Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iO psicólogo Carl Jung disse: “Não sou o que aconteceu comigo, sou o que escolho me tornar”. Para muitos, o relacionamento com a família pode ser complicado. E, embora nossas experiências nos moldem quando crianças, é possível que, agora como adultos, acreditemos ter superado o que vivenciamos.
No entanto, esses padrões aprendidos na infância podem gerar ressentimentos silenciosos que nem percebemos. Você pode estar demonstrando certos comportamentos com seus pais sem saber que eles refletem o ressentimento que carrega desde a infância. Reconhecer esses sinais pode ser o primeiro passo para curar suas feridas. Veja como:
1. Você evita contato
Quando algo nos machuca, mesmo que inconscientemente, nosso cérebro busca nos proteger, e a tendência é nos afastarmos. Por isso, pode ser difícil para você ligar para seus pais, visitar seus irmãos ou avós ou reservar um tempo para manter um mínimo de relacionamento com a família.
Sempre há uma desculpa para não ir. Não se trata de estar ocupado, mas de evitar o contato — e isso pode ser um sinal de ressentimento. Entretanto, evitar contato apenas aumenta a distância e reduz as chances de resolver os conflitos que os separam.
Essa distância entre pais e filhos pode ser causada por uma complexa rede de fatores culturais e psicológicos, desde experiências passadas até diferenças nos valores presentes que os afastam sem que percebam. Também pode estar relacionada à “cultura do individualismo”, como explicou o psicólogo Joshua Coleman à BBC.
2. Você tem momentos de raiva
Não se trata apenas de conversas com sua família que o deixam irritado e geram conflitos. Muitas vezes, uma conversa aparentemente casual pode se transformar em uma discussão acalorada, deixando você se perguntando de onde veio tanta raiva.
Assim como em outros relacionamentos, como Marion Solomon e Daniel J. Siegel explicaram no livro Healing Trauma, discussões diárias podem ser alimentadas por necessidades, vulnerabilidades e preconceitos que se repetem. O mesmo vale para a família. Essa raiva não resolvida pode ser um sinal de ressentimento.
Sentir-se magoado não é errado, mas o ressentimento pode ser perigoso para a saúde física e mental. Como explica a Dra. Kathy McCoy, algumas pessoas se apegam à mágoa e à raiva esperando um pedido de desculpas que talvez nunca chegue. Outras enxergam o rancor como uma demonstração de força, recusando-se a perdoar mesmo diante de pedidos sinceros.
Porém, como a especialista ressalta, perdoar não significa validar o que aconteceu ou minimizar sua dor. Reconhecer que a raiva excessiva é fruto de ressentimentos é o primeiro passo para compreendê-los e superá-los.
3. Você constantemente culpa os outros
Assumir o papel de vítima pode esconder diversos sentimentos, inclusive ressentimento. Culpar constantemente os outros, especialmente sua família, pode estar mais relacionado a mágoas antigas do que aos eventos cotidianos. Embora sua família possa ser responsável por dores do passado, você também é responsável por como essas experiências influenciam sua vida atual.
As ações dos seus pais o moldaram, mas cabe a você decidir como elas definirão seu presente e futuro. Se o dano for muito grande e o ressentimento persistir, pode ser hora de procurar ajuda e cuidar de si mesmo.
4. É difícil para você sentir empatia por eles
A empatia — a capacidade de compreender o que os outros estão sentindo — é essencial para construir conexões sociais. No entanto, questões não resolvidas do passado podem afetar sua empatia, especialmente em relação à sua família. Você pode até demonstrar empatia com outras pessoas, mas não com eles.
De acordo com especialistas da Verywell Mind, podemos demonstrar falta de empatia ao sermos excessivamente críticos, ao não perdoar erros ou ao não ouvir as perspectivas de nossos familiares. Essa falta de paciência pode ser um sinal de ressentimento.
5. Você sente estresse ou ansiedade na presença deles
Especialistas da Open Minds Psychology explicam que o ressentimento familiar é caracterizado por sentimentos de amargura, raiva e hostilidade, geralmente originados de conflitos não resolvidos, expectativas frustradas ou mal-entendidos.
Esses sentimentos sustentados ao longo do tempo podem ser emocionalmente desgastantes, contribuindo para um estado de angústia crônica. Esse estresse pode se manifestar em encontros familiares, aumentando o risco de depressão.
Como explicam os especialistas, "sentir-se constantemente frustrado ou irritado com os entes queridos pode prejudicar a autoestima e o bem-estar emocional, predispondo à depressão”.
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