Diretora Clinica do Citen, Centro Integrado de Terapia Nutricional. Médica graduada pela Universidade Federal de Goiás,...
iOs nomes são estranhos e de difícil compreensão, mas, para começar a compreendê-los, precisamos entender o que são os alimentos funcionais. A definição é muito boa. Difícil, mesmo, é a sua comprovação. Alimentos funcionais, de acordo com a Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, são aqueles que além das funções nutricionais básicas, quando consumidos em dieta usual, produzem efeitos metabólicos e fisiológicos benéficos à saúde, devendo ser seguro para consumo, sem supervisão médica .
Os mais promissores alvos desses alimentos funcionais são as funções gastrintestinais, incluindo aquelas que controlam o tempo do trânsito intestinal; a motilidade intestinal; a proliferação celular da mucosa do intestino; a microflora do intestino grosso; a atividade imunológica; o balanço mineral através do intestino (principalmente cálcio e magnésio) e as alterações no perfil lipídico promovidas pela digestão dos nutrientes. Os prebióticos são carboidratos que não são digeridos, nem absorvidos ao longo do trato gastrintestinal. Dessa forma, eles conseguem chegar até as porções
finais do intestino de maneira intacta e lá eles agiriam como substrato e energia para as bactérias intestinais benéficas. O produto natural dos prebióticos é a chamada inulina, derivada da chicória. Dela se origina a oligofrutose e os frutooligossacarídeos, abreviados como FOS.
A inulina e a oligofrutose estão presentes, naturalmente, em quantidades variadas nas frutas e vegetais. As fontes mais comuns são a banana, o alho, o alho poró, o trigo e a cebola. Os FOS são prebióticos sintéticos. Os ingredientes derivados da inulina são usados como substitutos do açúcar e da gordura (apenas a inulina) como ingredientes para melhorar a textura e o sabor dos alimentos. São usados em laticínios fermentados, gelatinas, sorvetes, bolos, pães, massas e até em fórmulas infantis.
Alguns estudos científicos demonstram que a inulina e seus derivados estimulam o crescimento e a atividade das bactérias intestinais, mudando beneficamente a flora intestinal no sentido de predomínio dos lactobacilos e bífidobactérias. Além disso, são promissores os estudos que relacionam a ingestão dos prebióticos a um balanço positivo de cálcio e magnésio no organismo. Entretanto, outros trabalhos publicados apresentam resultados contraditórios, revelando que há muito, ainda, o que estudar sobre esses alimentos.
Probióticos
Os probióticos são suplementos microbianos vivos utilizados no preparo de laticínios fermentados - tais como iogurtes - que sobrevivem à passagem pelo intestino delgado e se estabelecem transitoriamente no intestino grosso. Esses microorganismos são bactérias produtoras de ácido lático, principalmente da espécie dos lactobacilos e estreptococos. Os probióticos com suas bactérias benfeitoras têm sido relacionados a vários efeitos benéficos à saúde, o que poderia fazer deles fortíssimos candidatos a alimentos funcionais.
Dentre os efeitos benéficos atribuídos aos probióticos, podemos destacar:
(1) Aumentam a resistência ao crescimento de bactérias patogênicas e melhoram a imunidade do intestino;
(2) Previnem e reduzem o curso de diarréias na infância, tanto bacterianas como virais (como o rotavírus);
(3) Exercem efeitos preventivos e terapêuticos nas doenças inflamatórias intestinais, no câncer intestinal e na Síndrome do Colon Irritável;
(4) Facilitam a erradicação do H pylori, bactéria relacionada ao câncer gástrico;
(5) Geralmente, são aceitos por pessoas com intolerância à lactose, que não toleram a ingestão do próprio leite. Isso acontece porque durante a fermentação do leite a lactose é parcialmente hidrolizada.
Apesar das várias indicações dos efeitos benéficos dos probióticos, os resultados dos estudos científicos ainda são inconsistentes e contraditórios para apontarmos esses alimentos como funcionais. O conceito de alimento funcional vai além da definição de alimento saudável, para ser funcional, o alimento deve realmente ter efeitos benéficos à saúde, além de nutrir o organismo.
Ellen Simone Paiva é médica especializada em endocrinologia e nutrologia. Mestre em Medicina na área de nutrição e diabetes pela USP. Titular da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, SBEM e da ABRAN, Associação Brasileira de Nutrologia. Diretora clínica do CITEN - Centro Integrado de Terapia Nutricional.
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