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iConseguir um transplante de órgãos no Brasil ainda é muito difícil, mesmo com as campanhas de conscientização promovidas anualmente pelo Ministério da Saúde. Com os avanços da Medicina, as chances de obter sucesso em intervenções deste tipo aumentam, mas o número de doadores ainda permanece insuficiente.
O consentimento da família, atualmente, ainda é a maior barreira enfrentada pelos hospitais. Muitas vezes, os parentes não autorizam a retirada dos órgãos para transplante ou demoram a tomar uma decisão, o que pode fazer com que os órgãos já não possam mais ser reaproveitados.
Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), em 2018, 43% das famílias recusaram a doação de órgãos de seus parentes após morte encefálica comprovada. E uma das principais razões para a recusa dos parentes é justamente a falta de conhecimento sobre o tema e a irreversibilidade da morte encefálica.
Entretanto, uma pesquisa do British Medical Journal indicou que informar bem os parentes sobre o quadro de saúde do paciente e uma morte provável pode ajudar a mudar essa situação. De acordo com o estudo, é preciso que a família entenda o processo de doação e saiba que os cuidados com o doador serão de alta qualidade.
O conceito de morte cerebral também precisa de uma explicação detalhada para que a família esteja segura o suficiente na hora de autorizar a doação. "Os estudos mostram que a opinião da família muda rapidamente. Por isso, mesmo após uma posição negativa, é aconselhável que seja feita uma nova abordagem", afirma o neurologista Ricardo Teixeira, da Unicamp.
Além disso, é muito importante que a pessoa informe sua família ainda em vida sobre o desejo de doar seus órgãos. Esta atitude, apesar de simples, pode facilitar o entendimento dos parentes e ajudar muitas vidas que dependem de um transplante.