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Em um caso considerado extremamente raro, uma mulher foi diagnosticada com cálculo vaginal ao apresentar uma queixa inicial de infertilidade após o casamento.
A jovem de 30 anos, que não foi identificada, passou por exames físicos que levantaram sinais de que algo estava obstruindo a vagina.
No relato de caso, publicado no periódico Urology Case Reports, a mulher mencionou sintomas como vazamento de urina, menstruação irregular e cólica intensa durante o período menstrual.
Além disso, ela também tinha um histórico de acidente de trânsito onde, aos 5 anos de idade, passou por uma cirurgia de ruptura da bexiga. Porém, como essas queixas não eram incômodas, a paciente não procurou tratamento por anos.
Até que, após uma varredura, foi encontrado cálculos enormes com tamanhos de 3,6 cm por 5 cm e 5 cm por 5,8 cm, aproximadamente do tamanho de duas bolas de pingue-pongue.
Um estava preso à parede da bexiga, enquanto o outro estava preso à parede do reto.
Cálculo vaginal: quando acontece?
Um cálculo ou litíase se caracteriza pela formação de composições como a urina em uma via do organismo, havendo portanto diferentes variações desta enfermidade: o cálculo renal, uretral e vaginal.
De acordo com artigo publicado recentemente, os médicos disseram que os cálculos ou pedras vaginais podem permanecer silenciosos por muitos anos no organismo à medida que se formam lentamente, permanecendo indetectáveis quando não causa nenhum sintoma na paciente.
O estudo de caso explica, ainda, que a obstrução da saída vaginal raramente está associada a cálculos vaginais primários, que se formam devido ao acúmulo crônico de urina onde não deveria, como na vagina.
No caso da paciente, as pedras se desenvolveram provavelmente porque ela apresentava uma abertura anormal entre a vagina e os ductos que transportam a urina dos rins para a bexiga, chamada de fístula ureterovaginal.
Para os médicos, o caso demonstra que o cálculo vaginal pode ocorrer como complicação tardia de trauma pélvico.
Isso pode ter sido uma consequência dos ferimentos que a jovem sofreu quando criança, que também causaram danos nos órgãos reprodutivos que ela desconhecia, bloqueando parcialmente a abertura de sua vagina. Isso explicaria a menstruação irregular e o problema de fertilidade.
Pedras na vagina: tratamento e cirurgia
No caso da jovem, os cirurgiões realizaram a remoção das pedras e corrigiram outras anormalidades na vagina da paciente.
O relato de caso concluiu que a remoção do cálculo por via transvaginal com posterior vaginoplastia e reparo da fístula uretrovaginal pode restaurar a qualidade de vida da paciente.
Além disso, os médicos sugerem que o cálculo vaginal deve ser incluído no diagnóstico diferencial quando o cálculo é encontrado na pelve em radiografias simples, especialmente em mulheres com infertilidade e forte cólica menstrual.
Seis meses depois da cirurgia a mulher não apresentava problemas.