Ressonância magnética: preços, tipos e como funciona

O que é Ressonância magnética?

A ressonância magnética é um exame de imagem que utiliza campo magnético e de ondas de rádio para criar imagens detalhadas dos órgãos e tecidos do corpo. Feita por meio de um equipamento em forma de tubo longo e estreito e que tem as extremidades abertas, os médicos conseguem realizar diagnósticos mais específicos para cada paciente e investigar com mais precisão o estado de saúde da pessoa.

Diferentes regiões do corpo podem ser mapeadas pelas máquinas de ressonância magnética.

O que a ressonância magnética detecta?

A ressonância magnética examina órgãos, tecidos e o sistema esquelético de forma não invasiva. O exame produz imagens de alta resolução do interior do corpo que ajudam a diagnosticar uma variedade de problemas, como câncer, fraturas, esclerose múltipla, infarto e infecções.

Como é a máquina de ressonância magnética?

De modo geral, o equipamento é um tubo contendo uma maca deslizante onde o paciente se deita e é levado para seu interior para a realização do exame. Ela pode produzir ruídos altos durante seu funcionamento.

O médico José de Ávila Fernandes, radiologista do Hospital Santa Catarina, explica que os aparelhos que fazem a ressonância magnética podem variar em relação ao gradiente, campo magnético, recursos de captação, transmissão e pós-processamento das imagens. Pode haver variação ainda das dimensões e da abertura do túnel que acomoda o paciente.

Pacientes com claustrofobia, por exemplo, podem optar por fazer a ressonância magnética de campo aberto ou semiaberto, em que o tubo é mais espaçoso e não remonta à sensação de estar em um local apertado.

Quando fazer ressonância magnética?

A ressonância magnética costuma ser solicitada em casos de suspeita de alguma doença crônica. Não entra, portanto, no rol de exames de rotina ou de triagem. 

Como é feita?

É importante que a pessoa esteja preparada para a sequência de ações para o exame. A primeira coisa é deitar-se em uma mesa móvel que desliza no tubo através da abertura, com ajuda de um técnico profissional de saúde. Em geral, os equipamentos têm um sistema de comunicação – com microfone – em que a pessoa que está sendo examinada consegue falar com o técnico que fica em uma sala separada em caso de necessidade ou qualquer desconforto.

Preparo para a ressonância magnética

Se o paciente tem medo de permanecer em espaços fechados, o que é comum em casos de claustrofobia, por exemplo, é possível que o especialista o medique antes do exame para ajudá-lo a sentir-se sonolento e menos ansioso. Há também a opção de fazer a ressonância magnética de campo aberto ou semiaberto, com o tubo mais espaçoso.

A máquina de ressonância magnética cria um forte campo magnético ao redor do corpo e emite ondas de rádio. Mas o procedimento é indolor: a pessoa não sente o campo magnético ou as ondas de rádio, e não há partes móveis ao redor. 

Durante o exame, a parte interna do ímã produz repetidos batimentos, batidas e outros sons, que podem ser altos. Para que isso não atrapalhe a permanência do paciente no tubo, é possível pedir protetor de ouvido ou fone com música para ajudar a bloquear o ruído.

Quando tempo dura?

Segundo o radiologista José de Ávila, uma ressonância magnética pode ter duração a partir de 15 minutos, porém pode durar até 1 hora, em média. O paciente deve ficar imóvel para que o exame seja bem sucedido, e vale dizer que o tempo pode ser perguntado para o técnico antes de o procedimento começar. Assim, ele tem uma previsão da demora de acordo com a área avaliada e quantidade de segmentos do corpo que serão estudados.

O que não pode usar durante a ressonância?

Para a realização da ressonância magnética, o especialista pede que o paciente tire os seguintes objetos que podem afetar as imagens do exame:

• Joias
• Grampos de cabelo
• Relógios
• Óculos
• Sutiã com aros
• Perucas
• Aparelhos auditivos

Dependendo da área que a ressonância magnética for feita, o especialista entregará uma espécie de avental para ser usado durante o exame. Antes de se submeter ao teste, informe a seu médico sobre qualquer problema renal ou hepático que tenha. Isso porque problemas nesses órgãos podem limitar o uso de contraste.

Precauções

Como a ressonância magnética usa ímãs muito poderosos, a presença de metal no corpo pode representar um risco à segurança ou afetar uma parte da imagem por ressonância magnética. Antes de realizar o exame, informe o técnico se tiver algo metálico ou algum dispositivo eletrônico no corpo, como:

• Próteses metálicas articuladas
• Válvulas cardíacas artificiais
• Cardioversor desfibrilador implantável
• Marcapasso
• Grampos cirúrgicos
• Implantes cocleares
• Bala, lasca ou qualquer outro tipo de fragmento de metal presente no corpo

Quem tem tatuagem ou piercing pode fazer ressonância magnética?

