Médico Dermatologista Especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Graduado pela USP em 1976. Mestre, D...
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O que é Herpes simples?
O herpes é uma infecção viral contagiosa que causa, geralmente, bolhas na boca ou na região genital (como pênis e vagina). Porém, essas feridas podem aparecer em qualquer outra parte do corpo. É uma doença bastante comum: de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 70% da população mundial já entrou em contato com o vírus do herpes.
Existem dois tipos de vírus de herpes simples: o herpes simples tipo 1 (HSV - 1) e o herpes simples tipo 2 (HSV - 2). O tipo 1 é transmitido, principalmente, por contato oral, ocasionando pequenas bolhas ao redor dos lábios ou na cavidade interna da boca. A doença causada por ele é popularmente conhecida como herpes labial. Já o tipo 2 causa o herpes genital, uma infecção sexualmente transmissível que ocasiona feridas e bolhas na região genital.
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Agora que você já sabe o que é herpes, veja a seguir, com mais detalhes, como acontece a transmissão, os principais sintomas, como tratar e se tem cura ou não. Confira!
Causas
A transmissão do herpes se dá pelo contato com a saliva ou mucosa de uma pessoa infectada pelo vírus, mesmo que a lesão não esteja ativa. Isso acontece porque o vírus pode ficar um tempo inativo no organismo, sem apresentar sintomas, porém, ainda assim, sendo contagioso.
Quando as lesões estão ativas, as principais causas do herpes são a transmissão por saliva, por relações sexuais, por transmissão vertical (gestante ao feto) e transmissão durante o nascimento (mãe ao bebê). Vamos falar mais sobre isso a seguir:
Como se pega herpes labial (tipo 1)?
Segundo especialistas, as formas de transmissão do herpes labial são:
- Beijo: durante o beijo, seja na boca ou no rosto, há troca de saliva e o vírus do herpes pode ser transmitido por meio dela;
- Uso compartilhado de utensílios: dividir copos ou talheres é uma fonte fácil de contágio do herpes, pois há o contato com a saliva infectada;
- Sexo oral: durante o contato genital-oral, o vírus do herpes simples será transmitindo para a área genital, podendo causar, nesse caso, herpes genital.
Como se pega o herpes genital (tipo 2)?
O herpes genital, geralmente, é transmitido através das relações sexuais. Mas também pode ocorrer por meio da transmissão vertical e durante o parto. Entenda a seguir:
- Relação sexual: ao fazer sexo desprotegido, sem o uso de preservativo, a contaminação acontece através da troca de fluídos entre uma pessoa infectada e outra não infectada. Como vimos anteriormente, o sexo oral também é uma fonte de transmissão;
- Transmissão vertical: pode acontecer durante a gestação, em que a mãe contaminada pode transmitir o vírus do herpes simples para o bebê. Segundo estudos, a transmissão pode ocorrer tanto intra útero próximo do parto ou no pós-parto;
- Transmissão no momento do nascimento: esse tipo de contaminação pode acontecer caso a mãe esteja com o vírus do herpes ativo. É mais comum em mães muito jovens, que possuem uma menor quantidade de anticorpos capazes de combater o vírus do herpes.
Tipos
Existem dois tipos de herpes: herpes labial (herpes simples tipo 1 ou HSV-1) e herpes genital (herpes simples tipo 2 ou HSV-2).
Herpes labial
O herpes labial é o nome popular para o herpes tipo 1. Normalmente, é associado a infecções nos lábios, boca e face. Afinal, frequentemente, o vírus HSV 1 causa feridas nestas regiões, como aftas e bolhas agrupadas nos lábios ou no rosto. Também pode levar a uma infecção no revestimento do cérebro (meningoencefalite).
Esse é o vírus mais comum de herpes simples e muitas pessoas têm o primeiro contato com ele na infância. Pode ser transmitido por meio do contato com a saliva infectada.
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Herpes genital
O herpes genital é o nome popular para herpes tipo 2, geralmente transmitido por relações sexuais, provocando coceira, bolhas ou, até mesmo, úlceras e feridas genitais dos homens e das mulheres. O herpes genital masculino é caracterizado por lesões no pênis, saco escrotal, coxas e uretra. Já o herpes genital feminino causa bolhas na vagina, vulva e, em alguns casos, no colo do útero.
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Tanto nos homens, quanto nas mulheres, podem surgir, ainda, lesões no ânus, nádegas e boca. Nesse último caso, a transmissão pode ter ocorrido através do sexo oral. A contaminação também pode ocorrer na gravidez, entre a gestante e o feto ou bebê (após o nascimento), como veremos adiante.
