Dr. Carlos Moraes se graduou na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo em 1991. Fez Residência Médica...
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O herpes na gravidez é uma condição potencialmente perigosa. Quando a infecção pelo vírus herpes (HSV) ocorre durante a gestação, o feto pode ser contaminado ainda dentro do útero ou durante o parto, o que pode levar a sequelas ou, até mesmo, à morte fetal.
No entanto, a transmissão do herpes para o bebê geralmente acontece na passagem pelo canal do parto quando a infecção está ativa. Ou seja, quando os sintomas estão visíveis, como as bolhas ao redor da região genital.
Em mulheres que já foram infectadas ao longo da vida, antes da gravidez, e que não estão com o herpes ativo no momento do parto, a transmissão nem sempre acontece e os bebês podem nascer saudáveis.
Por isso, é fundamental conversar com um médico para entender qual pode ser a melhor opção de parto e tratamentos para reduzir o risco de transmissão do vírus para o bebê. Entenda mais sobre o assunto no conteúdo a seguir.
O que é herpes e como ele é transmitido?
O herpes é uma infecção viral que causa bolhas na boca ou na região genital. É causado pelo vírus herpes simples (HSV) e é uma doença relativamente comum, atingindo cerca de 70% da população mundial, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A transmissão do herpes ocorre através do contato com a saliva ou da mucosa de uma pessoa infectada pelo vírus, mesmo quando a infecção não está ativa. Isso porque o vírus, uma vez no organismo, pode ficar um tempo inativo, sem apresentar sintomas, mas, ainda assim, ser contagioso.
Com isso, o herpes labial na gravidez pode ser transmitido para o bebê através da transmissão vertical (ainda dentro do útero). Já o herpes genital costuma ser contagioso durante o nascimento, devido ao contato com o canal do parto com infecção ativa, mas também pode ocorrer de forma intrauterina, apesar de ser mais raro.
Sintomas de herpes na gravidez
Os principais sintomas de herpes incluem:
- Coceira e ardência no local onde as lesões costumam surgir, como boca, lábios, gengivas e região genital
- Surgimento de bolhas agrupadas no local infectado
- Rompimento das bolhas, que libera líquido virulento
- Formação de cascas das feridas
- Febre
Quais são os riscos do herpes na gravidez?
De acordo com Carlos Moraes, ginecologista e obstetra pela Santa Casa/SP, membro da FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), os riscos da herpes na gravidez dependem de quando a gestante foi infectada.
“Existem duas situações: a primeira é quando é a primeira infecção da gestante, que costuma ser um quadro mais intenso, com a formação de bolhas bastante dolorosas. A outra é quando a paciente já tinha sido infectada antes da gestação e o período de crise acontece durante a gravidez”, explica o especialista.
No primeiro caso, o herpes na gravidez é perigoso e pode ocorrer contaminação fetal. Já no segundo caso, é possível que a infecção não fique ativa durante a gestação e nem durante o parto, aumentando as possibilidades de o bebê nascer saudável.
Por outro lado, a gestação pode debilitar o sistema imunológico, o que aumenta o risco de o herpes genital ser ativado durante a gravidez. “Na presença de crise ativa, ou seja, quando aparecem as bolhas na região genital, o parto normal está contraindicado e a recomendação é realizar uma cesariana”, afirma Carlos.
Quando há a contaminação do feto as consequências para o bebê podem incluir:
- Malformações do feto
- Problemas de pele, olhos e mucosas
- Sequelas neurológicas, como epilepsia, retardo do desenvolvimento, déficit cognitivo e cegueira
- Infecções generalizadas, quando o vírus atinge outros órgãos como pulmões, fígado e cérebro
- Morte do feto ao nascer ou aborto espontâneo, em casos graves
Tratamento de herpes na gravidez
O tratamento de herpes na gravidez pode ser feito tanto com uso de pomadas quanto com medicamentos antivirais. “Para as gestantes, o tratamento tópico, ou seja, apenas no local das feridas, é a primeira opção. Mas, eventualmente, pode ser utilizado o tratamento via oral com uma boa segurança”, afirma o ginecologista.
Entre as opções mais comuns para o tratamento de herpes, estão: