
Infectologista do Instituto Emílio Ribas. Chefe do Departamento de Infectologia do Grupo Santa Joana e Membro...
i
Redatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.

Em 2018, o apresentador Ronnie Von foi internado após o diagnóstico de influenza A, também conhecida como gripe H1N1. Na época, com 73 anos, o artista passou um período da internação na UTI devido às complicações.
Apesar de parecer simples, a doença pode representar um alto risco de complicações em pacientes com mais de 60 anos ou que possuam comorbidades. No evento “Além da gripe: riscos e impactos provocados pelo vírus da influenza”, organizado pela Sanofi, Ronnie relembrou como seu quadro evoluiu rapidamente.
“Eu não tinha [comorbidade], absolutamente nada. Em uma noite, eu ouvi um papo de dois médicos amigos meus, pneumologista e cardiologista: ‘Daqui a pouco vai ter que entubar’. E eu acordadinho, fingi que estava dormindo. É nessa hora que a gente vê”, relatou.
Em outro momento, o apresentador confessou não estar com o esquema vacinal atualizado na época e destacou a importância da prevenção. “‘Ah, é só uma gripezinha’. Eu fui parar lá na UTI, porque então era só uma gripezinha? Esse tipo de cultura precisa ser mudada no Brasil, sabe? Mas é difícil, eu sei, porque é uma coisa enraizada. Mas não é uma gripezinha, gente. Qualquer moléstia tem o seu desdobramento. Às vezes uma coisa é pequena, mas pode se transformar em uma coisa grande”, desabafou.
Saiba mais: Gripe mal curada: o perigo disso e como resolver
Dados influenza
De acordo com dados do SIVEP-Gripe (Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe), as hospitalizações de idosos por Síndrome Respiratória Aguda Grave causadas pelo vírus influenza, em 2024, tiveram um crescimento de 189% em comparação ao ano anterior.
Os números indicam um aumento de 157% na letalidade da doença. Portanto, 1 em cada 5 pacientes com 60 anos ou mais que foram hospitalizados com SRAG por influenza veio a óbito.
Vacinação contra a gripe
A campanha nacional de vacinação contra a gripe de 2025 terá início no 7 de abril pela rede pública, segundo o Ministério da Saúde. Na primeira etapa a campanha acontecerá nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul; e a partir de setembro na região Norte.
O imunizante que será aplicado pelo Sistema Único de Saúde ao longo da campanha será o trivalente, que oferece proteção contra três cepas do vírus: Influenza A (H1N1), Influenza A (H3N2) e Influenza B. Já nas redes particulares, a vacina será quadrivalente, protegendo contra as três principais cepas e outra adicional da Influenza B.
“Vacina previne as complicações, a gripe grave, para que você não precise ir para a UTI, que você não precise ir para ventilação mecânica”, informou Rosana Ritchmann, infectologista do Instituto Emilio Ribas e chefe do Departamento de Infectologia do Grupo Santa Joana, durante o evento.
Além disso, neste ano a vacina passa a fazer parte do Calendário Nacional de Vacinação, ficando disponível o ano todo nas unidades básicas de saúde para o público prioritário, que contempla:
- Crianças de 6 meses e menores de 6 anos
- Crianças indígenas de 6 meses a menores de 9 anos
- Gestantes e puérperas
- Idosos com 60 anos ou mais
- Trabalhadores da Saúde
- Puérperas
- Professores dos ensinos básico e superior
- Povos indígenas
- Pessoas em situação de rua
- Profissionais das forças de segurança e de salvamento
- Profissionais das Forças Armadas
- Pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (independentemente da idade)
- Pessoas com deficiência permanente
- Caminhoneiros
- Trabalhadores do transporte rodoviário coletivo (urbano e de longo curso)
- Trabalhadores portuários
- Funcionários do sistema de privação de liberdade
- População privada de liberdade, além de adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas (entre 12 e 21 anos)
Saiba mais: Dengue dá tosse? Dá coceira? Veja sintomas não tão comuns da doença