Médico cirurgião plástico formado pela conceituada escola da UFRJ, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plást...
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Naldo Benny surgiu nas redes sociais com manchas escuras e feridas no nariz e preocupou os seguidores. O cantor explicou que sofreu um princípio de necrose após realizar rinomodelação, um procedimento para correções estéticas no formato do nariz.
“Fiz um procedimento no nariz que não ficou legal. Fiquei realmente muito preocupado. Tive uma intercorrência no procedimento, que pode acontecer. Acabou acontecendo comigo, mas já estou sendo muito bem assistido”, relatou o artista em vídeo.
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A rinomodelação é um procedimento que utiliza produtos de preenchimento que são injetados no nariz para realizar correções estéticas. “A indicação desse procedimento é, principalmente, para pequenas alterações e retoques”, explica André Eyler, cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da American Society of Plastic Surgeons.
A principal diferença entre rinomodelação e rinoplastia é a indicação e a forma como são feitas. “A rinoplastia é aplicada para aperfeiçoar e reestruturar o nariz. Pode reduzir as estruturas osteocartilaginosas (rinoplastia de redução) quando fazer enxertos (rinoplastia de aumento). A técnica ainda trata deformidades, recomendada inclusive para quem necessita melhorar a funcionalidade do nariz”, esclarece Eyler.
Por que a necrose acontece?
De acordo com Eyler, todo procedimento envolve riscos, porém, um profissional com treinamento adequado e com técnicas para resolver as complicações pode diminuir exponencialmente esse risco.
“Todo tecido, incluindo a pele, necessita de sangue. A falta dele causa a sua morte, ou seja, a necrose”, explica o cirurgião plástico. “As substâncias injetáveis são muito satisfatórias quando bem aplicadas. Mas, se mal utilizadas, podem levar a complicações”, completa.
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Uma dessas complicações, explica o especialista, é a injeção intravascular, ou seja, dentro de uma artéria ou de uma veia. “Se isso acontece, o sangue para de fluir e o tecido sofre, levando à isquemia e à necrose”, afirma.
Em caso irreversível, a necrose pode levar à retirada dos tecidos necrosados e à reconstrução da pele do local afetado. “Em alguns casos, dependendo do tamanho do local afetado, o tratamento é um transplante de pele”, afirma.
Outros riscos associados à rinomodelação
Além da necrose, existem outros riscos associados à rinomodelação. “As complicações podem ser edemas (inchaço) com infecção, que deixa a região inchada, vermelha, quente ao toque e com bolhas. Pode haver dor intensa no local, mal-estar e febre”, elenca Eyler.
Por isso, os cuidados após a remodelação incluem repouso, evitando esforços físicos, evitar assoar o nariz ou colocar as mãos no local, não usar óculos nos primeiros dias, ficar longe do sol, manter o curativo intacto por 48 horas, dormir com a cabeça levemente elevada e nunca deixar de ir na avaliação marcada pelo médico.
Para evitar que complicações aconteçam, é essencial ter cautela para escolher o profissional de saúde que irá realizar o procedimento, fugindo de modismos. “Nem sempre o mais simples é realmente o mais simples, muito menos o melhor. Cabe ao cirurgião a orientação sobre o mais adequado para cada paciente”, finaliza o especialista.