Especialista em Oncologia Clínica pela Santa Casa de Belo Horizonte/Feluma, Mestre em Ciências Aplicadas ao C...
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Para Eduardo Weltman, membro da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT) e coordenador médico do Serviço de Radioterapia do Hospital Israelita Albert Einstein, o câncer cerebral tem o poder de impactar seriamente a qualidade de vida do portador: “Dependendo do tipo de tumor, sua localização e extensão, podemos ter desde quadros de paralisia de membros e perda de função até convulsões e alterações cognitivas severas”, ressalta.
Abordar esse assunto é difícil mas necessário, e esse é o objetivo principal do Maio Cinza, uma iniciativa voltada para a conscientização dos tumores cerebrais.
A campanha busca focar na realização do diagnóstico precoce como uma das principais formas de prevenção contra o câncer que ocupa a 10ª posição entre os tipos mais comuns da doença no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA). A pesquisa não considera os cânceres de pele.
Sobre os tumores no cérebro
A situação se agrava ainda mais com os dados que sinalizam o índice de mortes por conta desse câncer: 84% dos portadores evoluem para óbito. No geral, a incidência dos tumores primários é maior em pessoas brancas e em homens.
Oncologista da Oncoclínicas, Flávio Silva Brandão explica que o tipo de tumor influencia nas taxas de mortalidade. “Muitos têm prognóstico bom e são até curáveis, como os meningiomas de baixo grau e os gliomas grau 1. A mortalidade vem principalmente dos gliomas de alto grau que infelizmente são os mais frequentes e realmente tem alta taxa de mortalidade a médio ou curto prazo.
Os meningiomas são os tipos mais comuns de tumores e eles surgem das células da meninge, uma membrana que recobre todo o sistema nervoso central. Já os gliomas são originados de células que participam da formação do tecido cerebral e sustentação dos neurônios.
Apesar da maioria ter causas desconhecidas, o especialista comenta que alguns são motivados por alterações genéticas; exposição à radiação ionizante prévia; infecções, principalmente por linfomas ou vírus HIV e imunossupressão.
Como identificar?
A ressonância magnética é o principal exame para detectar o câncer e ela deve ser realizada sempre que um sinal de alerta neurológico aparecer. Os sintomas dependem da localização do tumor e podem variar bastante, mas Silva Brandão enfatiza os mais recorrentes:
“Dor de cabeça, em geral de início recente e com crescimento contínuo da intensidade e frequência, além de alterações visuais, de comportamento, fala, memória, perda de força muscular em determinados membros, paralisia facial, perda de peso e falta de apetite”, cita.
Tem como prevenir?
O médico afirma que a maioria dos tumores cerebrais não são passíveis de prevenção, mas que evitar os fatores de risco mencionados acima já é um caminho. Pacientes com síndromes genéticas com alto risco de neoplasias devem ser os mais atentos com acompanhamento periódico por especialistas.
E o tratamento?
Weltman ressalta que o tratamento desse tipo de câncer é tido como multidisciplinar com a atuação de especialistas de diversas áreas atuando em conjunto: “Uma vez estabelecido o diagnóstico do tipo de tumor e de sua extensão, além das condições clínicas gerais e a performance neurológica, inicia-se o tratamento específico onde participam o neurocirurgião, o neuro-oncologista e rádio-oncologista com suas contribuições dentro de protocolos de conduta já estabelecidos ou protocolos de pesquisa”
Especialista consultado: Eduardo Weltman, membro da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT) e coordenador médico do Serviço de Radioterapia do Hospital Israelita Albert Einstein