Formação pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, especialização em Neurologia pelo Hospital das Clínica...
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Os remédios para dor de cabeça mais usados são os analgésicos simples ou combinados e anti-inflamatórios não esteroides, mas a indicação pode variar de acordo com o tipo de cefaleia.
É importante lembrar que a dor de cabeça é um sintoma que pode estar presente em diversas doenças e condições e o tratamento deverá ser direcionado ao controle do problema secundário, como gripe, sinusite ou mesmo problemas na visão. Contudo, na maioria dos casos, a cefaleia não é atribuída a nenhuma alteração do organismo e se manifesta como um sintoma único, isto é, sem relação com outras doenças.
A mais comum, chamada de cefaleia de tensão, é causada pela contração involuntária e crônica dos músculos na parte de trás do pescoço, que pode ser causada por estresse, cansaço, falta de sono e ansiedade.
Os medicamentos estão disponíveis em farmácias sem necessidade de prescrição, mas é importante ter atenção às contraindicações e não usá-los em doses maiores do que as recomendadas. Para entender melhor a diferença entre as indicações de remédios para dor de cabeça, listamos, abaixo, as opções mais populares. Confira!
1. Paracetamol
Indicado especialmente para o alívio temporário de dores leves a moderadas, o paracetamol é um analgésico adulto que age bloqueando a enzima COX-2, responsável por processos orgânicos que causam dor de cabeça. O medicamento pode ser encontrado na forma de genérico ou com nome comercial, como Naldecon Dia, Naldecon Noite e Tylenol.
O medicamento é contraindicado para pessoas com alergia aos componentes da fórmula. Se você estiver grávida ou amamentando, consulte o médico.
2. Dipirona
Assim como o paracetamol, a dipirona é um analgésico e antitérmico de uso adulto que age no alívio temporário da dor de cabeça, sendo administrada via oral, em comprimido ou gotas. O medicamento pode apresentar outros nomes comerciais, como Dorflex®. A dipirona integra o grupo dos medicamentos isentos de prescrição (MIPs), mas deve ser usada com ressalvas.
O medicamento é contraindicado para pessoas com alergia ou intolerância à dipirona ou a qualquer um dos componentes da fórmula, com a função da medula óssea prejudicada ou com doenças do sistema hematopoiético. Ele também não é indicado na gravidez ou na amamentação sem orientação médica.
3. Ibuprofeno
Recomendado para tratar inflamações não tão intensas, o ibuprofeno é um medicamento de uso adulto que compõe o grupo de anti-inflamatórios não esteroides (AINES), que agem no organismo inibindo a produção de substâncias inflamatórias, como a prostaglandina, contribuindo para o alívio do quadro de dor de cabeça. Ele pode ser encontrado em gotas, cápsulas e comprimidos.
As contraindicações do ibuprofeno existem para cardiopatas, pacientes renais crônicos e alérgicos a anti-inflamatórios não hormonais. Ele também deve ser usado com cautela por idosos devido ao risco de piora da função renal. Gestantes e lactantes não devem usá-los sem orientação médica.
4. Ácido acetilsalicílico
O ácido acetilsalicílico, que pode ser encontrado com o nome comercial Aspirina®, é uma substância que pertence ao grupo de substâncias anti-inflamatórias não esteroides e, como o ibuprofeno, inibe a formação de substâncias mensageiras da dor, propiciando alívio da dor de cabeça.
O medicamento é contraindicado para pessoas com alergia ao ácido acetilsalicílico e a outros medicamentos da mesma classe da Aspirina (salicilatos), com histórico de crise de asma causada pelo uso de salicilatos e de úlceras do estômago ou do intestino. Ele também não é indicado para pessoas com insuficiência renal grave, insuficiência hepática grave e insuficiência cardíaca grave.
Na gravidez e na amamentação, ele também não deve ser administrado sem orientação. Se você estiver com suspeita de gravidez, avise o seu médico.
Remédio para dor de cabeça na gravidez
Durante a gravidez, a recomendação é evitar a administração de qualquer tipo de medicamento, mesmo aqueles que visam o alívio de problemas simples, como dor de cabeça. Contudo, analgésicos simples podem ser indicados para casos de dor moderada a intensa, segundo Caio Grava Simioni, neurologista do Fleury Medicina e Saúde.
Apesar do baixo risco de malformações fetais, Caio relembra um recente estudo, publicado na Nature Review Endocrinol, que associou o consumo do paracetamol por gestantes a problemas como transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), transtorno do espectro autista (TEA), problemas de aquisição de linguagem e malformações genitais em crianças expostas à medicação.
“A recomendação é que o medicamento seja empregado somente para o tratamento de dores mais intensas e pelo menor tempo possível neste período, uma vez que não há muitas alternativas para este fim durante a gravidez”, aponta o especialista.
Por fim, Caio acrescenta que os anti-inflamatórios não hormonais devem ser evitados no terceiro trimestre de gestação devido ao risco de cardiopatias fetais. No caso de dúvidas, é importante consultar um especialista.