Ela é símbolo de emancipação feminina e considerada uma das maiores descobertas farmacêuticas do século XX, a pílula anticoncepcional oral. Lançada em 1960, pelo laboratório Bayer Schering Pharma, a primeira pílula recebeu o nome de Anovlar. Com o objetivo de ser um remédio contra a gravidez e fácil de usar, ela foi ícone da revolução sexual dos anos 70. O padrão comportamental também mudou. As mulheres ganharam mais liberdade na vida sexual e o sonho de aliar carreira profissional e planejamento familiar se concretizou. Após 50 anos de seu lançamento, estima-se que o medicamento seja usado por 80 milhões de mulheres no mundo todo, segundo o Instituto Guttmacher, organização de saúde sexual dos Estados Unidos. Desde sua invenção, o grande salto dos métodos contraceptivos hormonais está na evolução da forma de aplicação e na redução de efeitos colaterais que provoca.
Os dois hormônios femininos que compõem a pílula são o estrogênio (os derivados são Etinilestradiol e Mestranol), e a progesterona (os derivados são Noretindrona, Linestrenol, Gestodeno, Norgestrel, Medroxiprogesterona). Logo que foram lançados, os hormonais traziam grande desconforto, como enxaquecas, náuseas e inchaços, devido à alta dosagem de hormônios. A ginecologista Carolina Carvalho Ambrogini explica que a quantidade dos hormônios nas dosagens dos anticoncepcionais diminuíram em até cinco vezes e, hoje, não causam mais tanto mal-estar. "Além disso, a pílula pode trazer outros benefícios como redução da acne, redução da oleosidade da pele e do cabelo, e até a diminuição das chances de desenvolver câncer de endométrio e o de ovário", diz a médica.
Os efeitos colaterais também podem variar de acordo com a qualidade da progesterona usada no medicamento. É aí que mora a diferença de preço em relação às diferentes marcas disponíveis no mercados ( o preço pode variar, em média, entre R$ 10 a R$ 60). "Todas as pílulas passam por um controle de qualidade, porém algumas versões são elaboradas com uma progesterona sintética mais similar àquela encontrada no organismo, o que faz algumas mulheres relatarem menos mal-estar, mas encarece o medicamento", explica Carolina
Outros métodos hormonais
Existem diversos tipos de métodos anticoncepcionais que utilizam hormônios para prevenir a gravidez. Um deles é a injeção de hormônios, tomada a cada um ou três meses. Sua composição impede que a mulher ovule, fazendo com que não haja um período fértil. A maior vantagem desse método é que muitas pacientes fiéis à pílula acabam se esquecendo de tomá-la diariamente e na hora correta. A média de preço gira em torno de 40 reais por mês. "O problema desse método é que ele causa irregularidade do ciclo menstrual", explica a ginecologista Rosa Maria Neme.
Adesivos transdérmicos: ele são um método bastante seguro. Assim como a pílula anticoncepcional, ele contém os dois hormônios (estrogênio e progesterona) que são absorvidos através da pele, porém só precisam ser trocados uma vez por semana. "O método é um bom substituto para as pacientes que têm enjoos com a pílula, porque, pelo fato de ser colocada na pele, não influencia tanto no sistema gastrointestinal", diz Carolina. O método custa, em média, R$ 50 reais.
Implante subcutâneo: é recente e ainda pouco utilizado, porém é um dos mais práticos, além de interromper a menstruação durante o período em que está na pele. "Ele é colocado embaixo da pele do braço, é flexível e tem o formato de um pequeno bastão, contendo progesterona sintética. É recomendado em casos de endometriose, por causa das fortes cólicas que o problema causa", diz Carolina. O preço é salgado, chegando a R$ 600 reais, com uma validade de três anos.
Anel vaginal: deve ser inserido apenas uma vez por mês. Eles liberam uma baixa dose de hormônios no sangue, o que também influencia positivamente no bem-estar. Para quem pensa que pode ficar desconfortável, Carolina diz: "o seu desenho anatômico e flexibilidade respeita os contorno da vagina, posicionando-se de forma fácil, inclusive durante a relação sexual." Custa, aproximadamente R$ 50.
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