Redatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
Já se perguntou se o fato de uma criança ser “mimada” causa consequências em sua vida adulta? Resumidamente, a resposta é sim, porque tudo o que as crianças aprendem e vivenciam quando pequenas molda sua personalidade futura.
De acordo com os especialistas do Rincón de la Psicología, as crianças mimadas têm um comportamento egocêntrico e imaturo, com uma grande falta de consideração pelos outros. Elas demonstram “uma atitude autoritária, exigente e egocêntrica” que as impede de “se relacionar assertivamente com os outros”.
E, para surpresa de ninguém, elas não nascem mimadas. Os pais ou responsáveis são quem os tornam assim. Devido à falta de limites estabelecidos adequados à idade, as crianças mimadas acabam desenvolvendo alguns traços comuns que se manifestam na idade adulta. Saiba quais!
1. São intransigentes
Uma pessoa mimada quando criança acredita que tem todos os direitos e não tem muitas responsabilidades além de sua própria felicidade. Elas se tornam adultos intransigentes, que não estão dispostos a fazer concessões, não estão dispostos a mudar de posição para chegar a um acordo ou resolver um problema, porque sempre esperam que as coisas aconteçam do jeito delas, quando elas querem e nos termos delas.
Além disso, elas costumam achar que as coisas acontecem ou devem acontecer da maneira que elas querem, só porque querem, como explicou a psicóloga positiva Reena B. Patel à Parade.
2. Possuem habilidades de comunicação ruins
Se fizermos uma criança acreditar que tudo em seu ambiente é feito de acordo com suas preferências e necessidades, estaremos prestando um desserviço às suas futuras habilidades de comunicação. E não apenas para se expressar, mas também para ouvir. Como pais, devemos ensiná-los a prestar atenção e a considerar que a maneira como dizem as coisas pode afetar negativamente os outros.
Além dos desejos da criança, é preciso ensinar a ela algumas habilidades de comunicação para que ela ouça e seja ouvida. Pratique a escuta ativa e a assertividade com ela.
Se não aprenderem isso desde cedo, “podem se tornar adultos rudes que não se importam ou não levam em conta como suas palavras fazem os outros se sentirem”, explica a Dra. Denitrea Vaughan, supervisora da Thriveworks e psicóloga de relacionamentos. Eles se tornam exigentes em termos de comunicação e não querem ouvir os outros.
3. São egoístas
O egoísmo é um comportamento natural que faz parte do desenvolvimento evolutivo normal de uma criança e que, segundo os especialistas, vai além dos 6 anos. Mas se depois desse período a criança ainda reluta em compartilhar seus brinquedos, se recusa e até exige que os outros compartilhem com ela, temos um problema que se materializa com o egoísmo na idade adulta.
Essa talvez seja a característica mais comum dos adultos que foram mimados quando crianças. Como explica Patel, na idade adulta “eles se concentram no que funciona para eles e no que é melhor para eles e, muitas vezes, não levam em conta as preferências ou os sentimentos das pessoas ao seu redor”.
4. Não são empáticos
Como resultado de uma atitude egoísta, a empatia geralmente não é desenvolvida e se destaca por sua ausência, e o fato das crianças terem aprendido ou não a se comunicar de forma assertiva também tem muito a ver com isso.
Vaughan diz que “quando você não sabe como se comunicar e não foi desafiado a lidar com conflitos, você não tem a capacidade de tentar entender as coisas do ponto de vista de outra pessoa”. Não somos capazes de nos colocar na posição de outra pessoa porque achamos que a nossa é a única posição válida.
5. São impulsivos
Quando as crianças aprendem a chorar e a se acalmar, a ficar frustradas e a lidar com o que acontece com elas de forma autônoma, elas aprendem a gerenciar suas emoções. Por outro lado, se sempre damos a elas o que pedem no primeiro choro, estamos impedindo que desenvolvam sua inteligência emocional.
Se não aprendem o que é gratificação diferida, a capacidade de adiar uma recompensa presente por uma maior no futuro e, na ausência disso, teremos adultos impulsivos demais quando se trata de tomar decisões.
6. Não possuem autodisciplina
Mais uma vez, voltamos à inteligência emocional e, nesse caso, à importância dos limites em seu desenvolvimento. Os limites servem como estrutura, e uma educação permissiva que os estraga carece deles.
Vaughan afirma que quando não há regras ou limites, ou quando eles não são suficientemente aplicados, a autodisciplina não existe nem na infância, nem na idade adulta. Essas são pessoas que têm dificuldade, por exemplo, de seguir uma dieta saudável ou atender às exigências de um emprego, como explica o especialista.
7. Não sabem como administrar conflitos e discussões
Se quando criança você sempre foi levado a acreditar que estava certo ou se sempre conseguiu o que queria, o que o faz pensar que suas expectativas mudarão quando for adulto? Quando você cresce, quer sempre o mesmo: vencer o tempo todo, ter razão em tudo e que todos dancem com você.
Isso certamente é um grande problema para manter relacionamentos saudáveis porque “você não aprendeu a gerenciar conflitos e discordâncias de forma eficaz”, de acordo com Vaughan. Se as crianças mimadas recebem “sim” na maioria das vezes, mesmo que a resposta inicial tenha sido “não”, elas se tornam adultos inflexíveis, o que também não contribui para uma discussão produtiva.