Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iMuitas vezes pensamos que temos que fazer uma coisa ou outra para sermos felizes. No entanto, não se trata tanto de acumular experiências que nos fazem felizes, mas de tentar levar uma vida em que o bem-estar seja uma prioridade e, para isso, certos hábitos precisam desaparecer de nossa vida.
Aristóteles disse que “a felicidade depende de nós mesmos”, porque é uma escolha. A repórter Anabel Palomares, do portal Trendencias, optou por remover esses hábitos que estavam prejudicando sua felicidade sem nem mesmo perceber, e o resultado é que, ao fazer isso, quase que por mágica, ela alcançou uma sensação maior de bem-estar.
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1. Não se exercitar
Há provas contundentes de que a prática regular de exercícios em todos os períodos de nossas vidas está associada ao retardamento do aparecimento de 40 doenças crônicas. Cerca de 1,8 bilhão de adultos correm o risco de adoecer devido à falta de atividade física, e há um ditado que diz: “Se você não consegue encontrar tempo para cuidar da sua saúde, terá que encontrar tempo para cuidar da sua doença”.
Muitos estudos apoiam a atividade física como uma terapia não invasiva para melhorar a saúde mental em cognição, depressão, ansiedade, doenças neurodegenerativas e dependência de drogas.
Este estudo comenta que as modificações no estilo de vida podem ser especialmente importantes para pessoas com sofrimento psicológico. Quando praticamos esportes, liberamos hormônios da felicidade, portanto, parar de fazer exercícios físicos por falta de tempo ou por não sentir vontade de fazê-lo tem um impacto sobre nossa saúde mental.
Pense que a saúde não se trata apenas de evitar doenças, mas de cultivar uma sensação de vitalidade e bem-estar que nos permita enfrentar nossos dias com energia, e exercícios físicos e uma dieta saudável são fundamentais para isso. A OMS recomenda pelo menos 150 a 300 minutos de atividade física aeróbica de intensidade moderada a vigorosa por semana para todos os adultos, ou seja, meia hora por dia.
“Para mim, quando paro de me exercitar, minha ruminação mental aumenta e tenho mais dificuldade para controlar minha ansiedade. Até mesmo minha produtividade é prejudicada quando não me exercito por semanas seguidas. Cuidar da minha alimentação e praticar esportes tem um impacto direto no meu bem-estar”, disse a repórter.
2. Tratar a felicidade como uma meta
Anabel conta que quando começou a estudar a felicidade, fez isso porque passou por um período de lentidão em que nada parecia fazer sentir-se bem. Ela estava tremendamente infeliz e queria consertar isso aprendendo a ser feliz.
No entanto, ela ficou obcecada em ver a felicidade como uma meta, sem saber que esse era o maior erro que ela poderia cometer. Arthur C. Brooks, professor da Universidade de Harvard, explica isso perfeitamente em seu livro “Build the life you want” (Construa a vida que você quer), onde ele nos diz que a felicidade nunca pode ser permanente.
Pensar na felicidade como uma meta é um erro que nos impede de ver o bem-estar que as pequenas coisas nos proporcionam todos os dias. Queremos que a jornada seja emocionante, mas não estamos procurando chegar a um destino, mas sim aproveitar a jornada.
3. Escolher o prazer ao invés da diversão
Toda vez que abrimos o Instagram ou o TikTok, estamos recebendo uma dose de dopamina. Quando comemos um sorvete porque sentimos fome emocional, estamos recebendo uma dose de dopamina.
No podcast “Ten Percent Happier”, de Dan Harris, Arthur C. Brooks explicou que confundir prazer com satisfação é um erro que cometemos e que nos dá um pico de bem-estar que não se mantém ao longo do tempo. O especialista afirma que “o prazer acontece com você e o prazer é algo que você cria por meio de seu próprio esforço”. O primeiro é efêmero e sem esforço e o segundo é mais consciente e permanente.
Para ajudá-lo a entender a diferença, o segredo é tentar transformar o prazer imediato da experiência em si em uma lembrança duradoura. Por exemplo, em vez de simplesmente comer um sorvete, podemos tomar um sorvete durante uma caminhada com nosso parceiro enquanto conversamos sobre planos futuros. Ou podemos transformar um simples café em uma experiência divertida com nosso melhor amigo em casa.
4. Guardar rancor
Todas as emoções são normais e podem ter um lugar em nossas vidas, e o ressentimento não é exceção, mas, como explicam os psicólogos especialistas da PsicoActiva, “elas diminuem nossa capacidade de aproveitar a vida. Inclusive, com o passar do tempo, o ressentimento pode apagar todos os traços de felicidade em nós”.
O ressentimento não prejudica a outra pessoa, apenas a nós, impedindo-nos de seguir em frente. É uma emoção desagradável ou dita negativa, que ocupa um espaço mental e emocional que poderia ser preenchido com alegria, amor e positividade.
“Como uma pessoa que não é capaz de guardar rancor, não importa quanto mal tenha sido feito a ela, deixe-me dizer uma coisa: isso não significa deixar que os outros passem por cima de você, significa se libertar de conflitos passados para abrir espaço para a felicidade futura. Eu não me ancoro no passado, mas no presente e no futuro”, disse a repórter.
