Psicóloga clínica Fundadora e CEO da Clínica Via Vitae Especiali...
iJornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iApoiar os sonhos dos filhos é uma das formas mais bonitas de demonstrar amor e confiança. Afinal, quem não deseja ver as pessoas que ama alcançando seus objetivos mais profundos? Segundo a psicologia, o incentivo dos pais desempenha um papel essencial na construção da autoestima e na coragem para enfrentar qualquer desafio.
Um exemplo inspirador disso é o da atriz Fernanda Montenegro, que sempre acreditou no talento da filha, Fernanda Torres. Quando Torres foi indicada ao Globo de Ouro 2025 na categoria de Melhor Atriz em Série Dramática, Montenegro não hesitou em demonstrar seu apoio, afirmando que a filha levaria o prêmio — e ela levou! Esse tipo de suporte não apenas fortalece os laços familiares, mas também oferece aos filhos a coragem necessária para perseguirem seus objetivos.
Mas, na prática, como podemos oferecer esse apoio sem sufocar ou criar expectativas irreais? A psicóloga Alessandra Araújo Vieira explica que equilibrar incentivo com respeito à individualidade é o grande segredo. Confira!
A melhor forma de incentivar os sonhos dos filhos sem impor grandes expectativas
Apoiar os sonhos dos filhos é uma das tarefas mais gratificantes da parentalidade. No entanto, pode ser desafiador encontrar o equilíbrio entre oferecer o incentivo necessário e evitar sufocá-los com expectativas irreais. Segundo a psicóloga Alessandra, a chave está no diálogo, na parceria e no respeito à individualidade de cada filho.
"Os filhos buscam nos pais a validação de que as escolhas que estão fazendo são corretas", explica Alessandra. "Mas, às vezes, os pais projetam seus desejos não realizados na vida dos filhos. É aquela ideia de que os pais querem o melhor para eles, mas nem sempre o que é melhor para os pais é o ideal para os filhos." Esse conflito pode gerar pressões desnecessárias, transformando o apoio em cobrança e, pior, comprometendo a autoestima e a confiança dos jovens.
Para evitar isso, a psicóloga destaca a importância de uma relação saudável e aberta: "Autoritarismo nunca é o caminho para colocar os pés dos filhos no chão, especialmente na adolescência, quando a impulsividade é muito forte. Tudo é para ontem. Sem uma parceria saudável, há uma grande chance de frustração ou até riscos para o adolescente que busca realizar seus sonhos."
Um ponto essencial é ensinar aos filhos como lidar com os desafios e as frustrações que encontrarão ao longo do caminho. "Sempre digo que não se pode dar nem demais nem de menos", ressalta Alessandra. "Os filhos precisam lutar para alcançar seus sonhos e objetivos. A frustração faz parte do processo, e evitar que eles enfrentem isso pode prejudicar sua capacidade de conquistar patamares mais altos."
Pais e mães, em vez de tentar controlar o futuro dos filhos, podem encontrar um meio-termo: oferecer suporte emocional e recursos, mas permitir que eles façam suas próprias escolhas e aprendam com as consequências. É nesse equilíbrio delicado que os sonhos ganham asas — mas com raízes fortes para sustentá-los.
O que deve ser evitado para que o apoio não se transforme em pressão?
Se os pais não forem cuidadosos, aquilo que deveria ser um suporte pode acabar sufocando e gerando expectativas irreais. Segundo a psicóloga Alessandra Araújo, o primeiro passo é compreender que os filhos ainda estão em processo de aprendizado e amadurecimento.
"Muitas vezes, os pais projetam suas próprias habilidades nos filhos, esquecendo que eles ainda não têm a maturidade necessária para executar algumas tarefas", explica Alessandra. Essa projeção pode levar a cobranças excessivas, ignorando o tempo e o ritmo natural de desenvolvimento de cada criança ou adolescente.
Outro erro comum é deixar o processo estagnar, exigindo que o filho simplesmente cumpra o que é esperado, sem o devido acompanhamento. "A supervisão dos pais é fundamental para o filho evoluir em seu processo", ressalta a psicóloga. O ideal é caminhar ao lado, orientando e ajustando as expectativas de forma realista.
Além disso, é importante ensinar sobre os desafios da vida real. "Filhos que têm o suporte e explicações de como a vida realmente funciona tendem a ser mais cautelosos em suas decisões", observa Alessandra. Esse suporte ajuda a preparar os jovens para lidar com as consequências de suas escolhas de maneira saudável, sem sobrecarga emocional.
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