Redatora especialista em conteúdos sobre saúde, família e alimentação.
Engana-se quem pensa que os surtos de doenças transmitidas por alimentos (DTA) são exclusivos do verão. Eles podem ocorrer em qualquer época do ano e causar falta de apetite, náuseas, vômitos, diarreia, dores abdominais e febre, além da possibilidade de atingirem o fígado (hepatite A) e as terminações nervosas periféricas (botulismo). Há um registro médio de 665 surtos por ano no Brasil, com 13 mil doentes, de acordo com o Ministério da Saúde. Por isso, é importante ficar atento à alimentação.
Um estudo realizado pelo Centro para Ciência no Interesse Público dos Estados Unidos, divulgado no blogWell, do jornal The New York Times, aponta o ovo cru, consumido principalmente na gemada, como um dos dez vilões mais perigosos da intoxicação alimentar. Os cientistas explicam que tal resultado se dá pelo fato do ovo cru ser muito suscetível a contaminações por bactérias como a salmonela, que podem levar a morte se não forem tratadas a tempo. Tais bactérias invadem o sistema imunológico das pacientes e alteram todo o funcionamento do organismo, em especial do intestino, fígado e rins, provocando dores fortes e náuseas.
Segundo o estudo, entre os produtos que mais provocaram o problema estão ovos crus e mal cozidos (22,8%), carnes vermelhas (11,7), sobremesas (10,9%), água (8,8%), leite e derivados (7,1%).
Existem mais de 250 tipos de DTAs e a maioria é causada por bactérias e toxinas, vírus e parasitas. A lista de condições que favorecem a contaminação conta com erros de higiene pessoal, preparo com muita antecedência das iguarias e refrigeração inadequada.
Alguns gestos simples ajudam na prevenção, como lavar bem as mãos com água e sabão antes de preparar as refeições, verificar se os utensílios da cozinha estão limpos e checar o prazo de validade dos produtos.