5. Permanecer na sua zona de conforto
Quando falamos sobre a zona de conforto, nos referimos a um termo de 1908 dos psicólogos Robert M. Yerkes e John D. Dodson. É um estado psicológico no qual a pessoa se sente calma e segura, mas que, se mantido ao longo do tempo, faz com que o desenvolvimento pessoal dessa pessoa fique estagnado.
Yerkes e Dodson descobriram que é possível atingir um nível constante de desempenho sem qualquer sensação de risco ou ansiedade, que é a sua zona de conforto. A chamada ansiedade ideal, de acordo com a Lei de Yerkes-Dodson, está fora de nossa zona de conforto e é o que nos permite crescer. Ficar muito tempo na zona de conforto pode limitar nossas experiências e aprendizado, o que pode condicionar e limitar nossa felicidade.
6. Ser ingrato
Se ser grato é um desses hábitos que nos permite ver nossa vida pelo prisma da positividade e perceber que temos mais coisas que nos trazem bem-estar do que pensávamos, ser ingrato é um hábito que nos afasta irremediavelmente da felicidade.
Quando praticamos a gratidão, evitamos nos concentrar em pensamentos negativos sobre o que não temos e agradecemos pelas oportunidades que recebemos enquanto continuamos a buscar o que desejamos.
7. Viver no passado
Todas as pessoas no mundo cometeram erros. Todos nós cometemos erros e tomamos decisões que gostaríamos de não ter tomado. Todos nós nos perguntamos o que teria acontecido se tivéssemos feito as coisas de forma diferente, mas passar muito tempo pensando no passado pode nos bloquear e nos impedir de seguir em frente.
O passado é um lugar de referência, não de residência. Podemos aprender com ele, mas não podemos mudá-lo. No entanto, o passado e o que vivenciamos nele podem nos ajudar no presente e no futuro.
8. Comparação constante com os outros
A mídia social torna incrivelmente fácil nos compararmos com os outros, mas esquecemos que a comparação nos impede de ver nossas próprias conquistas e valores. Isso nos faz sentir inferiores, mesmo que estejamos indo bem.
Se acreditarmos que cada pessoa tem um caminho, um contexto, uma experiência e uma ideia de felicidade diferentes, o fato de nos compararmos constantemente com os outros só nos rouba tempo e, o que é mais importante, bem-estar.
9. Ignorar suas emoções
A chamada “harmonia desonesta” é o tipo de criação em que vemos claramente os prejuízos de esconder nossas emoções. Ignorar nossos sentimentos, varrê-los para debaixo do tapete em vez de enfrentá-los e aprender a administrá-los, é um hábito que temos sem perceber e que nos faz chegar a um ponto em que não conseguimos mais lidar com eles e nossas emoções começam a ferver.
As emoções são uma das maneiras pelas quais nosso corpo se comunica conosco, dizendo-nos o que está errado e o que precisa de atenção. Ignorar nossas emoções não faz com que elas desapareçam, apenas as suprime, o que pode tornar mais difícil lidar com elas em longo prazo. Aceite suas emoções, pois elas são parte do que faz de você quem você é.
10. Evitar conversas difíceis
Anabel conta que, recentemente, estava conversando com vários amigos sobre como é difícil enfrentar uma conversa que você sabe que será difícil. Mas palavras não ditas e problemas não resolvidos são capazes de minar silenciosamente a paz de espírito. Evitar conversas difíceis não faz com que o problema desapareça, apenas adia o inevitável.
Quando enfrentamos essas conversas, especialmente no âmbito dos relacionamentos interpessoais, o que estamos fazendo é cultivar relacionamentos mais saudáveis e fortalecer os laços ou, no caso de um rompimento de relacionamento, obter alívio de algo que estava nos prejudicando. Ser honesto e autêntico é sempre muito melhor do que evitar conflitos.
Como diz a famosa frase: “faça-o e, se isso o assustar, faça-o com medo”. Digo-lhe por experiência própria que você sentirá um grande alívio depois disso.
11. Não ser capaz de dizer “não”
“Minha melhor amiga e eu começamos a nos tornar melhores amigas porque ela não sabia como dizer “não”, e eu estava trabalhando na época para aprender a dizer não para o que eu não queria fazer. A única coisa boa que consegui ao dizer “sim” foi ela. Todo o resto era suficiente”, contou Anabel.
É ótimo ter uma mente aberta e um espírito aventureiro que nos convida a dizer “sim” a novas experiências, mas dizer “sim” constantemente pode nos levar ao comprometimento excessivo e à exaustão. Isso nos deixa sem tempo, e o tempo é nosso bem mais precioso.
Toda vez que dizemos “sim” a algo, estamos dizendo “não” a outra coisa. Quando aprendemos a dizer “não” a coisas de que não gostamos, que não sentimos ou que não nos agradam, não estamos sendo egoístas, estamos apenas estabelecendo limites e valorizando nosso próprio tempo.
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