Neurologista do Hospital São Camilo Santana. Formado pela Faculdade de Ciências Medicas da Santa Casa de São Paulo...
iRedatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
O Comissariado de Energias Alternativas e Energia Atômica (CEA), da França, divulgou as primeiras imagens do cérebro humano capturadas pela Iseult, máquina de ressonância magnética mais poderosa do mundo. As fotos fazem parte de um estudo de mais de 20 anos, que busca desenvolver ferramentas para a análise do cérebro humano.
Voluntários saudáveis participaram dos primeiros testes na máquina, que antes de ser liberada para o uso de humanos, produziu scanners de uma abóbora. As imagens foram obtidas em quatro minutos, em uma resolução de 11,7 teslas, enquanto equipamentos comuns de ressonância magnética possuem resolução de 1,5 a 3 teslas e levam horas para a produção das imagens.
A tecnologia da Iseult ainda conseguiu capturar com precisão detalhes antes inacessíveis, como a codificação de representações mentais e assinaturas neurais de pessoas em estado de consciência. As novas informações obtidas serão utilizadas para abranger os estudos sobre o tratamento de doenças neurodegenerativas, como Parkinson e o Alzheimer.
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Quais doenças são diagnosticadas na ressonância magnética?
De acordo com Edson Issamu, neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, o exame de ressonância magnética é uma ferramenta importante para a investigação de diagnósticos neurológicos.
“Porém, vale sempre lembrar que a ressonância isoladamente (em raras ocasiões) não é suficiente para diagnóstico definitivo. O diagnóstico correto de doenças depende da análise de vários fatores como história e quadro clínico”, informa.
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Conforme explicação do especialista, a ressonância magnética é indicada para:
- Identificar eventos vasculares encefálicos isquêmicos em que a tomografia não conseguiu definir lesões
- Investigar a presença de tumores
- Examinar infecções, como abscessos cerebrais e encefalites
- Identificar lesões inflamatórias, como em casos de esclerose múltipla
- Investigar a existência de alterações vasculares, como aneurismas cerebrais, tromboses venosas cerebrais, presença de angiomas venosos/cavernomas
- Definir lesões encefálicas duvidosas
- Auxiliar na definição de diagnóstico de demências por meio de observação da redução do volume encefálico e da deterioração da região do hipocampo, comum nos casos de demências
- Auxiliar no diagnóstico de doença de Parkinson