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Os animais de estimação são ótimos companheiros dos humanos e altamente capazes de melhorar o nosso bem-estar. Quem tem um pet em casa sabe bem disso - e estudos já mostraram que, de fato, os bichinhos têm esse poder.
Porém, uma nova pesquisa sugere qual animal, cão ou gato, oferece o melhor apoio emocional para os humanos, principalmente entre aqueles que são bastante emotivos. As informações são do Medical News Today.
O estudo, publicado no jornal multidisciplinar Anthrozöös, entrevistou 1.438 alunos e funcionários de 19 instituições de ensino dos Estados Unidos que ofereciam eventos para os estudantes interagirem com animais, como forma de oferecer alívio emocional a eles.
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Entre os resultados, os pesquisadores descobriram que os alunos que exibem o traço de emotividade chamado Big Five (os “grande cinco”, que inclui extroversão, amabilidade, abertura, conscienciosidade e neuroticismo) estão especialmente interessados em interagir com gatos.
“A ideia por trás do termo ‘emotividade’ é que é um indicador da força da resposta emocional das pessoas a um estímulo, como elas reagem e se comportam em resposta a esse estímulo”, explica Patrícia Pendry, da Washington State University, coautora do estudo e professora de desenvolvimento humano. “Portanto, pontuar alto no traço de emotividade destaca que você provavelmente reagirá de forma intensa a um sentimento ou experiência”, completa.
Efeito calmante
Estudos pilotos já haviam demonstrado que os gatos possuem efeitos calmantes para quem interage com eles, conforme conta Janet Hoy-Gerlach, professora da Escola de Justiça Social da Universidade Toledo em Ohio. “Meus colegas e eu concluímos, falando em Animais de Apoio Emocional, que participantes com cães e participantes com gatos experimentaram uma diminuição estatisticamente significativa na depressão depois de viverem com seus respectivos animais”, afirmou a professora ao Medical News Today.
Porém, de acordo com a pesquisadora, quem convivia com gatos experimentou uma redução maior em seus índices de depressão. “Este novo estudo destaca o potencial terapêutico da companhia de gatos para o bem-estar humano. Mais pessoas poderiam ser alcançadas com benefícios relacionados se os gatos fossem mais amplamente incorporados à programação de intervenção assistida por animais”, opina.
Janet explica que isso acontece devido ao calor exalado pelo corpo do gato, à vibração do ronronar e à textura do pelo, que são “estímulos sensoriais que podem nos ajudar a aterrar, a permanecer no momento presente, quando estamos angustiaos”.
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Porém, é importante que o bem-estar do animal seja avaliado antes de submetê-lo a programas de terapia com humanos, como acontece nas instituições de ensino que participaram do novo estudo. Afinal, a locomoção dos felinos em caixas ou pelas coleiras, assim como a maior interação com as pessoas, pode deixá-los estressados.
“Um gato que está fazendo terapia com humanos precisaria ser muito extrovertido e confortável com pessoas novas e estar bem com viagens, enquanto um felino servindo como Animal de Apoio Emocional poderia ser 'caseiro', que é amoroso com sua própria pessoa/família, mas não com gente nova”, avalia Janet ao MNT.
Por isso, organizações internacionais de relações entre homens e animais e de intervenção assistida por animais ressaltam que não devem haver consequências negativas para os animais envolvidos nas atividades, assim como o comportamento natural e suas necessidades devem ser respeitados.