Nutricionista, Mestre em Saúde Pública e PhD em Nutrição Humana pela Universidade de São Paulo (USP), Maria Fernanda tem...
iRedatora especialista na cobertura de conteúdos sobre saúde, bem-estar, maternidade, alimentação e fitness.
No mês de junho, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro de uma nova forma de vitamina D com ação três vezes mais rápida e eficaz. Chamada Ampli-D, a solução foi desenvolvida pela DSM e é fonte de calcifediol, um componente de vitamina D com concentração abundante no organismo.
A novidade é uma alternativa para elevar os níveis do hormônio em pacientes com baixas concentrações de vitamina D, ajudando na saúde óssea e no fortalecimento do sistema imunológico.
O que é calcifediol?
“O calcifediol é a forma de vitamina D presente em maior concentração no organismo, sendo a medida referência para médicos e nutricionistas dosarem os níveis de vitamina D nos pacientes”, explica Maria Fernanda Elias, nutricionista da DSM.
Para entender como isso acontece, é preciso compreender o metabolismo de vitamina D no organismo. Segundo Maria Fernanda, a quantidade do nutriente que obtemos através de alimentos, como óleo de fígado de bacalhau e peixes, é insuficiente para manter sua concentração em níveis saudáveis.
“Por isso, a síntese cutânea endógena, realizada a partir da exposição solar, representa a principal fonte desta vitamina para a maioria dos seres humanos, muitas vezes complementada por suplementos e alimentos enriquecidos”, explica a nutricionista.
Saiba mais: Seu corpo precisa de mais vitamina D?
A partir da absorção através da pele, o precursor da vitamina D sofre uma mudança química, originando o pré-colecalciferol, conhecido como vitamina D3. Depois, ele é transformado em colecalciferol, que será transportado para o fígado. Nesse órgão, o composto sofre um processo chamado hidroxilação, formando o calcifediol.
Em seguida, o calcifediol é transportado para os rins, onde a substância é convertida em calcitriol. “Esse é o metabólito biologicamente mais ativo de vitamina D, responsável por estimular a absorção de cálcio e fosfato pelo intestino”, explica Maria Fernanda.
Hoje em dia, a maioria dos suplementos de vitamina D é produzida a partir do colecalciferol (vitamina D3), estando disponíveis em cápsulas, gotas ou comprimidos.
Quais são os benefícios da suplementação de vitamina D?
Conforme explica Maria Fernanda, a suplementação de vitamina D, assim como de qualquer outro nutriente, visa cobrir níveis baixos do nutriente gerados por dietas desequilibradas, pouca exposição solar ou condições de saúde específicas.
A nutricionista aponta que, entre os benefícios, estão: melhora da função muscular, maior absorção de cálcio no intestino, melhora do sistema imunológico, prevenindo infecções respiratórias e, segundo estudo¹, redução da mortalidade em pacientes com câncer e do risco de parto prematuro e pré-eclâmpsia em grávidas.
Além disso, a vitamina D é essencial no tratamento da osteoporose. “A adequação de cálcio e vitamina D é fundamental para que as medicações antiosteoporose possam ter sua eficácia esperada”.
Leia mais: Como a vitamina D auxilia a imunidade?
E com o calcifediol, o que muda?
Com uma suplementação feita à base de calcifediol, é possível pular uma etapa do metabolismo da vitamina D no organismo, já que o componente está pronto para já ser convertido no rim.
“O ampli-D, o calcifediol da DSM, apresenta vantagens para a suplementação oral em comparação com o colecalciferol, pois tem ação três vezes mais rápida e eficaz”, aponta Maria Fernanda.
“Enquanto são necessários de três a quatro meses de suplementação com vitamina D3 para atingir níveis ótimos. Com o calcifediol, esse tempo é reduzido para três ou quatro semanas, representando resultados importantes para a manutenção da saúde e prevenção de doenças”, completa.
A especialista também elenca outras vantagens:
- Segundo estudos clínicos, o calcifediol é mais potente que o colecalciferol, de modo que dosagens mais baixas são necessárias para atingir as concentrações desejadas;
-
O calcifediol tem taxa mais alta de absorção intestinal;
-
O calcifediol também possui propriedades que o fazem ser preferido em situações como insuficiência hepática, insuficiência renal crônica, má absorção pelo intestino e obesidade.
À respeito da quantidade ideal a ser suplementada, Maria Fernanda ressalta que a posologia deve ser avaliada por um médico ou nutricionista, considerando a individualidade e necessidade de cada paciente. “Por ter ação três vezes mais rápida e eficaz, o calcifediol pode ser prescrito em uma dose menor que a vitamina D3”, afirma.
Para quem a suplementação com calcifediol é indicada?
A suplementação de vitamina D pode ser usada por pessoas que precisam cobrir riscos nutricionais gerados pelo déficit do nutriente no organismo, além de ser utilizada como adjuvante em terapias.
Saiba mais: Vitamina D no outono e inverno: como proteger a saúde
Além disso, a suplementação pode ser utilizada como aliada da prática esportiva para evitar que o atleta tenha deficiências nutricionais, assim como na gestação, na infância e no envelhecimento. Há, ainda, a possibilidade de ser utilizada por indivíduos com dietas mais restritivas ou à base de vegetais, como o vegetarianismo e o veganismo.
Para quem é contraindicada?
Segundo a nutricionista Maria Fernanda, a suplementação é contraindicada em pessoas com sensibilidade a algum ingrediente da fórmula do suplemento ou com patologias que impossibilitem o consumo do produto.
Vale ressaltar, ainda, que a suplementação deve ser feita com acompanhamento médico e/ou nutricional. “Quando se usa um suplemento sem orientação de um nutricionista, a pessoa pode deixar de ingerir algum nutriente essencial que está em déficit na sua dieta ou mesmo ter uma superdosagem, tão prejudicial quanto a falta do nutriente”, alerta Maria Fernanda.
Referência:
1. Autier P, Mullie P, Macacu A, Dragomir M, Boniol M, Coppens K, Pizot C, Boniol M. Effect of vitamin D supplementation on non-skeletal disorders: a systematic review of meta-analyses and randomised trials. Lancet Diabetes Endocrinol. 2017 Dec;5(12):986-1004.