Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iCriar um filho parece a coisa mais complicada do mundo, principalmente agora que o estilo de vida que levamos torna tudo ainda mais difícil para nós. É por isso que qualquer ajuda que a ciência nos oferece é recebida como água no deserto, seja para evitar frases que não devemos dizer às crianças se queremos que elas cultivem a inteligência emocional, seja para adotar hábitos que poucos ensinam e que são fundamentais para o sucesso delas no futuro, segundo renomados empresários.
Desta vez, foi um neuropsicólogo quem explicou a regra dos nove minutos. O nome dele é Maria Fernanda Guevara, neuropsicóloga infantil, e, em sua conta no Instagram @mybrainkids, ela explicou quais são os nove minutos mais importantes do dia para pais e filhos.
Esta é uma proposta que convida os pais a aproveitarem três momentos do dia para se conectarem com os filhos, fortalecerem o vínculo e melhorarem a comunicação. Apenas trabalhar 9 minutos favorece o correto desenvolvimento do cérebro das crianças e do seu comportamento.
Leia mais: “Meu filho reclama de tudo": como evitar os protestos constantes das crianças, segundo a psicologia
Crianças e a gestão do tempo
Às vezes, a gestão do tempo com as crianças torna-se complicada, principalmente porque, para elas, o conceito de tempo é algo mais abstrato, e aprendem à medida que crescem. Na verdade, a noção e a compreensão do tempo não são naturais e precisam ser ensinadas. Com as ferramentas adequadas, elas podem aprender a administrar o tempo como nós, mas é um erro acreditar que, desde pequenas, já possuem o mesmo entendimento que os adultos.
Para facilitar a gestão do tempo, podemos mudar a forma como pedimos as coisas, adaptando-as a algo que elas compreendam. Por exemplo, se dissermos “em três minutos vamos sair do parque”, a criança não tem uma noção exata de quanto tempo isso representa. Por outro lado, se dissermos quantas vezes ela pode continuar fazendo o que está fazendo, ela entenderá muito melhor. “Quando você descer o escorregador mais três vezes, iremos para casa fazer nossa lição de casa.” Tão simples quanto isso.
Se você tem dificuldade em explicar o conceito de tempo, faça uso de referências visuais, como calendários com desenhos ou ampulhetas, para tarefas específicas, como vestir o pijama ou preparar a mochila para o dia seguinte. Assim, a criança entenderá que, quando a areia da ampulheta acabar, a tarefa precisa ser concluída. Também podemos criar um cronograma com as atividades básicas do dia.
Além disso, Maria Fernanda Guevara garante que existem três momentos-chave do dia, divididos em três blocos de três minutos cada. Não precisamos de mais tempo para mudar a dinâmica do dia com nossos filhos, basta um pouco de paciência e comunicação para que tudo mude. Vamos explicar como:
A regra dos nove minutos: três momentos do dia para se conectar com seus filhos
O primeiro período de três minutos ocorre quando você se levanta. O fardo de ter que ir à escola, vesti-los, dar o café da manhã e sair de casa rapidamente. Em vez de começar o dia estressado, pode aproveitar esses três minutos para se conectar com o seu filho.
A especialista sugere que, em vez de acordar seu filho de maneira abrupta e agressiva, dizendo que está atrasado ou pedindo para ele se apressar, você pode deitar-se com ele por três minutos, dar-lhe um beijo e dizer que adora começar o dia com ele. Você também pode perguntar o que ele acha que será o momento mais interessante do dia. Dessa forma, você começará o dia com uma atitude mais positiva, ao invés de deixá-lo mais nervoso com a correria da rotina.
O segundo momento de três minutos ocorre quando ele chega da escola. Em vez de perguntar imediatamente sobre o dever de casa ou entregar-lhe um brinquedo ou aparelho eletrônico para se entreter, podemos perguntar como foi o dia dele, contar sobre o nosso ou simplesmente dizer: “Esse tempinho conversando com você me deixa feliz.”
O último momento do dia é na hora de ir para a cama. A especialista sugere que, em vez de ameaçá-los quando não quiserem dormir, devemos acompanhá-los até o quarto e perguntar qual foi o melhor momento do dia deles, ou aproveitar para reforçar algo positivo que fizeram. Por exemplo, você pode dizer: “Você se saiu muito bem no dever de matemática hoje. Ah, gostei muito de você me ajudar a fazer o jantar.”
Como já explicou a especialista em parentalidade Erika Katz, “quando estamos criando um filho, o que dizemos é tão importante quanto a forma como dizemos.” Nesse caso, um tom calmo, gentil e amoroso nos ajuda a nos conectar com nossos filhos. E, para fazer a diferença, só precisamos de nove minutos por dia.