Sintomas
Os sintomas do herpes podem variar de acordo com o tipo de vírus, mas, no geral, apresentam características em comum. São elas:
- Coceira e ardência no local onde surgirão as lesões (boca, lábios e gengivas, no caso do herpes labial, ou nos genitais, no caso do herpes genital);
- Surgimento de bolhas agrupadas no local infectado;
- Rompimento das bolhas, liberando líquido rico em vírus e formando uma ferida;
- Formação de cascas quando as feridas começam a cicatrizar.
Além disso, outros sintomas podem vir acompanhados das lesões, como:
- Nódulos linfáticos aumentados no pescoço ou na virilha (geralmente, no momento inicial da infecção);
- Febre.
Saiba mais: Quais são os riscos de beijar uma pessoa com herpes?
O período sintomático da infecção pode durar de cinco a 10 dias. Após a primeira infecção, o vírus continua no organismo, mas inativo. A reativação pode acontecer devido a fatores como: exposição à luz solar intensa, estresse emocional, febre ou queda no sistema imunológico. Há, ainda, pessoas que passam toda a vida sem manifestar a doença, apesar de terem contraído o vírus. Isso acontece pois sua imunidade, fortalecida, não permite o desenvolvimento da doença.
Diagnóstico
O diagnóstico do herpes simples pode ser feito através da observação clínica. Os médicos, muitas vezes, conseguem detectar uma infecção ao dar atenção especial às feridas. Inclusive, como o vírus pode causar episódios recorrentes de recidiva, o paciente pode reconhecer facilmente os gatilhos para a ativação das lesões, ficando mais fácil de identificar o problema.
Caso ache necessário, o médico pode solicitar alguns exames para confirmar a presença do vírus do herpes simples, como:
- Exame de cultura, com raspagem de uma amostra do material da lesão;
- Exames de sangue para anticorpos de HSV (sorologia);Teste de anticorpo fluorescente direto das células extraídas de uma lesão;
- PCR (reação em cadeia da polimerase), que identifica o DNA do herpes simples no material da ferida.
Buscando ajuda médica
Ao notar as feridas nas bolhas ou rosto, o recomendado é buscar ajuda médica. Existem muitas doenças diferentes que podem causar lesões similares ao do herpes, principalmente na região genital. Portanto, a consulta com um especialista é extremamente importante. Entre as especialidades que podem diagnosticar herpes simples estão:
- Clínica médica;
- Infectologia;
- Imunologia;
- Dermatologia;
- Urologia;
- Ginecologia.
Para otimizar seu tempo na consulta, uma dica é levar algumas informações, como todos os sintomas que está sentindo, quando eles apareceram e o seu histórico médico.
Tratamento
Alguns casos de herpes simples são leves e somente precisam de tratamentos tópicos, com o uso de pomada para herpes ou de medicamentos via oral. No entanto, pessoas que têm surtos graves ou prolongados (principalmente se for o primeiro episódio de infecção), com sistema imunológico ou que têm recorrência frequente, talvez necessitem do uso de medicamentos antivirais, seja por via oral ou intravenosa.
Pacientes com recorrências graves ou frequentes de herpes oral ou genital podem optar por continuar com os medicamentos antivirais para reduzir a frequência e a gravidade dessas recorrências.
Medicamentos
No tratamento do herpes, podem ser utilizadas tanto pomadas quanto medicamentos via oral. Os mais comuns são:
Pomada para herpes
- Aciclovir;
- Penciclovir.
Medicamentos orais
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e da bula.
Tem cura?
O herpes não tem cura. Contudo, os tratamentos auxiliam no desaparecimento de sintomas. As lesões orais ou genitais do herpes simples costumam desaparecer sozinhas de cinco a 10 dias. A infecção pode se agravar e durar mais tempo em pessoas que sofrem de alguma doença que enfraquece o sistema imunológico.
Prevenção
É difícil de prevenir a infecção do herpes simples, pois o vírus pode ser espalhado mesmo por pessoas que não apresentam sintomas de um surto ativo. Porém, alguns comportamentos podem auxiliar na prevenção, como:
- Evitar contato direto com uma lesão aberta;
- Evitar contato sexual enquanto houver lesões ativas, suas ou de seu parceiro/parceira;
- Usar preservativo durante relações sexuais;
- Evitar contato (como beijos) com recém-nascidos ou crianças com eczema;
- Evitar contato com pessoas com doenças autoimunes.
Para minimizar o risco de infectar recém-nascidos, é recomendada a cesariana para gestantes que possuem uma infecção ativa de herpes no momento do parto.
Complicações possíveis
Apesar de não ser uma doença grave, o herpes simples não tratado pode levar a algumas complicações de saúde, como:
- Erupção variceliforme (herpes espalhada pela pele);
- Encefalite;
- Infecção do olho;
- Infecção da traqueia;
- Meningite;
- Pneumonia;
- Infecção prolongada grave em indivíduos imunossuprimidos.
Referências
Revisado por: Dr. Vitor Reis, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia – CRM: 27767
Ministério da Saúde
Sociedade Brasileira de Dermatologia
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