Débora Gagliato, Oncologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
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Quimioterapia vermelha é um termo informal que pacientes, enfermeiros e médicos usam para medicamentos utilizados no tratamento que ganham coloração avermelhada na aplicação. Nesse tipo de quimioterapia são usados quimioterápicos da classe das antraciclinas, como o doxorrubicina e o epirrubicina.
Os medicamentos da classe dos antracíclicos (quimioterapia vermelha) estão indicados para diferentes tipos de tumores. “Como câncer de mama, câncer de estômago, câncer de bexiga, câncer de ovário, sarcomas, carcinoma tímico, leucemias e linfomas”, fala o oncologista Artur Malzyner.
Esses medicamentos, assim como outras classes de quimioterápicos, podem ser combinados entre si dentro de protocolos adequados para cada caso. Vale destacar que a quimioterapia vermelha, porém, é contraindicada para pacientes com doenças cardíacas graves, infarto agudo do miocárdio recente, arritmias graves ou insuficiência hepática grave.
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Quimioterapia vermelha: efeitos colaterais
Os principais efeitos colaterais da quimioterapia vermelha são:
- Queda de cabelo e de pelos;
- Náuseas e vômitos;
- Aftas e inflamação na região da boca;
- Redução das células do sangue, podendo resultar em anemia;
- Queda na quantidade de glóbulos brancos e de plaquetas;
- Insuficiência cardíaca (casos mais raros).
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Quanto tempo dura a quimioterapia vermelha?
O número de sessões indicadas para a quimioterapia vermelha depende do quadro do paciente. “Isso é muito variável. Tem pacientes que fazem quatro, seis, até oito sessões. Não dá para dizer uma quantidade exata”, explica Débora Gagliato, oncologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Quanto ao intervalo entre as aplicações, isso também varia de acordo com o estado de saúde da pessoa. “A quimioterapia é um tratamento citotóxico, que também tem efeitos em células saudáveis. Então, o tempo é necessário para a recuperação do organismo saudável”, elucida Gagliato. Esse período pode ser de 21, 14 ou sete dias.
Quimioterapia vermelha e quimioterapia branca
Além da quimioterapia vermelha, existe a quimioterapia branca. “Ela engloba praticamente todos os demais medicamentos - dos quais os taxanos e a ciclofosfamida são os mais usados”, diferencia Malzyner.
Os principais efeitos colaterais dos medicamentos utilizados na quimioterapia branca são: reações alérgicas, alterações nas unhas, dores musculares, formigamento de mãos e pés, diminuição das células do sangue e queda de cabelo.
“Não tem uma mais forte do que a outra. As duas têm indicações distintas e contextos diferentes e podem ser ou não utilizadas dependendo do subtipo de câncer de mama”, reforça Gagliato.