A doação de órgãos é uma prática que pode salvar a vida de muitas pessoas que estão na fila por um transplante. No entanto, no Brasil ainda existe pouca adesão de doadores, o que dificulta a realização de transplantes.
O médico gastroenterologista do Grupo de Transplantes da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Wangles Soler, lembra que para o processo de doação ter início, o doador deve ter tido morte encefálica, o que representa entre 5% e 10% das mortes. Porém, apenas um em cada cinco casos são notificados, reduzindo-se ainda mais as chances de se encontrar um doador.
"Essa é uma luta eterna. O percentual de mortes encefálicas seria suficiente para sanar a lista de espera, mas desse total, apenas 30% são doadores. Além disso, em muitos casos não há notificação da morte cerebral". O assunto ainda envolve questões pessoais, por isso deve ser tratado com bastante atenção. Saiba a resposta para as dúvidas mais comuns sobre a doação de órgãos:
Posso doar alguns órgãos em vida?
Sim. Há dois tipos de doações feitas em vida: são órgãos duplos, como pulmão e rins; ou órgãos que podem ser fragmentados, como o fígado. No entanto, a lei brasileira autoriza a doação em vida ao cônjuge, familiares até o quatro grau, ou pessoas sem grau de parentesco. Neste último caso é preciso haver a autorização judicial a fim de evitar a venda de órgãos. Além disso, há de se levar em conta a compatibilidade e eventuais riscos da doação. O especialista José Medica lembra que, hoje, o risco para o doador em vida é mínimo, mas há sempre que se considerar a grandeza de um transplante e suas decorrências. Por isso, é importante avaliar sempre a relação entre doador e receptor.
*Com informações da Agência Brasil