Médica anestesiologista e especialista em tratamento da dor, com certificado de área de atuação em Dor (AMB) e Dor Inter...
iA alimentação tem um papel fundamental para a regulação do organismo e impacta – e muito – no dia a dia dos pacientes, inclusive naqueles com dores crônicas.
Às vezes imaginamos que uma simples refeição não irá “fazer mal”, mas determinados alimentos podem desencadear crises e agravar dores. Do mesmo modo, a alimentação pode produzir uma série de benefícios para os pacientes que sofrem com dores crônicas. Por isso, o cuidado pode ser crucial para controlar as reações do organismo.
A alimentação como intensificador da dor
O principal fator que justifica essa intensificação da dor é que alguns alimentos podem levar à inflamação do corpo, causando uma piora na sensação dolorosa.
Uma dieta desequilibrada com alto consumo de ultraprocessados, açúcares refinados, carboidratos, frituras e gorduras saturadas pode causar resposta inflamatória no corpo e deve ser evitada, sobretudo, em períodos pós-cirúrgicos. A obesidade e o alcoolismo são outros fatores de risco para elevar as dores e devem ser controlados.
Alimentos que atuam no alívio das dores
Se por um lado há alimentos que pioram a dor, por outro, há aqueles que aliviam os sintomas. Essa redução pode ocorrer pelo consumo de alimentos anti-inflamatórios, como frutas vermelhas, vegetais de folha verde-escura, azeite extravirgem e chás.
Além disso, alimentos ricos em vitaminas do complexo B – como espinafre, brócolis e feijão-branco – regulam o sistema nervoso, que muitas vezes está associado a dores crônicas. Já ingredientes com triptofano (banana, aspargos e nozes), feniletilamina (cacau), ácidos graxos (salmão e abacate) estimulam a serotonina, crucial para melhorar o humor e, consequentemente, a percepção da dor. Minerais como zinco e magnésio entram na lista daqueles que diminuem a dor muscular e podem ser encontrados em amendoins, ovos e leite, além de sementes e grãos.
É essencial acompanhar o nível de vitaminas e minerais no corpo com constância, pois eles são parte integrante do tratamento e impactam na eficácia do tratamento de dores.
No geral, gorduras boas, frutas, vegetais, grãos integrais e carnes magras são perfeitos para reduzir as sensações negativas no corpo e garantir o fornecimento de nutrientes essenciais, além de fortalecer o sistema imunológico. Não podemos esquecer dela: a água! Vital para garantir que o corpo fique hidratado e saudável, por equilibrar e manter a sua funcionalidade.
Apesar da alimentação regulada, o controle da dor é multifatorial. A dieta não substitui o acompanhamento médico e os tratamentos, sejam eles medicamentosos, pouco invasivos, como anestesiologia, entre outros. Sempre consulte um especialista para definirem juntos uma rotina de cuidados.
Como profissionais da saúde, devemos incentivar os pacientes a adotar hábitos alimentares saudáveis, não apenas para auxiliar no manejo da dor, mas também para o fortalecimento do corpo e a prevenção de complicações, que favorecem a saúde de uma maneira geral. Tenha a sua alimentação como uma grande aliada.