Médica nutróloga, especialista em medicina da qualidade de vida
Redatora entusiasta de beleza e nutrição, autora de reportagens sobre alimentação, receitas saudáveis e cuidados pessoais.
iO ácido fólico e o folato são formas de implementação da vitamina B9, com papel fundamental no organismo humano. Além de atuarem em diversas funções, como na formação de proteínas e hemoglobinas, são essenciais para a formação do sistema nervoso central e periférico do embrião durante a gestação.
De acordo com a especialista em nutrologia Valéria Goulart, ácido fólico, folato e vitamina B9 são a mesma coisa. No entanto, essa vitamina pode ser consumida de duas maneiras, tanto por sua forma sintética quanto por sua forma natural.
O ácido fólico é a forma sintética da vitamina B9 e pode ser utilizado para suplementação, seja de forma oral ou dentro da composição de alguns alimentos, como as farinhas, trigo, milho e cereais.
Já o folato é a forma natural da vitamina B9, encontrada na maioria dos alimentos de folhas verdes, como espinafre, rúcula, couve e alface; em algumas frutas como as cítricas, melão e banana; e nas leguminosas e oleaginosas, como carnes, cereais integrais, leite e ovos.
O metilfolato, por sua vez, é a forma ativa do ácido fólico e pode ser suplementado de forma oral ou injetável. De acordo com o especialista em otorrinolaringologista Victor Lamônica, para conversão do ácido fólico em metilfolato, é necessária a presença de uma enzima cuja sigla é MTHFR.
“Algumas mulheres possuem deficiência na produção dessa enzima, o que pode gerar maior dificuldade durante a conversão. Logo, nessas pacientes há uma vantagem na indicação do metilfolato em vez do ácido fólico”, enfatiza.
Veja mais em: Ácido fólico na gravidez pode reduzir risco de autismo em bebês
Valéria explica que há alguns fatores que podem causar a diminuição de ácido fólico no organismo, como as dietas muito baixas em carboidratos, alguns alimentos orgânicos que não recebem a suplementação artificial do ácido fólico, tabagismo, alcoolismo, alguns remédios, como metformina, fenobarbital e carbamazepina, as doenças celíacas e o ressecamento intestinal.
Pensando nisso, a nutróloga aponta alguns alimentos que podem ser inseridos no cardápio para evitar a falta dessa vitamina. É possível refogar ou utilizar em saladas alguns vegetais escuros, como o quiabo, espinafre, couve e aspargo.
Entre os grãos e as sementes, feijão, grão-de-bico, lentilha e ervilhas são ótimas opções. Para os lanchinhos da tarde, nozes, castanhas, amendoins e amêndoas são uma ótima pedida. Frutas como mamão papaia, manga e laranja também são bem-vindas.
Benefícios da suplementação da vitamina B9
De acordo com os especialistas, alguns dos benefícios da suplementação da vitamina são:
- Contribui para uma melhor performance mental ou cognitiva;
- Contribui para o combate da ansiedade;
- Ajuda a prevenir enxaqueca;
- Em associação com a vitamina B12, é indicada para o tratamento de doenças neurológicas e psiquiátricas;
- Ajuda na prevenção da aterosclerose, derrame e infarto;
- É capaz de prevenir algumas doenças, como demência, alzheimer, depressão e anemia;
- É ótima para a manutenção e saúde da pele e do cabelo
- Ajuda a prevenir os cânceres de cólon, de mama e de pâncreas;
- Ajuda a prevenir malformações do feto durante a gestação.
Importância da vitamina B9 na gestação
A nutróloga explica que todas as mulheres que têm intenção de engravidar devem tomar ácido fólico, pelo menos, um mês antes do início da gestação, já que só pela alimentação não é o suficiente. De acordo com Valéria, a dose mínima recomendada para as grávidas é de 0 a 4 mg (miligramas) por dia.
“A deficiência do ácido fólico durante a gravidez está associada a graves anomalias, como os defeitos do tubo neural, a segunda maior causa mais comum de malformação fetal no mundo. É importante repor o ácido fólico antes e durante a gravidez para diminuir esses riscos, que não eliminam 100%, mas melhoram bastante”, explica Valéria.
Ainda de acordo com a especialista, mães que possuem obesidade ou diabetes mal controlada tendem a aumentar o risco do problema de tubo neural e a suplementação de ácido fólico pode prevenir cerca de 50% desses casos.
Por fim, o médico Victor Lamônica alerta mulheres com alterações na enzima conversora de ácido fólico em metilfolato. “Nesses casos, devido a essa falha, há aumento do ácido fólico no organismo, representando risco à saúde do bebê, interferindo nos genes que fazem a maturação do encéfalo, podendo levar a malformações, aumentando assim o risco de desenvolver autismo”.
Leia mais em: Ácido fólico na gravidez previne malformações: veja dose certa
Consequências da falta de ácido fólico
Segundo a Valéria, não pode haver a falta e nem o excesso de ácido fólico no organismo. No entanto, a falta dessa vitamina pode causar:
- Perda de apetite;
- Dor de cabeça;
- Náusea;
- Diarreia;
- Vômito,
- Queda de cabelo;
- Fraqueza.
E nos casos mais graves da falta da vitamina por muito tempo:
Apesar da consequência da falta dessa vitamina, a médica ainda explica que o excesso de ácido fólico no organismo também pode prejudicar a saúde e recomenda a dose máxima de até 1000 mcg (microgramas). “É difícil estourar essa conta, no entanto, o excesso dessa vitamina pode causar coceiras de pele, dores do estômago e febre. Por isso, é muito importante que a pessoa atente-se ao seu nível de ácido fólico e se precisa suplementar ou não”, completa.