Dermatologista, é membro efetivo e diretora científica da Sociedade Brasileira de Medicina Estética (RJ), coordenadora m...
iRedatora entusiasta de beleza e nutrição, autora de reportagens sobre alimentação, receitas saudáveis e cuidados pessoais.
iÉ normal que as mães e os pais fiquem curiosos para saber como vai ser o cabelo dos filhos, principalmente se ele irá variar de cor ou de consistência com o passar do tempo. Mas ainda que possam ocorrer mudanças no visual dos pequenos, é preciso lembrar que as madeixas são definidas pela genética, que vem 50% do pai e 50% da mãe.
Mais do que estética, a função primordial do cabelo nos bebês é proteger o couro cabeludo, de modo a evitar a perda de calor pela cabeça. Esse aspecto é fundamental para os recém-nascidos, já que, além de não terem seu sistema imunológico completamente desenvolvido, eles ainda não são capazes de desempenhar inteiramente a regulação da temperatura corporal.
Sejam eles mais cabeludinhos ou mais carequinhas, muitas mamães e papais acreditam que cortar ou raspar o cabelo dos bebês fará com que os novos fios nasçam e cresçam mais rápido. Porém, de acordo com a dermatologista e tricologista Joana D’arc Diniz, isso não passa de um mito. “Não é verdade, pois o crescimento dos fios segue um ciclo”, diz a especialista.
Conforme explica a profissional, os cabelos já possuem sua própria velocidade de crescimento estabelecida por fase do ciclo. O que acontece é que, ao raspar os cabelos do bebê, passamos a observar mais nitidamente a saída dos fios e isso pode dar a falsa impressão de que estão nascendo mais rápido.
A pediatra Patrícia Consorte acrescenta ainda que uma das consequências de raspar o cabelo do bebê são os microtraumas no couro cabeludo. “Além de poderem ser dolorosos, são porta de entrada para microrganismos, podendo gerar infecções. Portanto, é importante lembrar de sempre utilizar produtos clean label na pele e cabelo do bebê para evitar substâncias nocivas, como parabenos”, aconselha.
É normal o cabelo do bebê mudar com o tempo?
Nos primeiros meses do bebê, ocorrem diversas alterações no cabelo, como mudanças na textura, volume e coloração. Segundo a tricologista, tudo isso é considerado normal e esperado. É também durante esse período que o neném perde uma boa quantidade de fios, o que é conhecido como eflúvio neonatal.
Depois dessa fase, a criança passa a assumir sua genética para a quantidade e a cor de cabelos. Portanto, a médica reforça que raspar os cabelos do bebê não irá modificar nenhuma questão que está definida por fatores genéticos e as características capilares do bebê quando nasce e nos primeiros meses de vida não são definitivas.
“Para que um cabelo nasça forte e saudável, ele não precisa ser raspado ou cortado. Ele precisa, na verdade, de uma higiene adequada e uma nutrição balanceada, rica em vitaminas e minerais”, explica Joana D’Arc Diniz.
O processo de crescimento definitivo dos cabelos da criança começa a partir do seu primeiro ano de vida. Se no começo os fios são bem mais finos, com o decorrer do tempo, eles tendem a ficar mais grossos. A expectativa, segundo a médica, é que a cabeça do bebê fique completamente coberta de fios em torno dos três anos de idade.
Qual a idade certa para cortar o cabelo do bebê?
Para Joana D’Arc Diniz, o primeiro corte de cabelo do bebê depende muito da quantidade de fios e da fase em que ele se encontra. A especialista indica o corte somente quando a criança estiver muito cabeluda e isso atrapalhar de alguma forma a higiene, a realização de algum procedimento ou se isso, por algum motivo, incomodar a criança.
“Fora os casos excepcionais, o aconselhado é cortar o cabelo do bebê somente a partir do sexto ou sétimo mês, uma vez que, nessa idade, ele já consegue manter a cabeça mais firme”, orienta a especialista.
Nessas ocasiões, é muito importante buscar um profissional especializado em crianças. Caso a tarefa seja realizada em casa, as médicas recomendam o uso de uma tesoura infantil com pontas arredondadas que oferecem mais segurança. A maquininha não é indicada, porque pode acabar ferindo ou cortando a cabeça da criança.
Mesmo utilizando a tesoura, é fundamental certificar-se de que a criança esteja tranquila e de preferência no colo do responsável ou em uma cadeirinha adequada, para não correr o risco de machucá-la ou de irritar a criança e deixá-la assustada.
Ao realizar o corte, é preciso aparar somente as pontinhas, nas áreas próximas às orelhas, nuca e em cima dos olhos (se for o caso). “É sempre bom colocar uma toalhinha nos ombros do bebê e o melhor é que os fios estejam umedecidos para facilitar o corte e não repuxá-los”, instrui a tricologista.