Terapeuta Clínica há 15 anos com abordagem cognitiva comportamental. Especialista clínica em Ansiedade, Crise de Pânico...
iJornalista especializado na cobertura de temas relacionados à saúde, bem-estar, estilo de vida saudável e à pratica esportiva desde 2008.
iDedicar tempo para a ociosidade pode parecer um hábito nada produtivo. No entanto, de acordo com pesquisas científicas, esse tempo pode abrir espaço no cérebro para aquisição de conhecimento ou para a combinação de elementos abstratos que se convertem em ideias criativas.
Esses intervalos de "não fazer nada", também conhecidos como "pequenos devaneios", permitem que partes do cérebro envolvidas na geração de ideias e na aprendizagem de novos conceitos sejam ativadas. Portanto, ocasionalmente, é aconselhável permitir-se desconectar do mundo e dar uma pausa mental. Veja o que a ciência diz a respeito sobre isso!
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Não fazer nada: veja o que dizem os estudos
Um estudo recente, publicado em 2022, sugere que o estado mental alcançado durante esse período de "sonho consciente", como esses pequenos devaneios, é similar ao que experimentamos durante os processos criativos.
Portanto, não é de se admirar que isso resulte na geração de novas e criativas ideias. Nesse estado, o cérebro se torna uma espécie de caixa de areia cognitiva para ideias e “se diverte” com elas, dando novas abordagens de forma subconsciente.
E as vantagens não param por aí. Uma outra pesquisa, da West University of Timişoara, na Romênia, mostra que fazer micropausas no trabalho pode aumentar significativamente o nível de energia e reduzir a fadiga mental. Isso se aplica, principalmente, a trabalhos repetitivos e criativos.
Uma das descobertas mais curiosas e importantes do estudo é que não há uma definição certa de quanto tempo deve durar essa pausa. Quanto maior, melhor. Porém, de acordo com os especialistas, até mesmo pequenas paradas de segundos são eficazes em reduzir a fadiga, aumentar o desempenho e otimizar o gasto de energia.
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Ativando o modo criativo com as pausas
Um estado relaxado de consciência ajuda a mente a processar pensamentos complexos enquanto está acordada e em repouso. É comparável a ativar o "modo avião" do celular, em que a mente permanece consciente, mas o ambiente ao redor parece desaparecer, dando destaque a pensamentos mais abstratos e criativos.
Alguns indivíduos conseguem entrar nesse estado mental com facilidade, enquanto outros o alcançam realizando tarefas simples e repetitivas, como lavar a louça ou tomar banho. Muitas ideias brilhantes surgem durante essas atividades cotidianas.
Não fazer nada também pode beneficiar a memória. O estresse tem sido associado à interferência na recuperação da memória a longo prazo. Portanto, dar uma pausa ao cérebro de vez em quando pode ser um remédio eficaz para evitar essa perda. Estudos mostram que o "sonho acordado" ativa diferentes padrões neuronais, incluindo o hipocampo, área responsável pela memória e pelo aprendizado.
Essas descobertas ressaltam a importância de reservar tempo para desconectar, permitindo que o cérebro consolide conhecimentos e assimile novas informações.
“Para se inspirar, é necessário parar. A gente vive com pressa. O que é triste é que a maioria das pessoas ainda não acredita que parar é tão importante quanto andar e resiste à parada. E quem mais resiste é geralmente quem mais precisa!", destacou a psicóloga Ana Paula Bellati em artigo publicado no MinhaVida.
"Parar não significa estacionar, parar é oscilar a mente para se reconectar consigo mesmo. E quando você oscila a mente e se reconecta consigo mesmo, além do fôlego, você recupera o brilho nos olhos e a inspiração vem de dentro para fora”, complementa.
Dar uma pausa não é preguiça!
Seja parar para um devaneio ou parar para um descanso na rotina de trabalho, nada disso é preguiça. É essencial compreender que o descanso é um componente crítico não apenas para a manutenção da nossa saúde física, mas também para a nossa saúde mental.
"Mentalmente, a falta de descanso pode exacerbar ou desencadear ansiedade, depressão, diminuição da capacidade de concentração e memória, além de uma sensação de irritabilidade. Esses sintomas são reflexos de um corpo e mente que estão sendo constantemente pressionados a operar sem a devida recuperação", destacou a psicóloga Larissa Fonseca em artigo no MinhaVida.
O que fazer nas micropausas da rotina?
Que tal uma pequena caminhada? Ou, então, se alongar um pouco? Dessa forma, além de movimentar o corpo, é possível aliviar tensões musculares, ajudando a relaxar. Outra ideia é usar a micropausa para beber água, comer um lanche rápido ou preparar um café. Respirar fundo, conscientemente, também é uma boa opção. Uma sugestão é a meditação guiada. A prática é uma boa alternativa para quem não tem o hábito de meditar e precisa de um guia para ajudar com a respiração e para limpar a mente.
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