Dra. Gisela Savioli é nutricionista clínica funcional, fitoterapeuta, além de especialista em Saúde da Mulher no Climaté...
iJornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
i“Comer menos para viver mais”: você já ouviu falar nesse lema? Existem muitos profissionais de saúde que recomendam esse método como uma forma de tornar as dietas mais eficazes e acabar com a compulsão alimentar, mas será que na prática isso realmente funciona? Para esclarecer se comer menos pode, de fato, ajudar a ter uma vida mais longa e saudável, entrevistamos a nutricionista Gisela Savioli que apresentou um estudo que comprova os benefícios da restrição calórica e como ela pode ser incorporada no seu dia a dia. Acompanhe!
Comer menos ajuda na longevidade: mito ou verdade?
A redução da ingestão de calorias tem sido associada a vários benefícios para a saúde, como a redução do risco de doenças crônicas, melhora da função cognitiva e, até mesmo, o aumento da longevidade. Essa teoria se baseia no fato de que o metabolismo das células é mais eficiente quando há uma menor quantidade de calorias disponíveis, refletindo na prevenção de danos oxidativos e de inflamações no organismo. Além disso, Gisela alerta que vivemos em um contrassenso perigoso:
“Comemos mais quantidade de comida do que no passado, porém estamos cada vez mais desnutridos. É neste contexto que a restrição calórica pode ser defendida. O foco não é só cortar calorias, mas especialmente diminuir a quantidade das chamadas calorias vazias e ampliar o aporte nutricional”, revelou a nutricionista.
Comer menos ajuda a viver mais: estudos científicos comprovam a teoria
Gisela conta que uma alimentação mais restritiva, porém sem causar qualquer tipo de desnutrição, tem se mostrado capaz de aumentar entre 20 a 50% a expectativa de vida quando é testada de maneira controlada em animais. O estudo Caloric Restriction Delays Disease Onset and Mortality in Rhesus Monkeys feito com macacos em 2009 é o verdadeiro reflexo disso.
Nele um grupo de primatas recebeu uma dieta saudável, mas moderadamente restritiva, e o outro grupo poderia comer à vontade. No grupo de macacos com alimentação à vontade, 37% morreram em comparação a apenas 13% daqueles que receberam comida de forma controlada. Além disso, os animais que receberam uma alimentação controlada apresentaram menor risco de desenvolver doenças como diabetes, câncer, doença cardiovascular e atrofia cerebral em relação ao grupo que comia de tudo, sem restrição.
Como comer menos de forma saudável?
Para comer menos de forma segura e saudável, é fundamental garantir que a dieta seja equilibrada e forneça todos os nutrientes essenciais para o bom funcionamento do organismo. A nutricionista Gisela Savioli ainda ressalta que a alimentação precisa ser o mais natural possível: “Um refrigerante zero não tem calorias, porém é muito mais nocivo, perigoso e contra-indicado do que um abacate, um tomate ou uma maçã”, exemplifica. Por isso, restringir caloria é algo que precisa ser individualizado, comprometido e de preferência com apoio profissional para levar em conta os macronutrientes carboidratos, gorduras e especialmente proteínas - que não podem ser reduzidas sem avaliação.
Quais nutrientes devemos priorizar nesse método?
Comer menos não significa que devemos parar de ingerir determinados nutrientes. Muito pelo contrário! É crucial garantir a ingestão adequada de todos eles para manter o organismo em pleno funcionamento. A especialista conta que todos os dias tocamos mais de 50 milhões de células e, para sintetizar essas novas células e ainda manter as outras trilhões, são necessários 44 nutrientes. “Costumo dizer que todos têm um papel importante e precisam estar em equilíbrio. Por isso, ter uma alimentação variada, ainda que com restrição calórica, se faz necessária, pois a variedade dos tipos de alimentos também agrega à variedade nutricional que precisamos”.
Aqui estão alguns dos nutrientes importantes que devem ser considerados na hora das refeições:
- Proteínas: essenciais para a manutenção da massa muscular e o bom funcionamento do sistema imunológico;
- Ácidos graxos ômega-3: têm propriedades anti-inflamatórias e fazem bem a saúde cardiovascular.
- Vitaminas e minerais, como o cálcio, o ferro e as vitaminas do complexo B: desempenham papéis fundamentais em diversas funções metabólicas do corpo.
Caso o nutricionista ache prudente, a suplementação nutricional pode ser recomendada para garantir a ingestão adequada de nutrientes durante o processo de restrição calórica.