
Pós Doutorado na FMUSP. Post-doctoral Clinical and Research fellow no Hospital Clínic Barcelona. Master in Translational...
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O fígado é um dos órgãos mais importantes do corpo humano, desempenhando mais de 500 funções essenciais, como filtrar o sangue, metabolizar nutrientes e eliminar toxinas. No entanto, algumas doenças podem comprometer sua funcionalidade ao longo do tempo, tornando o transplante hepático a única alternativa para preservar a vida do paciente.
Entre as principais condições que levam à necessidade de um transplante estão a cirrose causada pelo consumo excessivo de álcool, as hepatites virais B e C, a infiltração gordurosa do fígado (esteatose hepática) e até o uso prolongado de medicamentos que sobrecarregam o órgão.
Doenças genéticas raras, como a deficiência de Alfa-1 antitripsina, também podem comprometer a saúde hepática e exigir a substituição do fígado. No artigo abaixo, te explico todas as informações sobre esse órgão tão importante para o funcionamento.
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Quando o transplante se torna necessário?
Muitas doenças do fígado são silenciosas e se desenvolvem ao longo dos anos sem que o paciente perceba. O órgão possui reservas funcionais que podem mascarar os sintomas até estágios mais avançados da doença. Quando isso acontece, o fígado perde progressivamente sua capacidade de desempenhar suas funções vitais, levando à insuficiência hepática.
Nesse cenário, o transplante hepático se torna a única alternativa para a sobrevivência. O procedimento consiste em substituir o fígado doente por um órgão saudável, proveniente de um doador falecido da fila de transplantes ou de um doador vivo compatível, que pode doar parte do fígado – um órgão com incrível capacidade de regeneração.
A síndrome metabólica e o impacto no fígado
Atualmente, uma das principais causas que levam pacientes à fila de transplante é a síndrome metabólica, também conhecida como resistência à insulina. Essa condição, caracterizada por sobrepeso, diabetes, pressão alta e sedentarismo, pode causar uma inflamação crônica no fígado chamada esteato-hepatite não alcoólica (NASH), que pode evoluir para cirrose e insuficiência hepática, aumentando o risco de câncer no fígado.
A esteatose hepática (gordura no fígado), por si só, não leva à necessidade de transplante, mas quando associada à síndrome metabólica e a um estilo de vida inadequado, pode evoluir para quadros mais graves. Sintomas como pele e olhos amarelados, acúmulo de líquido abdominal (ascite) e hematomas frequentes podem indicar um comprometimento severo do fígado.
Como prevenir a falência hepática?
A boa notícia é que, em muitos casos, o avanço da doença hepática pode ser evitado com hábitos saudáveis. Prevenir é sempre o melhor caminho, e algumas mudanças no estilo de vida podem fazer toda a diferença:
- Evitar o consumo excessivo de álcool, pois ele sobrecarrega o fígado e pode levar à cirrose.
- Manter uma alimentação equilibrada, priorizando a dieta mediterrânea, rica em fibras, vegetais, proteínas magras, azeite de oliva e grãos integrais.
- Praticar atividades físicas regularmente, ajudando a reduzir a resistência à insulina e o acúmulo de gordura no fígado.
- Fazer check-ups periódicos, incluindo exames de sangue e ultrassom abdominal para avaliar a saúde hepática.
O fígado é um órgão essencial para a vida e merece atenção especial. Cuidar da alimentação, evitar hábitos prejudiciais e realizar exames médicos regularmente são atitudes fundamentais para evitar complicações hepáticas e, consequentemente, a necessidade de um transplante.
Se você tem fatores de risco ou já recebeu um diagnóstico de esteatose hepática, converse com um especialista para adotar medidas preventivas e proteger sua saúde.
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