
Especialista em saúde e bem-estar, com formação em endocrinologia e metabologia. Ele oferece serviços personalizados par...
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Jornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
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Você pode estar fazendo tudo certo: alimentação balanceada, treino em dia, sono regulado… mas a balança insiste em não colaborar. E antes que pense que o problema está em você, vale a pena investigar um possível culpado que pouca gente considera: o cortisol - também conhecido como o hormônio do estresse.
Quando está desregulado, ele não só atrapalha o processo de emagrecimento, como pode ser o responsável por aquele acúmulo de gordura na região abdominal que parece não desaparecer por nada. Isso porque o cortisol, quando permanece elevado por muito tempo, envia ao corpo o sinal de que é necessário guardar energia — o que significa, para o organismo, armazenar gordura em vez de queimar.
A boa notícia é que é possível controlar os níveis de cortisol e destravar o emagrecimento. A seguir, você vai entender melhor como esse hormônio funciona, por que ele atrapalha a perda de gordura e o que fazer para mantê-lo equilibrado.
Por que o cortisol pode dificultar a perda de gordura?
Quando o assunto é emagrecimento, muita gente pensa logo em cortar calorias, intensificar o treino ou reduzir os carboidratos. Mas existe um fator que pode estar sabotando todo esse esforço — e que nem sempre recebe a atenção devida: o cortisol.
De acordo com o nutrólogo e endocrinologista Rodolfo Duarte, o primeiro passo é entender que o cortisol não é um vilão por si só. “Ele é um hormônio liberado em situações de estresse, como privação de sono, doenças, consumo excessivo de álcool, entre outros. Tem um papel central na regulação do nosso corpo e, sem ele, não sobreviveríamos”, explica.
O problema começa quando os níveis de cortisol permanecem altos por tempo prolongado, seja por conta de uma alimentação desbalanceada, noites mal dormidas ou uma rotina intensa e estressante. “Seu excesso, devido a fatores como má alimentação, privação de sono e estresse, causa resistência à insulina, eleva os níveis de glicose no sangue e favorece o acúmulo de gordura”, afirma Duarte.
Mas os efeitos do cortisol elevado não param por aí. Ele também influencia diretamente o comportamento alimentar. “O cortisol alto afeta as escolhas alimentares, fazendo com que a pessoa opte por alimentos mais calóricos e saborosos”, completa o especialista. Em outras palavras, o estresse constante pode levar você a buscar aquele combo de açúcar e gordura — o que complica ainda mais o processo de emagrecimento.
E tem mais: o excesso de cortisol também atrapalha a preservação da massa muscular, essencial para manter o metabolismo ativo. “Altos níveis de cortisol, quando persistem, também estimulam a degradação da massa muscular, o que prejudica ainda mais o metabolismo”, alerta Duarte.
O que faz aumentar os níveis de cortisol no organismo?
Segundo o endocrinologista Rodolfo Duarte, diversos fatores podem elevar os níveis de cortisol. “Qualquer agente estressor, seja físico ou emocional, quando persistente, pode interferir na produção de cortisol. Exemplos incluem doenças, privação de sono, consumo de álcool, excesso de trabalho, treinos exagerados, entre outros”, explica o especialista.
Ou seja: o estresse não vem só de uma reunião tensa ou um prazo apertado no trabalho — ele também pode ser causado por uma alimentação inadequada, falta de descanso ou até por aquele treino pesado que você insiste em fazer todos os dias, sem dar tempo para o corpo se recuperar.
E embora o estresse do dia a dia seja o vilão mais comum, existem também condições clínicas que merecem atenção. “Não podemos deixar de mencionar a síndrome de Cushing, que é uma doença em que a produção de cortisol sai do controle, independentemente de fatores externos. Ela causa um ganho de peso muito mais agressivo, além de diabetes e alterações na distribuição da gordura corporal”, alerta Rodolfo.
O que fazer para reduzir os níveis de cortisol?
Esse hormônio, essencial para o funcionamento do corpo, pode se tornar um vilão quando se mantém constantemente elevado. E, segundo Rodolfo Duarte, o caminho para equilibrar o cortisol começa com mudanças reais no estilo de vida.
“Não há como falar em redução do nível de cortisol sem falar de mudança de hábitos, para evitar os fatores estressantes aos quais a pessoa está exposta”, explica o especialista. Ou seja, não adianta buscar soluções rápidas se o seu dia a dia continua caótico, com pouco sono, alimentação ruim, excesso de trabalho ou treinos intensos sem recuperação.
A base para equilibrar os hormônios continua sendo a boa e velha tríade: alimentação adequada, sono de qualidade e momentos de descanso e lazer. Além disso, atividades como meditação, yoga e caminhadas leves podem ajudar bastante a acalmar a mente e, por consequência, o sistema hormonal.
Mas também existem ajudas naturais. “Há fitoterápicos, conhecidos como adaptógenos — entre eles, a rhodiola rósea e a ashwagandha — que podem ajudar a equilibrar os níveis de cortisol”, diz Rodolfo. Esses compostos naturais ajudam o corpo a lidar melhor com o estresse e a recuperar o equilíbrio — sempre com orientação médica, é claro.
Falando nisso, vale lembrar que nem sempre o problema está apenas no estresse cotidiano. Em alguns casos, doenças específicas podem estar por trás do aumento exagerado do cortisol, como a síndrome de Cushing. “Existem também doenças que causam elevação excessiva do cortisol e que exigem tratamentos específicos, por isso o médico deve sempre ser consultado para avaliação e acompanhamento”, reforça o endocrinologista.