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O apresentador Fausto Silva, de 73 anos, terá que passar por um transplante de coração, segundo o Hospital Albert Einstein. Faustão está internado no local desde o dia 5 de agosto para realizar um tratamento compensatório para insuficiência cardíaca.
De acordo com nota divulgada pelo hospital, o quadro do apresentador agravou, sendo necessário realizar o transplante. Além disso, Faustão está em diálise, um processo de filtração do sangue para eliminar o excesso de líquidos e toxinas do organismo, suplementando a função dos rins.
Ainda segundo o hospital, o apresentador já foi incluído na fila única de transplantes, que é gerenciada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A fila leva em consideração o tempo de espera, a tipagem sanguínea e a gravidade do caso para compreender a ordem de prioridade.
Como funciona o transplante cardíaco?
O transplante cardíaco é um procedimento necessário em casos de insuficiência cardíaca que não estão respondendo ao tratamento medicamentoso. “O transplante é um procedimento complexo, no qual é preciso existir um doador compatível e uma equipe multidisciplinar capaz de captar o órgão doado e trazer em tempo hábil para implante no receptor”, explica Alexandre Soeiro, cardiologista do Hcor.
A insuficiência cardíaca é uma condição em que o coração está mais fraco do que o normal e não consegue bombear sangue de maneira adequada. O quadro resulta na diminuição do fluxo sanguíneo, levando a sintomas como falta de ar, inchaço no abdômen e nos pés, pulso irregular, fadiga e necessidade de urinar à noite.
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Para tratar a condição, são usados medicamentos que ajudam o coração a contrair adequadamente e a trabalhar mais aliviado, conforme explica Alexandre. O tratamento compensatório, do qual Faustão está passando em sua internação, faz parte desse método. Podem ser usados, ainda, anti-hipertensivos, diuréticos para diminuir o inchaço, e vasodilatadores.
Quando o tratamento medicamentoso deixa de ser suficiente e o quadro de insuficiência cardíaca se agrava, o transplante passa a ser necessário. “O transplante é necessário em casos refratários, nos quais há falha no tratamento com remédios e o quadro se torna irreversível”, afirma o cardiologista.
Para que o transplante seja realizado, é preciso que o coração seja compatível geneticamente com o paciente. Em condições específicas, um coração artificial pode ser usado durante o período de espera pelo órgão compatível. No entanto, esse é um procedimento complexo e de alto custo.
A partir do procedimento, há uma série de recomendações para que o órgão não seja rejeitado. “O paciente passa a seguir uma rotina de consultas frequentes para controle e ajustes de terapia. Além disso, passa a usar imunossupressores para o resto da vida, com intuito de evitar rejeição ao órgão transplantado”, explica Alexandre. “Mas a qualidade de vida, em geral, é boa e ele pode retornar quase que a todas suas atividades habituais”, completa.
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Atualmente, a taxa de sobrevida média de uma pessoa que passou por transplante cardíaco é de, aproximadamente, 8 a 10 anos. Até março, havia 310 adultos e 59 crianças na fila de espera por um transplante de coração no Brasil, segundo o Registro Brasileiro de Transplantes, da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).