Cirurgião-geral formado pela Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) e com especialização em Cirurgia Bariátrica e Metabóli...
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iNo mundo da medicina, muitas vezes médicos se deparam com situações impactantes relacionadas aos perigos do uso inadequado de certos medicamentos. Recentemente, o gastroenterologista Humberto B. Leclerc se deparou com o interior chocante do intestino de uma paciente viciada em laxantes, revelando os danos causados por esse hábito que pode se tornar prejudicial à saúde.
Neste artigo, vamos analisar a aparência do intestino da paciente e os malefícios decorrentes do uso frequente de laxantes. O cirurgião geral entrevistado pelo MinhaVida, André Augusto Pinto deu dicas de como manter a saúde intestinal em dia, sem a necessidade de recorrer ao uso desses medicamentos.
Veja como ficou o intestino de paciente viciada em laxantes
O gastroenterologista Humberto B. Leclerc postou na rede social X, antigo Twitter, o vídeo de uma colonoscopia mostrando o intestino de uma paciente viciada em tomar laxante. As imagens são chocantes e indicam o diagnóstico de melanose coli: “uma pigmentação enegrecida da mucosa do intestino grosso causada pela absorção de produtos aromáticos devido à utilização excessiva de laxantes derivados do antraceno”, explica o médico ao longo da publicação. Assista ao vídeo aqui.
Embora a aparência do intestino no exame seja preocupante, Humberto afirma que trata-se de um quadro reversível. “Desaparece de três até 13 meses após a interrupção dos laxantes e não representa nenhum perigo para a saúde”, garantiu o especialista. Para tratar a melanose coli Humberto recomenda no post um regime alimentar higiênico adequado, com o consumo de alimentos ricos em fibras, a prática de exercícios físicos e o corte no uso de laxantes derivados de antraquinonas - substâncias fenólicas derivadas da dicetona do antraceno.
O que acontece com o intestino quando fazemos muito o uso de laxantes?
Além do quadro de melanose coli, o uso contínuo de laxantes pode causar outros problemas para a saúde do intestino. O cirurgião geral André Augusto conta que, quando o paciente precisa usar com certa frequência esses remédios para poder evacuar, pode ser sinal de que algo não vai bem na saúde intestinal.
“O uso crônico dessas medicações, inclusive a depender do tipo do laxante, pode provocar inflamação na mucosa do intestino, desequilíbrio na flora intestinal normal, além de causar dependência, fazendo com que a pessoa se condicione a evacuar apenas na vigência do uso desses medicamentos e com doses cada vez com maiores”, alertou o médico.
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Dicas para manter o intestino saudável e funcionando bem sem o uso de laxantes
André explica que a melhor forma de manter a saúde intestinal é manter hábitos saudáveis, como alimentação rica em fibras, ingestão adequada de água e a prática de atividade física. Confira, em detalhes, 5 dicas para ter o intestino funcionando bem sem o uso de laxantes:
1. Consuma uma dieta rica em fibras: priorize alimentos como frutas, legumes, grãos integrais e sementes que ajudam a adicionar volume às fezes, facilitando o movimento intestinal.
2. Beba bastante água: a hidratação adequada é essencial para manter o intestino saudável. Beber água ajuda a amolecer as fezes, facilitando a passagem pelo intestino.
3. Pratique exercícios regularmente: a atividade física auxilia no estímulo do movimento intestinal. Caminhar, correr ou praticar yoga são ótimas opções para melhorar a saúde intestinal.
4. Evite alimentos processados e ricos em gordura: eles podem causar um quadro forte de constipação. Opte sempre por alimentos frescos e saudáveis, que ajudam a manter o trânsito intestinal regular.
5. Estabeleça uma rotina regular para ir ao banheiro: tente ir sempre no mesmo horário, de preferência após as refeições. Isso ajuda o corpo a estabelecer uma rotina para a evacuação.
“É também importante entender que o hábito intestinal considerado saudável pode variar de indivíduo para indivíduo. Ou seja, o que é considerado “normal” para uma pessoa que, por exemplo, vai ao banheiro todo o dia, não quer dizer que uma pessoa que realiza evacuações a cada dois dias tenha algum problema”, esclareceu o médico. O importante é sempre ficar de olho na frequência e nas características das fezes.
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