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Conhecida como DPOC, a doença pulmonar obstrutiva crônica é considerada a doença que mais causa danos para os pulmões. Irreversível, o problema une a bronquite crônica e o enfisema pulmonar, apresentando uma evolução progressiva que se desenvolve, principalmente, após a exposição prolongada dos brônquios às substâncias contidas na fumaça do cigarro. Outro agente causador do problema é a falta da proteína alfa-antitripsina nos pulmões e o contato direto e regular com a fumaça provocada pela queima de lenha.
"Entre 20% a 30% dos fumantes desenvolvem a DPOC após os 40 anos, sendo que alguns estudos sugerem que as mulheres são mais suscetíveis aos efeitos nocivos do cigarro do que os homens", explica o pneumologista e professor-livre docente da Faculdade de Medicina da UNIFESP, José Jardim.
Gravidade
A DPOC apresenta quatro estágios de gravidade, que variam entre leve, moderado, grave e muito grave. As crises respiratórias são causadas geralmente por infecções bacterianas ou virais, como explica o pneumologista. No período das crises, os pacientes sentem piora da falta de ar, fadiga, aumento da tosse crônica e da produção de catarro. Em 95% dos casos, as lesões dos tecidos pulmonares são irreversíveis, mesmo que o paciente tenha parado de fumar por muito tempo .
Sintomas
Os sintomas da doença surgem com o tempo, de forma lenta e progressiva, mas alguns deles surgem logo nos primeiros meses da doença. Os principais sintomas da DPOC são tosse crônica, produção de catarro e falta de ar, principalmente durante o sono e durante o esforço físico.
Normalmente, os sintomas aparecem de maneira progressiva, sendo comum o paciente somente dar atenção ao problema quando o quadro piora, afirma o especialista.
DPOC x Asma
As duas podem parecer à mesma coisa, mas não são. Entender a diferença é fundamental para conseguir um diagnóstico precoce.
Quando surge
DPOC: Início na meia idade
Asma: Na infância ou adolescência
Características
DPOC: Longo histórico de tabagismo
Asma: Histórico familiar de asma
Sintomas
DPOC: Progressivos, tosse, produção de catarro e falta de ar
Asma: Variados, chiado no peito, tosse seca ou com catarro, falta de ar e cansaço
Consequências
DPOC: Lesões pulmonares não reversíveis
Asma: Alterações inflamatórias reversíveis
Diagnóstico
Para o diagnóstico da doença acontecer, é preciso uma avaliação clinica do paciente, além de um exame chamado espirometria. A espirometria é um exame que avalia a função pulmonar por meio de um aparelho que registra os movimentos de inspiração e expiração do paciente. "Ele também avalia a gravidade da doença e a resposta do paciente às medicações broncodilatadoras", comenta o pneumologista.
Tratamento
O tratamento da DPOC busca diminuir a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, mas não existe cura. De acordo com o pneumologista, dependendo da gravidade da doença, o médico pode prescrever o uso de broncodilatadores inalatórios, antibióticos e a oxigenoterapia domiciliar para repor a falta de oxigênio no sangue. O tratamento farmacológico pode prevenir e controlar os sintomas, reduzir a frequência e a gravidade das crises respiratórias e melhorar a condição de saúde do paciente.
Reabilitação pulmonar
Outro método de tratamento é a reabilitação pulmonar, que o especialista diz melhorar muito o quadro da doença e consiste em um programa de atendimento multiprofissional aos pacientes com DPOC. Ele inclui técnicas de respiração, treinamento para melhora do condicionamento físico e outras atividades sob supervisão de profissionais de saúde
Teste seu pulmão
A Associação Brasileira de Portadores de DPOC preparou um teste que indica se você está no grupo de risco da doença. Confira:
- Você é fumante há mais de 20 anos, com uma média de consumo de 20 cigarros ao dia ou mais?
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Você tem gripes ou resfriados frequentes, ou seja a cada 2 a 3 meses?
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Quando você está gripado seu peito chia e/ou você sente falta de ar em atividades que antes eram feitas naturalmente?
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Após um quadro gripal, você persiste com tosse e/ou catarro por tempo maior do que o normal, ou seja, em torno de 10 dias (sensação de "gripe que não curou")?
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Você tem tosse persistente mesmo não estando gripado?
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Você costuma eliminar, por vários dias, principalmente pela manhã, catarro branco, independentemente de estar gripado?
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Você tem notado nos últimos meses, ou anos, que a sua respiração fica difícil, pesada, em atividades físicas que antes não provocavam tal sensação?
De acordo com o a Associação Brasileira de Portadores de DPOC, caso tenha respondido sim a três ou mais questões, você tem chances de desenvolver a doença. Procure um médico para realizar uma avaliação clínica.