Médico ortopedista há mais de 20 anos, o Dr. Cleber Furlan atua diariamente em seu consultório com foco no diagnóstico,...
iA cirurgia do quadril é recomendada para situações em que o paciente apresenta problemas na articulação, causando dores, incapacidade funcional e dificultando atividades básicas do dia a dia, como trocar de roupa, amarrar um sapato ou limpar a casa. Essa condição afeta a qualidade de vida e faz com que o paciente necessite, mediante o diagnóstico preciso, de uma intervenção cirúrgica conhecida como artroplastia de quadril.
Esse procedimento implica na colocação de uma prótese, que pode ser:
- Total: em que se troca o fêmur e o acetábulo)
- Parcial: em que se troca somente o fêmur
- De superfície: em que se cobre a cabeça do fêmur
As próteses totais substituem o fêmur e o acetábulo, enquanto as próteses parciais são posicionadas somente no lugar do fêmur. Quanto às de superfície de contato, estas apenas cobrem a cabeça do fêmur, sem necessidade de substituição, variando quanto à durabilidade a depender da composição - cerâmica, polietileno ou metal.
Todos os anos, mais de 30 mil próteses de quadril são implantadas no Brasil e, nos Estados Unidos, mais de 300 mil ao ano.
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Alterações no quadril
A artrose de quadril é uma degeneração da articulação formada pela cabeça do fêmur e pelo acetábulo, ou seja, a ligação entre a bacia e as pernas - os membros inferiores. Situada na bacia, a cabeça do fêmur atua como uma chave sobre uma fechadura (acetábulo).
Esse encaixe “chave-fechadura”, quando irregular, provoca um desgaste precoce. Da mesma forma, indivíduos que apresentaram alteração na formação do quadril já no período embrionário nascem com uma displasia, conhecida como luxação.
Deve-se atentar também às infecções da articulação, como a pioartrite e a osteonecrose , que podem levar a um quadro semelhante de desgaste. Em caso de fratura material, a situação pode ser ainda mais grave, considerando a necessidade de cirurgia de urgência. Em todos os casos há necessidade de uma reabilitação assistida de acompanhamento médico de qualidade.
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Cirurgia costuma ser simples
Para quem está prestes a passar por esse procedimento, vale dizer que é simples e a recuperação, rápida. Mas o pós-operatório de quadril varia muito com a técnica e com as condições do paciente. Quanto mais forte e jovem a musculatura, com o suporte de fisioterapia, mais rápida é a reabilitação. Estima-se que entre 24 a 48 horas já seja possível dar os primeiros passos com andador e com carga parcial.
Com a colocação das próteses, a partir da correta cicatrização dos tecidos moles, que são os músculos e os tendões, prevê-se um período de 45 dias até o restabelecimento das atividades normais do dia a dia.
Quanto às complicações dessas próteses de quadril, há riscos de contrair infecção e tromboembolismo. Ao mesmo tempo, no pós-operatório imediato e tardio, a principal complicação é a luxação, que é prejudicial à durabilidade da prótese inserida.
Por isso, recomenda-se três meses de acompanhamento médico, condicionado por um profissional cirurgião e fisioterapeuta, que devem analisar quaisquer intercorrências, problemas ou queixas do paciente. A prótese, por sua vez, exige um acompanhamento anual de radiografias e supervisão médica, de forma a prevenir a luxação e a soltura, que pode ocorrer por uma fragilidade na relação com o osso.
De resto, é vida nova!
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