No carnaval, há espaço para públicos de todas as idades curtirem a folia. Seja viajando, em micaretas ou nas festas, as crianças e pré-adolescentes também entram no ritmo da diversão. Muitas festas atendem esta faixa etária, mas os cuidados dos pais não podem ser deixados de lado. Uma das grandes dúvidas que surge é a decisão de deixar os filhos irem sozinhos aos bailes.
De acordo com a psicóloga Marina Vasconcellos, as crianças não devem frequentar as festas de carnaval sem o acompanhamento de um adulto, que se responsabilize por elas. O motivo é a preocupação com a segurança, além do consumo de bebidas alcoólicas, energéticos e drogas. "Em vez de proibir o consumo sem dar explicações, os pais devem explicar aos filhos quais são as consequências do vício e os perigos causados por estas substâncias", explica Marina. ?Mas a medida só eficaz se o jovem já tiver idade para compreender o que está sendo dito?.
Fantasia tem idade
Muitos bailes de carnaval costumam ser à fantasia. E a escolha da roupa dos pequenos pede atenção dos adultos. A fantasia infantil ideal é aquela que não expõem demais o corpo da criança e nem tem uma conotação adulta. "Sensualizar a criança é desnecessário e prejudicial, porque ela nem tem consciência do que é isso.
As fantasias realmente infantis dão conta da diversão sem oferecer riscos ao comportamento futuro", diz Marina. O limite de idade das festas também deve ser observado: crianças de cinco anos não devem, por exemplo, estarem na mesma festa que pré-adolescentes, sem que adultos responsáveis estejam presentes.
Sem excessos
Além disso, a audição infantil é bastante sensível e pode sair prejudicada se houver exposição inadequada ao som alto. "O ideal é que a criança faça intervalos longe do barulho durante a festa", explica o pediatra Renato Lopes de Souza.
A exposição excessiva a volumes elevados pode trazer consequências graves como a perda parcial da audição, zumbidos momentâneos ou irreversíveis ou perda auditiva lenta ocasionada por ruídos. "Ficar perto da caixa de som ou levar um tapa no ouvido pode causar traumas e, em casos extremos, levar a perda da audição."
Já para aqueles que se expõem ao barulho, mas em uma intensidade não tão grave, o risco é de sofrer com a chamada Perda de Audição Induzida por Ruído (PAIR), em que há uma perda contínua e lenta", explica o otorrinolaringologista Luciano Neves, da Unifesp . Outra possibilidade, segundo Luciano, é o tão conhecido zumbido no ouvido, que de acordo com o tempo de exposição e a intensidade do barulho, pode ser irreversível.
A reposição de líquidos deve também ser frequente, bem como a alimentação (que precisa ser leve, sem alimentos gordurosos). Nas festas em locais abertos, o protetor solar deve ser convidado especial e, reaplicado, no mínimo, a cada três horas. O ideal é que a criança não seja exposta de maneira alguma no horário das 10h30 às 14h30, período em que o sol é intenso.
Brincadeiras e brinquedos
Algumas brincadeiras típicas também devem ser alvo de atenção. Nas festinhas, é comum serem oferecidas as maquiagens faciais artísticas com desenhos de personagens e bichos, que atraem os pequenos. Não custa perguntar ao maquiador se o produto é apropriado e antialérgico e, caso a criança apresente qualquer sinal de sensibilidade, o rosto deve ser lavado imediatamente com água e sabonete neutro. Brinquedos como sprays de espuma, não podem ficar próximos às crianças muito pequenas, que podem ingerir a substância acidentalmente. Outro alerta vai para o ato de jogar confete e serpentina na boca um dos outros. São produtos que contêm tinta e podem ser tóxicos, além de sufocarem .
Nenhum cuidado deve ser descartado. São pequenas atitudes que garantem aos pais e filhos um carnaval com diversão e segurança. Parece exagero, mas identificar a criança com um crachá - que tenha nome, endereço, telefone de contato e tipo sanguíneo (se os pais souberem) - pode significar uma preocupação a menos para os pais. Estar atento a automóveis e aproximação de estranhos é fundamental.
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