Dra. Thaisa Acuia, psiquiatra de Saúde Digital do Grupo Fleury, é médica, sub especialista em psiquiatra da infância e a...
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Nesta segunda-feira (5), o país comemorou o ouro que Rebeca Andrade ganhou no solo da ginástica artística, nas olimpíadas de Paris. Com o alcance do topo do pódio, a ginasta, de apenas 25 anos, se tornou a maior medalhista olímpica da história do Brasil — agora com 6 medalhas conquistadas.
Apesar do desempenho impressionante, que garantiu notas equiparadas às de Simone Biles, uma das maiores ginastas dos últimos tempos, engana-se quem pensa que Rebeca precisou apenas se dedicar aos treinos físicos para alcançar tal resultado. A bicampeã olímpica não só cursa psicologia, como também faz terapia desde a infância e destaca a relevância disso.
“Acho que não é só sobre vencer a Simone, é sobre vencer a mim mesma. A minha briga está na minha cabeça. Para conseguir fazer as minhas apresentações, preciso controlar a minha cabeça, o meu corpo”, disse a ginasta após ganhar a medalha de ouro.
Ainda ressaltando a importância da terapia para a sua trajetória, em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, Rebeca não pôde deixar de agradecer Aline Wolff, sua psicóloga.
“Eu converso muito com a minha psicóloga. Eu tento cuidar ao máximo da minha cabeça e do meu corpo para que eu consiga fazer as minhas apresentações bem tranquila, sem pressão, sem obrigação de voltar para casa ou para o Brasil com medalhas. Eu faço porque é o meu trabalho, porque eu amo, porque eu quero. Eu me esforcei ao máximo para conseguir esses resultados e eu estou muito feliz que deu tudo certo. Sou muito grata a Aline, que é a minha psicóloga, por essas conquistas”.
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Qual é a importância da saúde mental para um atleta?
Diante de um contexto que envolve esforço físico intenso, competitividade, pressão e estresse constante — obstáculos comuns nos esportes de alto rendimento, como a ginástica artística, cuidar da saúde mental é fundamental.
Com o suporte psicológico necessário, o atleta consegue desenvolver habilidades que são indispensáveis para um bom desempenho esportivo, tais como:
- Foco
- Concentração
- Controle do estresse
- Controle da ansiedade
- Confiança
- Motivação
Sem a psicoterapia, todas as adversidades comuns do esporte podem levar o atleta ao esgotamento mental, como aconteceu com a campeã olímpica Simone Biles, nas Olimpíadas de Tóquio, em 2020. Na ocasião, a ginasta — que é vista como alguém quase imbatível na ginástica artística — desistiu de competir nas finais da modalidade esportiva.
“Temos que proteger nossas mentes e corpos, não é apenas ir lá competir e fazer o que o mundo quer que façamos. Nós não somos apenas atletas, no fim do dia nós somos pessoas, e às vezes temos que dar um passo atrás”, desabafou Biles na época.
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Como lidar com a pressão e o estresse
Ao MinhaVida, Thaisa Acuia, psiquiatra da Saúde Digital do Grupo Fleury, explicou que o primeiro passo para lidar com a pressão e o estresse é entender que novos desafios podem sim gerar um medo comum, mas que, a depender das proporções, deve ser combatido para que não se torne algo maior do que as metas do próprio indivíduo.
“Tudo que é algo novo e que nos coloque ‘à prova’ gera um tipo de ansiedade e medo. É inevitável! Temos medo de errar, medo de ser julgados, medo de não sair conforme o planejado e isso é completamente natural. Mas é importante entender o nível de cobrança e procurar ajuda profissional”, disse a especialista.
Para controlar a pressão e o estresse em momentos importantes, é possível praticar alguns macetes simples, como:
- Fazer técnicas de respiração profunda
- Relaxar os músculos com alongamentos
- Tirar um tempo para pensar em pontos positivos, como as conquistas até então
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