiste na capacidade de aquisição do conhecimento e se dá através de alguns processos, como a percepção, a atenção, a associação, a memória, o raciocínio, o juízo, a imaginação, o pensamento e a linguagem.
"Na musicoterapia trabalhamos diversas coisas que ajudam a sustentar a atenção e também o foco. Ao fazer música, compartilhamos a atenção o tempo todo", destaca Luisiana Passarini.
Durante as sessões terapêuticas, a criança interage ativamente: "quando você trabalha em musicoterapia, você faz música junto com a criança: ela brinca e interage. Nesse fazer musical, está intrínseca a interação", pontua Luisiana Passarini. De acordo com a especialista, todas as brincadeiras visam o desenvolvimento da criança.
Pense no processo de aprendizagem, se imagine aprendendo um novo idioma, por exemplo. Todos esses mentais de raciocínio são trabalhados ao mesmo tempo. Por isso, estimular o desenvolvimento cognitivo da criança beneficia sua aprendizagem e raciocínio.
E não é só isso: até mesmo a comunicação pode melhorar ao trabalhar atividades que usam a voz. Ao manusear um tambor, por exemplo, é possível beneficiar a coordenação motora através dos elementos rítmicos.
Saiba mais: Musicoterapia: como o método pode ajudar pessoas com autismo
"Os ritmos ajudam a trabalhar o desenvolvimento motor e proporcionam bons resultados para a motricidade infantil", argumenta Luisiana Passarini. Há instrumentos musicais nas sessões, como tambores, com os quais as crianças interagem e aprendem a reconhecer e explorar os sons.
"As crianças também escolhem a sonoridade que mais se assemelha com elas, assim trabalhamos diversos instrumentos musicais", salienta a musicoterapeuta.
Outro ponto importante é que a musicoterapia atua diretamente na redução da sensação de ansiedade. Durante o início da vida escolar, as crianças podem se sentir estressadas ou até mesmo ansiosas em decorrência de dificuldade para acompanhar alguma disciplina escolar ou se adaptar neste novo ambiente.
Dessa forma, ao iniciar um tratamento de musicoterapia, é importante que os pais conversem com o musicoterapeuta a fim de relatar um pouco da rotina e também do comportamento da criança. Com essas informações, as sessões podem ser direcionadas de acordo com as dificuldades e com os desafios que a criança vive.