Se tiver tatuagens ou sobrancelhas pigmentadas, pergunte ao médico se elas podem afetar sua ressonância magnética. Tudo dependerá do tipo de tinta utilizado, já que algumas contêm derivados do ferro em sua composição e podem interagir com o campo magnético gerado. Os piercings também devem ser retirados, já que os pacientes recebem a orientação de não permanecer com objetos de metal no corpo durante o procedimento.

Após a ressonância

Não há nenhuma recomendação geral de repouso, mas o médico sugere a ingestão de líquidos após o uso do contraste, para facilitar a eliminação dele. Nas situações de sedação, será necessário aguardar um tempo para a recuperação pós-anestésica e é necessário ter um acompanhante.

Resultados da ressonância magnética

Um radiologista pode analisar as imagens do exame, fazer o laudo e em seguida comunicar os resultados ao médico. Já o médico que solicitou o exame é o responsável por informar o resultado final e quaisquer descobertas importantes, assim como os próximos passos.

Tipos

Os exames mais comuns feitos pelo equipamento são:

Ressonância magnética do cérebro e da medula espinhal

A ressonância magnética é o exame de imagem mais comumente usado para avaliações no cérebro e na medula espinhal. Serve para diagnosticar aneurismas de vasos cerebrais, distúrbios do olho e ouvido interno, esclerose múltipla, traumatismos da medula espinhal, derrame, tumores e lesão cerebral por trauma.

Ressonância magnética do coração e vasos sanguíneos

Esse tipo de ressonância é capaz de avaliar o tamanho e a função das cavidades cardíacas, a espessura e movimento das paredes do coração, a extensão do dano causado por um ataque cardíaco ou doença cardíaca, bloqueios nos vasos sanguíneos e aneurismas.

Ressonância magnética de órgãos internos

É capaz de detectar tumores ou outras anormalidades em vários órgãos do corpo, como fígado, rins, baço, pâncreas, útero, ovários e próstata.

Ressonância magnética de ossos e articulações

Ajuda a avaliar articulações anormais causadas por lesões traumáticas ou repetidas, como cartilagem e ligamentos danificados. Além disso, pode verificar anormalidades dos discos na coluna, infecções ósseas e tumores nos ossos e tecidos moles.

Ressonância magnética da mama

É indicada somada à mamografia para detectar o câncer de mama, particularmente em mulheres que têm tecido mamário denso ou que podem estar com risco aumentado para a doença.

Qual é a diferença entre tomografia e ressonância magnética?

Os dois exames são seguros e importantes para o monitoramento do estado de saúde da pessoa. Uma das diferenças iniciais é que, na tomografia, é necessário ingerir um contraste iodado (que pode aumentar o risco de reações adversas alérgicas). Para a ressonância, o contraste é feito do elemento químico gadolínio, com menor risco. Antes de realizar o procedimento, cabe avaliar com o médico quais são as indicações.

A tomografia age extraindo imagens horizontais do corpo e em modo 3D, emitindo feixes de raio-x. A ressonância é considerado um exame avançado porque tem o poder de definir tecidos com mais eficiência e complexidade. O médico pode avaliar qual dos dois é mais importante para o quadro do paciente e um não invalida o resultado do outro.

Contraindicações

As contraindicações da ressonância magnética existem para pessoas com implantes auditivos (cocleares), alguns implantes oculares e em outras regiões do corpo. É importante que isso seja informado no momento do agendamento do exame de imagem. "Marcapassos cardíacos em princípio são contraindicados, mas alguns tipos específicos, sob supervisão do cardiologista, podem ser admitidos mediante suporte técnico e autorização", explica o radiologista José de Ávila.

Grávida pode fazer ressonância magnética?

As grávidas podem realizar o procedimento desde que haja indicação, pois o método não apresenta radiação ionizante e, por isso, não prejudica a gestante. Entretanto, os especialistas procuram evitar a realização da ressonância magnética durante o primeiro trimestre da gestação.

Portanto, antes de agendar uma ressonância magnética, informe o seu médico se você desconfia que está grávida. Os efeitos dos campos magnéticos nos fetos não são bem compreendidos. Seu médico pode recomendar outro exame alternativo ou adiar a ressonância magnética.

Quanto custa?

O preço da ressonância magnética pode variar entre R$ 800 e R$ 1.000*, dependendo da área diagnosticada, segmentos avaliados e complexidade do exame. A ressonância magnética também está presente no SUS (Sistema Único de Saúde). De forma gratuita, o agendamento do exame, infelizmente, é bastante demorado. Por isso, há clínicas e centros de diagnóstico que trabalham com preços populares para o exame, no valor de, em média, R$ 300.

*Valores consultados pela equipe jornalística sem participação do médico entrevistado.

Referências

Mayo Clinic, organização sem fins lucrativos da área de serviços médicos e pesquisas médico-hospitalares.