Dr. Rogério Silva é médico com residência em Medicina Interna pela Santa Casa de Santos e Cardiologia pelo Hcor, al...
iRedatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
Você já ouviu alguém dizer que teve o coração partido? É bem provável que sim, e que a origem desse fenômeno tenha sido uma decepção ou desilusão amorosa. No entanto, a condição pode ser bem mais grave do que se imagina, já que existe uma síndrome cardíaca que leva esse nome. Entenda mais!
O que é a síndrome do coração partido?
A síndrome do coração partido, também chamada de cardiomiopatia de Takotsubo, é uma condição cardíaca temporária rara que afeta o ventrículo esquerdo. De acordo com José Rogério da Silva, especialista em Clínica Médica, Cardiologia e ECMO do Hcor, a condição ocorre geralmente após situações de estresse emocional ou físico intenso.
“Acredita-se que altos níveis de hormônios do estresse, como a adrenalina, desempenhem um papel central no seu desenvolvimento”, explica.
Saiba mais: Quando se preocupar com o estresse excessivo?
Quais são os sintomas da síndrome do coração partido?
Segundo o especialista, a síndrome é frequentemente confundida com um infarto do miocárdio, devido à semelhança entre os seus sintomas. Os sinais se manifestam após situações de grande estresse, momento em que o corpo libera uma grande quantidade de hormônios.
“Esses hormônios, que normalmente ajudam em situações de emergência, podem sobrecarregar o coração, especialmente em pessoas mais sensíveis – as mulheres são mais afetadas. Isso faz com que o coração perca força, principalmente no ventrículo esquerdo (lado esquerdo do coração), responsável por bombear o sangue para o resto do corpo”, esclarece.
Entre os sintomas – que podem se manifestar imediatamente ou algum período depois do evento –, estão:
- Dor no peito intensa, no centro ou do lado esquerdo do peito
- Falta de ar
- Palpitações
- Tontura
- Desmaio
- Cansaço extremo
Como tratar a síndrome do coração partido?
Alguns pacientes apresentam melhora dos sintomas da síndrome apenas com repouso e cuidados médicos simples. No entanto, o cardiologista informa que casos leves a moderados podem demandar de tratamentos como:
- Uso de medicamentos, como beta-bloqueadores, inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) ou diuréticos
- Acompanhamento psicológico
- Monitoramento hospitalar para acompanhar possíveis complicações
- Reabilitação cardíaca