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Um estudo recente, publicado no final de março no New England Journal of Medicine (NEJM), mostrou que a imunização híbrida - gerada pelas duas doses da vacina e pela infecção por COVID-19 - pode oferecer maior proteção contra a doença e seus sintomas. Segundo os pesquisadores, pessoas que já contraíram o coronavírus e estão com o esquema vacinal completo mantêm a imunidade alta por mais de um ano após a infecção.
A pesquisa foi feita com 35.768 profissionais de saúde no Reino Unido. Desses, 27% tiveram COVID-19 anteriormente. Segundo o trabalho, a imunidade por infecção diminuiu após um ano em participantes não vacinados, mas permaneceu superior a 90% em quem completou o esquema vacinal, mesmo em pessoas infectadas há mais de 18 meses.
A importância da "imunização híbrida"
Esse não é o único estudo que reforça a importância da vacinação mesmo entre aqueles que já tiveram COVID. Uma outra pesquisa, publicada na The Lancet Infectious Diseases, mostrou que as 4 vacinas oferecidas no Brasil - CoronaVac, AstraZeneca, Janssen e Pfizer-BioNTech - oferecem proteção adicional contra infecções sintomáticas e casos graves para quem já foi infectado anteriormente.
Os autores usaram os dados de mais de 200 mil brasileiros infectados por COVID-19. Uma parte dos participantes não estava vacinada, enquanto o restante foi imunizado. Segundo o estudo, o risco de hospitalização e morte foi reduzido em 90% com os imunizantes da Pfizer e da AstraZeneca, cerca de 80% com a CoronaVac e um pouco mais de 50% com a vacina Janssen.
Adicionalmente, outra pesquisa, dessa vez realizada na Suécia e também publicada no The Lancet, mostrou que pessoas que tiveram COVID-19 mantêm uma imunidade elevada durante 20 meses. Porém, o risco de reinfecção diminui ainda mais caso os indivíduos tenham sido vacinados depois da primeira infecção.
Os dados dos três trabalhos foram coletados antes do surgimento da variante Ômicron, mas indicam que o esquema vacinal completo é fundamental para o combate à pandemia da COVID-19. Além disso, os estudos contestam o argumento de que pessoas que já foram infectadas pelo vírus não precisam da vacina.