Homem mais feliz do mundo diz por que pequenos prazeres não são o segredo da felicidade: "é bom, mas é bem diferente"

Muitas pessoas dizem que a felicidade está nos pequenos prazeres da vida, como ver o nascer do sol ou tomar uma xícara de café no silêncio da sua casa. Mas para Matthieu Ricard, o homem mais feliz do mundo, existe um limite até mesmo para esses momentos de alegria.

De acordo com o monge budista, passar um longo período apreciando as coisas simples da vida acaba que não é o segredo da felicidade. Com o tempo, o prazer desaparece, torna-se algo neutro, desagradável ou inacessível quando as circunstâncias mudam. “Não há absolutamente nada de errado em tomar uma ducha quente depois de caminhar na neve. Mas se você ficar 24 horas debaixo de um chuveiro quente, não vai gostar”, afirmou Ricard.

Para entender qual é o real segredo da felicidade e o que devemos fazer para entrar nesse estado de vida, o MinhaVida revelou o que faz o homem mais feliz do mundo receber esse título. Acompanhe!

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Pequenos prazeres não são o segredo da felicidade

Não dá para negar que os pequenos prazeres do dia a dia fazem toda a diferença na vida. Quem não aprecia o cheirinho de um bolo saindo do forno, um banho quente depois de um longo dia ou um momento tranquilo ao lado da família?

Essas pequenas alegrias parecem ser a chave para a felicidade, mas Matthieu Ricard tem uma visão um pouco diferente. Em uma entrevista ao The Guardian, ele explica que ser feliz não se trata apenas de acumular momentos prazerosos, mas de algo mais profundo e duradouro.

Como o próprio Ricard ressalta, não há nada de errado em se deliciar com um banho quente, mas se você tomar esse banho por 24 horas seguidas ou ouvir a mesma música ininterruptamente, aquilo que antes era prazeroso se tornará cansativo, neutro ou até desagradável. O prazer, ao contrário da felicidade, é passageiro e depende muito das circunstâncias. "É bom, mas é bem diferente", afirma o monge ao The Guardian.

Em um artigo escrito para o MinhaVida, a neurologista Claudia Klein explica que o que realmente nos afasta da felicidade são emoções como ansiedade, frustração, medo e apego. Esses sentimentos desestruturam nosso sistema de recompensa no cérebro e nos impedem de encontrar aquela felicidade que resiste às circunstâncias.

“Isso significa que muitas vezes nos frustramos por passarmos muito tempo programando um futuro que não acontece exatamente do jeito que sonhamos. As pessoas mais felizes aprenderam a moldar seus sonhos, a viver no presente. Entenderam que o futuro é a ressonância do hoje”, pontuou a especialista.

O verdadeiro segredo da felicidade, segundo o homem mais feliz do mundo

Matthieu Ricard conta ao The Guardian que a verdadeira felicidade, ou eudaimonia — termo grego que descreve um estado de bem-estar pleno —, não se trata de evitar problemas ou buscar prazeres temporários. Para o homem mais feliz do mundo, a felicidade genuína nasce da superação de sentimentos negativos, como ódio, ciúme e orgulho, sendo um estado de ser estável, duradouro e independente de algo material.

Essa felicidade profunda, segundo ele, vem de cultivar algumas qualidades: "benevolência, força interior, liberdade interior para que você não seja tão frágil diante dos altos e baixos, discernimento". Essas virtudes geram um tipo de bem-estar que vai além das situações externas e acaba permanecendo mesmo nos momentos de tristeza.

Agora, você pode estar se perguntando: “Será que eu sou ruim em ser feliz? Isso pode mudar?” A resposta de Ricard é: “Claro que sim.” Para ele, a mente pode ser nossa melhor amiga ou nossa pior inimiga, e o segredo para ser feliz é cultivar o lado positivo dela.

Naturalmente, algumas pessoas podem ter mais facilidade em alcançar esse estado de serenidade, como o próprio Ricard, que admite ser naturalmente uma pessoa mais tranquila. Porém, ele reforça que, mesmo começando de uma base mais baixa, qualquer pessoa pode melhorar se decidir trilhar esse caminho.

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