Médico ortopedista há mais de 20 anos, o Dr. Cleber Furlan atua diariamente em seu consultório com foco no diagnóstico,...
iA dor nas costas em crianças e adolescentes é um tema que precisa ser analisado com atenção, já que se trata de um grupo de pacientes que está em fase de crescimento, portanto, dores na região da coluna são raras.
Dentro disso, é comum associar a dor à escoliose, embora esta não deva ser nunca considerada um fator de causa. A escoliose não causa dor no paciente em crescimento, como é o caso de jovens e adolescentes. Nessa faixa etária, a queixa deve ser considerada significativa quando chega ao consultório.
Para isso, torna-se fundamental a realização de exames físicos e neurológicos, com o apoio de exames complementares (como ressonância, por exemplo), para alcançar o diagnóstico preciso dos possíveis traumas, fraturas ou contusões sofridas pela criança ou adolescente. Assim, mesmo com sintomas e sinais mínimos, é possível desvendar uma doença grave que pode estar por trás dessas dores.
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É o que se observa no quadro de dores ou problemas sistêmicos, já que o paciente pode apresentar sintomas de febre, tremor e perda de peso - principalmente, em esqueletos em crescimento. Ou até mesmo os problemas neurológicos, nos quais é possível observar alterações de sensibilidade, de fraqueza, sensitivas e até de perda de controle do esfíncter, ou seja, o paciente perde o controle urinário e fecal.
Exames
O exame físico é uma análise ortopédica e neurológica com o objetivo de verificar a ocorrência de escoliose, que se trata de uma deformidade na coluna, bem como da cifose - em especial a torácica - e da lordose. Além dessas, exame visa diagnosticar possíveis contraturas, pontos dolorosos na pele e musculatura dolorida ou travada.
O exame neurológico, por sua vez, analisa movimentos de coordenação, a função motora de força e de sensibilidade, além de outros testes específicos. Em pacientes em crescimento, que apresentam uma dor contínua ou progressiva nas costas, assim como sintomas de febre, mal-estar, perda de peso, perda urinária e de sinais neurológicos, já se configura um quadro preocupante. Quando se trata de crianças com menos de quatro anos ou que sofrem de escoliose, estes casos requerem diagnósticos mais determinantes.
Dores
A lesão mecânica, por exemplo, é comumente observada em crianças que passam de dez a doze horas, ou até mais, sentadas de forma irregular. Essa má postura causa uma distensão muscular que pode ser uma fratura oculta ou decorrente de uma síndrome de excesso de uso, quando a criança participa regularmente de exercícios de impacto.
Nesses casos, é importante buscar um diagnóstico auxiliado por exames de ressonância ou cintilografia. Com isso, é possível analisar a ocorrência de um escorregamento de vértebras e a alteração do próprio desenvolvimento corporal.
Nessa linha, em função da fase de crescimento mediante postura irregular, é possível observar também o começo de uma escoliose, de uma cifose ou até identificar a doença de Scheuermann, que afeta a coluna torácica. O diagnóstico é essencial para prever, ainda, outros quadros, como uma doença inflamatória decorrente de uma infecção na garganta; uma dicite, que é a inflamação do disco; uma osteomielite, que é uma infecção óssea; doenças endocrinológicas, genéticas e até alterações musculares.
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