Médico oftalmologista autor e editor de 15 livros sobre catarata, cirurgia refrativa e administração em oftalmologia.&nb...
iApenas 6% dos paulistas sabem qual é a taxa considerada ideal para a pressão arterial, de 130 mmHg por 80 mmHg, popularmente: 13 por 8 ...
A conclusão faz parte de um levantamento realizado pela Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, Socesp, e pelo Datafolha em 2008. Foram ouvidas 2.096 pessoas, em 85 cidades do Estado.
Segundo a sondagem:
- Mesmo depois de estimulados, apenas 22% dos entrevistados acertaram a resposta certa. O fato é preocupante porque a hipertensão é uma doença silenciosa que eleva o risco de problemas cardiovasculares;
- Quanto aos principais fatores de risco cardiovascular, 18% dos entrevistados citaram a hipertensão, atrás de tabagismo, sedentarismo e estresse;
- Os homens se mostraram menos informados sobre o perigo da pressão alta em comparação com as mulheres: apenas 12% deles indicaram a hipertensão como fator de risco, em comparação com 23% das mulheres;
- Entre os jovens de 18 a 24 anos, somente 9% sabem da importância de manter a pressão nos níveis recomendados, enquanto os adultos de 45 a 70 anos estão mais informados (26%).
As complicações da hipertensão quando não levam à morte prejudicam a qualidade de vida do paciente. Oclusões vasculares retineanas, retinopatia hipertensiva, aparecimento de vasos sangüíneos anormais na retina e o desenvolvimento do glaucoma são complicações comumente diagnosticadas em pacientes que apresentam hipertensão arterial.
Considera-se que a pessoa é hipertensa, se medindo a pressão arterial em repouso, obtém-se valores acima de 14 por 9. Esses são os números de corte. Acima deles, a pressão é considerada elevada; abaixo, é normal. Esse valor independe da idade, tanto faz se a pessoa tem 20 ou 60 anos.
A Sociedade Brasileira de Hipertensão recomenda que a pressão arterial deve ser medida regularmente, no mínimo, uma vez por ano, inclusive por aqueles que não têm ou desconhecem ter a doença. A recomendação se aplica também às crianças, a partir dos três anos de idade. Já para os hipertensos, a verificação da pressão deve ser constante para o controle adequado da doença.
Como a pressão alta afeta a visão
A retinopatia hipertensiva é um distúrbio de visão que ocorre quando a pressão arterial torna-se extremamente elevada, como nos casos de hipertensão grave, hipertensão maligna e toxemia gravídica.
As repercussões da hipertensão arterial se fazem sentir, principalmente, no leito vascular de órgãos alvo, dentre estes, os olhos. O diagnóstico precoce dos sinais e lesões referentes à retinopatia hipertensiva permite avaliar a gravidade da hipertensão arterial, e, principalmente, realizar um acompanhamento evolutivo das lesões orgânicas hipertensivas como hemorragias na retina, microaneurismas, exudatos extravasamento de gordura espasmos arteriolares e estase de papila.
Os exames oftalmoscópicos das alterações vasculares fundoscopia e oftalmoscopia direta e indireta permitem que as alterações causadas pela hipertensão sejam diagnosticadas precocemente. A fundoscopia também permite avaliar os danos em outros órgãos alvo, além de fornecer informações sobre a severidade da doença.
Outra complicação decorrente da hipertensão é a obstrução da circulação sangüínea retineana. A veia central retineana é o principal vaso sangüíneo que transporta o sangue a partir da retina. A sua obstrução faz com que as veias menores da retina fiquem congestionadas e tornem-se tortuosas. Assim, a superfície da retina torna-se congesta e edemaciada e pode ocorrer um escape de sangue no olho.
A obstrução da circulação sangüínea retineana ocorre, principalmente, em indivíduos idosos com histórico de glaucoma, diabetes, hipertensão arterial ou doenças que provocam alterações na coagulação do sangue. A obstrução da veia retineana provoca perda de visão indolor e evolui muito mais lentamente do que os casos de obstrução da artéria retineana.
As alterações permanentes da visão por causa da hipertensão incluem, ainda, o crescimento de novos vasos sangüíneos anormais na retina e o desenvolvimento do glaucoma. A angiografia com fluoresceína é outro exame que auxilia o oftalmologista a determinar a extensão da lesão e o melhor plano terapêutico para cada paciente. Em muitos casos, o tratamento com laser pode ser utilizado para destruir os vasos sangüíneos anormais.
Na consulta oftalmológica do paciente hipertenso, outra queixa comum é o aparecimento de moscas volantes, que podem ser descritas como pontos pretos, manchas escurecidas ou fios que se assemelham às teias de aranha, observados principalmente quando o paciente olha para uma parede branca ou para o céu claro.