Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iO que faz de alguém um “bom pai”? Para muitos, a resposta vem carregada de expectativas: estar sempre presente, nunca errar, ser incansável… Mas será que é isso mesmo? Segundo as especialistas em parentalidade Isabelle Roskam e Moïra Mikolajczak, ser um bom pai pode ser mais simples — e libertador — do que imaginamos. A chave não está na perfeição, mas na humanidade.
Sentir culpa ou frustração faz parte do pacote, mas isso não significa que você esteja falhando. Talvez, o segredo esteja em se permitir ser imperfeito, lembrando que amar seus filhos também inclui cuidar de si. Ser gentil consigo mesmo pode ser o primeiro passo para ser o pai que seus filhos realmente precisam.
Os filhos não são responsabilidade de apenas uma pessoa
Segundo o estudo de Roskam e Mikolajczak, o esgotamento parental acontece quando as demandas superam os recursos disponíveis. Imagine o esforço de levar as crianças para atividades extracurriculares em meio ao trânsito caótico: isso pode se tornar um peso enorme se não houver alternativas. No entanto, quando tarefas como essa são compartilhadas — seja com o parceiro, outros membros da família ou em rodízios com outras famílias — o equilíbrio melhora, e a exaustão dá lugar a uma sensação de alívio.
Aqui entra uma lição fundamental: não se trata de “ajudar”, mas de dividir responsabilidades. A carga mental não deveria ser um fardo exclusivo de uma pessoa. Pais e mães são parceiros nessa jornada, e corresponsabilidade é a palavra-chave. Um bom pai não é aquele que “ajuda a mãe”, mas sim aquele que participa ativamente, entendendo que cuidar, educar e amar os filhos é uma missão coletiva.
Não tente buscar a perfeição
A busca pela perfeição na criação dos filhos é uma armadilha que leva diretamente ao esgotamento. Não precisamos fazer tudo que achamos que “deveríamos” fazer. Na prática, deixar de lado pequenas obsessões, como manter a casa sempre arrumada, nos libera para focar no que realmente importa: estar presente. Afinal, a cama não precisa estar perfeita, mas seu filho pode muito bem arrumá-la sozinho — e aprender com isso.
O perfeccionismo na parentalidade cria falsas expectativas que, em vez de nos ajudar, nos sobrecarregam. Quanto mais nos pressionamos, mais nos aproximamos do esgotamento. Especialistas sugerem que substituir o “eu deveria” por um simples “está tudo bem assim” pode ser transformador. Se você se sentir culpado por não passar tempo suficiente com seus filhos, lembre-se: eles não precisam de um pai perfeito, mas de um pai presente.
O exemplo que você dá é importante
Pais que se preocupam com o exemplo que dão aos filhos sabem que ensinar não é apenas falar, mas agir. As crianças aprendem mais observando do que ouvindo. Isso significa que compartilhar tarefas domésticas e envolver o parceiro ativamente na rotina familiar não só ajuda a aliviar a carga, mas também educa para a igualdade. Quando os filhos veem os pais colaborando em casa, absorvem lições valiosas sobre respeito, cooperação e equilíbrio, quebrando estereótipos que, no futuro, podem pesar sobre eles.
Desenvolva novas habilidades parentais
Aprender novas habilidades parentais vai além de ensinar ou cuidar; trata-se de descobrir que podemos nos transformar ao longo do processo. Eve Rodsky ilustra bem isso com a história de um CEO que, ao assumir a responsabilidade pelas tarefas educacionais do filho, encontrou novas formas de se conectar não só com a família, mas também no trabalho, adotando uma liderança mais empática. Desenvolver essas habilidades não apenas alivia o peso do esgotamento parental, mas também traz um senso de propósito e diversão que pode fazer toda a diferença.
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