Psicóloga com pós-graduação em Psicologia Hospitalar, cursando formação clínica na abordagem ACP (Abordagem Centrada na...
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Desde a pandemia de COVID-19, em que medidas sanitárias foram necessárias para conter a circulação do coronavírus, muitas pessoas têm buscado a mudança de hábitos em prol da melhor qualidade de vida. Uma nova pesquisa mostrou que os cuidados com o bem-estar e saúde tornaram-se prioridade nos últimos anos.
De acordo com o estudo Health & Wellness, realizado pela dsm-firmenich - empresa de inovação em nutrição, saúde e beleza, - feita em 11 países latino-americanos, 59% das pessoas reduziram o consumo de açúcar desde 2021, quando a edição anterior da pesquisa foi realizada. Além disso, 58% estão buscando uma alimentação mais saudável para os filhos e 57% para si mesmos.
Outras mudanças de hábitos notadas pelo estudo foi o aumento das horas de sono, citado por 50% dos entrevistados, maior frequência de exercícios físicos (48%) e inclusão de suplementos vitamínicos na rotina (39%). No Brasil, as principais alterações na rotina foram a alimentação saudável e equilíbrio entre corpo e mente.
“A pandemia trouxe dois fatores importantes para a sociedade, que são evidenciadas na pesquisa: a preocupação com a saúde física e a priorização das relações pessoais. Esses fatores fizeram com que as pessoas olhassem melhor para si e adotassem medidas preventivas, com novos hábitos para uma vida mais equilibrada e saudável”, reforça Giovani Saggioro, vice-presidente de Health, Nutrition and Care da dsm-firmenich na América Latina.
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A pesquisa entrevistou, no primeiro bimestre de 2023, 6.150 pessoas da Argentina, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Chile, Equador, Guatemala, México, Panamá, Peru e República Dominicana. O levantamento é feito a cada dois anos, com o objetivo de entender a relação entre saúde e nutrição da população, bem como suas mudanças de hábitos.
Uso de suplementos aumentou nos últimos anos
O estudo também observou o aumento do uso de suplementos alimentares, que cresceu de 50% para 61% desde 2019. Segundo os dados, o Brasil e a Colômbia foram os países que apresentaram os maiores percentuais nos últimos dois anos, com 64% e 68% respectivamente.
Para os brasileiros, os principais benefícios buscados foram o reforço de nutrientes essenciais no organismo (50%), redução de estresse (44%), melhora da performance em exercícios físicos (44%), mais energia (42%) e redução de dores musculares (40%).
“O fato de estarmos mais atentos ao corpo e à mente, e dispostos a adotar novos hábitos, é muito importante e representa uma tendência crescente no consumo, com pessoas mais preocupadas com a composição dos alimentos e bebidas, além de buscarem reforços para suplementar sua dieta”, explica Giovani.
Oito em cada dez disseram ter algum problema de saúde mental no pós-pandemia
Outro dado apresentado pela pesquisa é em relação à saúde física e mental dos entrevistados: 80% declararam ter algum tipo de enfermidade e, no pós-pandemia, questões relacionadas à saúde mental e emocional foram as que mais cresceram. Os principais problemas relatados foram estresse, dificuldade para dormir, depressão e falta de concentração, que cresceram de 39% para 51% desde 2019.
Enfermidades adquiridas ao longo da vida apareceram em segundo lugar: 41% dos relatos incluíram dor de cabeça e hipertensão, 28% incluíram dores musculares, 25% má digestão, 23% cansaço físico e falta de energia, 21% doenças oculares, 18% alterações no peso, 14% resfriados e gripes frequente e 11% mudanças na aparência da pele.
O levantamento também apontou uma redução na percepção de saúde como “boa” ou “excelente”, passando de 78% para 74% entre 2021 e 2023. Pessoas acima dos 65 anos são as que melhor se avaliam (79%), contra 69% dos jovens de 18 a 24 anos.
A percepção de saúde melhora em relação aos filhos. Nove entre dez pais consideram a saúde das crianças como “boa” ou “excelente”. Em relação à saúde física e mental dos filhos, imunidade e saúde emocional foram as principais preocupações relatadas (71%).
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As outras questões citadas pelo estudo foram a preocupação com a saúde dos ossos e dentes (70%), dos olhos (69%), do sono (68%), sedentarismo e redução das atividades físicas e mentais (67%), memória e saúde do coração (66%), falta de concentração, crescimento, prevenção de alergias e intolerâncias alimentares (65%), digestão (64%), falta ou excesso de energia (63%) e estresse (62%).
Por fim, o levantamento também notou uma maior preocupação com as relações familiares, com a brincadeira entre pais e filhos como uma prioridade. Nesse período, também destacou-se a preocupação com telas e equipamentos digitais, mencionada por 82% dos entrevistados.
Um outro estudo, publicado em 2017 no American College of Sports Medicine, já havia mostrado que as crianças podem aproveitar mais as atividades e brincadeiras quando estão acompanhadas dos pais, o que pode diminuir o tempo em celulares e outras telas.
“Passeios como piqueniques, brincadeiras ao ar livre e atividades que estimulem a criatividade são ótimas opções”, comentou a psicóloga Mayara Gomes, do Grupo Prontobaby, em matéria publicada anteriormente no MinhaVida, em que damos algumas dicas de como diminuir o tempo que seu filho passa no celular ou tablet.